Jesus, este nome causa em alguns
admiração, raiva e até incertezas, mas quem foi esse Homem? Alguns dizem que
foi apenas um Judeu fanático e outros dizem que é Deus, mas também existem
aqueles que negam a sua existência. Este nome dividiu a história, restaura vidas,
como também, por ele muitas pessoas mataram e morrem. Quem é esse homem chamado
Jesus? Por que tantas discussões sobre ele? Existem evidencias de sua
existência? Ou ele é apenas um mito criado por judeus que queriam livrar-se do
julgo romano?
Este trabalho tem como objetivo expor
evidencias que respondam estas perguntas e caberá ao leitor decidir se elas são
plausíveis ou não.
1.
Jesus pelo cristianismo
Para que possamos entender os
debates em relação a Jesus Cristo, devemos primeiro conhecer o que os Cristão
falam sobre Ele, seu nascimento, sua vida e sua morte.
Para os cristãos:
1)
Maria, mãe de Jesus, teve uma visita de um anjo,
que era um mensageiro de Deus, que anunciou para ela que teria um filho mesmo ainda
sendo virgem, este menino seria chamado de Jesus, que significa Yahweh é a
salvação, ele seria grande e seria chamado de filho de Deus (Lc 1:31-35).
2)
Nasceu na cidade de Belém, mas cresceu em Nazaré
uma das cidades mais perigosas da época (Mc 2: 4-7; Mt 2:23; Jo 1:46).
3)
Jesus era muito inteligente desde criança, pois
quando ele tinha doze anos viajou com os pais para Jerusalém e lá debateu como
os doutores da lei e todos ficaram admirados de sua inteligência. (Lc 2:41-47).
4)
Começou seu ministério aos trinta anos ao ser
batizado por João Batista (Lc 3:21-23; Mt 1:1-17; 3:13; Mc 1:9-11).
5)
Seu ministério foi de aproximadamente três anos
(Dn 9:24-27; Jo 2: l3-23; 5: l; 6:4).
6)
Realizou muitos milagres (Jo 2:1-11; Jo 4:46-54;
Jo 5:1-9; Lc 5:1-11; Mc 1:23-28; Mts 8:14,15; Jo 21;25).
7)
Disse que era o “EU SOU”, ou seja, o mesmo Deus
dos seus antepassados (João 8:58).
8)
Foi rejeitado pelo seu povo (Jo 1:11).
9)
Foi julgado e crucificado por Pilatos (Jo 19; Mt
27; Lc 23; Mc 15)
10) Ressuscitou
no terceiro dia após à sua morte na cruz (Jo 20;Mt 28; Lc 24; Mc 16)
Grande parte da vida de Jesus é
um mistério sendo boa parte de sua infância desconhecida. O seu ministério está
escrito nos evangelhos canônicos que foram escritos ainda no primeiro século
sendo que alguns comentaristas dizem que possivelmente foram escritos até o ano
62 A.C. Esses livros foram escritos por testemunhas oculares ou por pessoas,
como Lucas, que entrevistaram as testemunhas oculares.
2.
Jesus histórico
Para os Cristão Jesus é Deus,
para alguns ele foi um grande professor de moral sendo que seu ministério devi
servir como fonte de inspiração para uma vida virtuosa de amor ao próximo e
abnegação já para outros ele nem Existiu. Mas o que a história fala sobre esse
homem? Ele Realmente existiu?
As discussões em relação a
existência de Jesus Cristo começaram no século XVIII com o iluminismo alemão. Deste
movimento surgiram Historiadores como Hermann Samuel Reimarus que defendiam a
existência de Jesus, mas consideravam que ele não passava de um simples judeu
que morreu crucificado e seus discípulos inventaram que ele ressuscitou por
causa da vergonha e do fracasso do movimento em ter seu fundador crucificado. Bruno Bauer
que defendia que Jesus nunca existiu sendo ele um mito criado pelos apóstolos. Albert
Schweitzer defendia que o Jesus bíblico nunca existiu, mas sim um carpinteiro
que tentou uma revolução, que não deu certo, e esse Jesus foi mitologizado e
muitos fazem orações por ele nas igrejas. Bertrand Russell que escreveu o livro
“porque não sou Cristão” que segundo ele Jesus foi a maior mentira de todas as
épocas.
Estariam estes homens certos?
Para responder esta pergunta teremos que responder outras duas. Primeiro,
existiu este homem chamado Jesus? E segundo, se ele existiu realmente era como
a bíblia o descreve?
2.1. Jesus realmente existiu?
Embora, segundo alguns advogado,
as testemunham são as prostitutas das evidencias, eles também admitem que sem
testemunhas é difícil concluir o caso. Desta mesma forma, se não existir
testemunhas é muito difícil provar que alguém do passado existiu.
Quanto a Jesus, existe um grande problema, até
o momento não foi encontrado nenhum texto de historiadores contemporâneos de
Cristo, mas existem hoje escritos dos seus seguidores, contudo, apesar deles
serem seguidores de Jesus as formas como eles escreveram chamam muito a atenção.
Eles não escreveram como Homero escreveu a tomada de Troia, eles não contam uma
história que aconteceu a muito tempo, eles não escreveram do tipo “eram uma
vez”, mas como alguém que presenciou aqueles fatos. Exemplo disso é o apostolo
João ele escreveu: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com
os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram ... isso vos
anunciamos ...” (1 João 1:1-3). Não podemos esquecer de Paulo que a princípio
foi inimigo dos cristãos, ele escreveu:
“Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos
tenho anunciado ... Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que
Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras. E que foi sepultado, e
que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze. Depois foi visto, uma
vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas
alguns já dormem também. Depois foi visto por Tiago, depois por todos os
apóstolos. E por derradeiro de todos me apareceu também a mim...” (1 Coríntios 15:5-8)
Ao analisarmos a forma como eles
escreveram podemos perceber que eles usam uma linguagem quase jurídica. Eles
falam nomes e alguns dos apóstolos citam lugares. Eles escrevem de forma como
se dissessem “se tiverem duvida do que estou falando podem ir a estes lugares e
falem com estas pessoas”. Quando alguém fala assim é porque elas mesmas
testemunharam o que estão escrevendo, é diferente de alguém que fala “era uma
vez” ou “a milhares de anos atrás”.
Vejamos também o que Lucas
escreveu:
“Tendo,
pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se
cumpriram, Segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio,
e foram ministros da palavra, Pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los
a ti, ó excelente Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado
minuciosamente de tudo desde o princípio; Para que conheças a certeza das
coisas de que já estás informado.” (Lucas
1:1-4)
Ao comparamos a forma de escrita
de Lucas, que era um médico grego e durante muitos anos colheu informações
sobre Jesus através das testemunhas oculares, podemos perceber que ela possui o
mesmo padrão de escrita e documentos jurídicos romanos. Além disso, o livros de
Atos dos apóstolos, que também fora escrito por Lucas, segue o mesmo padrão e
contem data, nomes de lugares e de pessoas. Podemos perceber que o livro de
atos só conta a história de Paulo e ele termina de forma estranha, pois acaba
com Paulo esperando o julgamento. Todos os indícios mostram que Lucas estava
fazendo um dossiê para defender Paulo durante seu julgamento. Por isso ele
acaba repentinamente com Paulo esperando o julgamento.
E a grande pergunta é: será que
alguém teria todo esse trabalho de escrever um dossiê com mitos para defender
alguém em um tribunal? A resposta é clara e é não. Só alguém que tivesse
realmente presenciado o que escreveu poderia ter essa coragem.
Mas todos estes são pretensos
discípulos de Jesus Cristo, eles são suspeito em falar sobre ele. Existem
fontes extra bíblicas sobre Jesus? A resposta é sim, poucas, mas existem. Porém
precisamos nos perguntar uma coisa, por que existem poucas fontes extra bíblica
sobre Jesus? Ele não foi grandioso?
Em primeiro lugar, Jesus foi
grandioso, mas o ministério dele foi limitado. Cerca de 90% do ministério dEle
foi em torno do mar da galileia, Ele não correu o mundo como muitos imaginam.
Portanto, geograficamente, seu ministério foi limitado a um simples lago em que
Ele atravessava de um lado para o outro. Com isso a sua mensagem não se
espalhou muito.
Em Segundo lugar, a maioria dos
documentos antigos estão perdido. Na história tivemos destruições de documentos
antigos. No ano 61 d. C. Nero colocou fogo em Roma, em 691 d.C. aconteceu a
destruição da biblioteca de Alexandria, em 1492 a destruição da biblioteca de
Constantinopla. Imagine o quanto de informação se perdeu nestes acontecimentos.
Todo historiador e arqueólogo
sério trabalha com fragmentos de história, pois eles sabem que a história
antiga é como um grande quebra cabeça de cinco mil partes, no qual se perderam
quatro mil e oitocentas peças. Então destas poucas peças que sobraram tentam
reconstruir a história.
Mas muitos questionam a existência
de Jesus Cristo porque não existem relatos contemporâneos dele. Contudo, Jesus
não é o único com esse problema. Vejamos só o famoso Alexandre Magno, conhecido
como Alexandre o grande, foi ele que liderou a Grécia em um dos maiores
impérios que já existiram, no qual foi chamado de império Helenístico, tudo
isso ainda muito jovem e em pouquíssimo tempo. Ele foi um homem muito grandioso
que criou um império grandioso, mas não existem nenhum relato no seu tempo que
fale sobre ele. O documento mais antigo que fale sobre ele foi escrito
aproximadamente trezentos anos após a sua morte por Plutacos em “Vidas
Paralelas”.
Vejam bem, entre Alexandre o
Grande e seu documento mais antigo existem um espaço de trezentos anos e
ninguém questiona a sua existência. E entre Jesus e o documento mais antigo
sobre ele cerca de vinte a trinta anos.
Alexandre foi para Índia com todo
o seu exército, mas não existem nenhuma prova arqueológica de que ele foi para
lá. Se Alexandre o grande percorreu com todo o seu exército cerca de cinco mil
quilômetros não deixou prova arqueológica nem textos contemporâneos, imagina
Jesus que durante todo o seu ministério percorreu cerca de cento e vinte
quilômetros e todo seu exército foi de penas doze homens.
Quer outro exemplo? Podemos ver
também a falta de documentos contemporâneos na vida de Sócrates, sim Sócrates,
o maior de todos os filósofos. Não existem nenhuma comprovação histórica e
arqueológica contemporânea dele que prove a sua existência. Os primeiros
relatos sobre ele são de Platão, suposto pupilo de Sócrates, muitos anos após a
sua morte. Mesmo assim, consideram que ele realmente existiu.
Em terceiro lugar, Jesus não foi
reconhecido em seu tempo. Nunca foi rei, ao contrário foi rejeitado pelos seus
e chamado de impostor. Por isso não devo me importar de achar pouca coisa sobre
ele.
Portanto, se aceitam a existência
de Alexandre o grande e de Sócrates que não possuem relatos contemporâneos
devem também aceitar a existência de Jesus.
Mas afinal quais são os relatos
que provam a existência de Jesus?
Os relatos que provam a existência
de Jesus são de:
Flávio Josefo
Josefo começou a escrever documentos históricos em Roma, enquanto
trabalhava como historiador do imperador romano Domiciano. Foi ali que escreveu
sua autobiografia e duas obras históricas importantes. Uma dessas obras é sua
atualmente famosa “Antiguidades dos judeus” [publicada em português pela CPAD],
concluída por volta do ano 93 d.C. No livro 18, capítulo 3, seção 3 dessa obra,
Josefo, que não era cristão, escreveu estas palavras:
Nessa época [a época de Pilatos], havia um homem sábio chamado Jesus.
Sua conduta era boa e [ele] era conhecido por ser virtuoso. Muitos judeus e de
outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos condenou-o à crucificação e
à morte. Mas aqueles que se tornaram seus discípulos não abandonaram seu
discipulado, antes relataram que Jesus havia reaparecido três dias depois de
sua crucificação e que estava vivo; por causa disso, ele talvez fosse o
Messias, sobre quem os profetas contaram maravilhas.
Alguns Críticos dizem que esta passagem não foi escrita por Josefo, mas
este argumento já caiu por terra porque todos os manuscritos dele contem esta
passagem, comprovando assim que foi o próprio Josefo que escreveu, pois se ele
não tivesse escrito haveriam vários manuscritos que não teriam esta passagem.
Essa não foi a única menção feita a Jesus por
Josefo. Em outra passagem das Antiguidades dos judeus, Josefo revelou de que
maneira o novo sumo sacerdote dos judeus (Ananus, o jovem) valeu-se de um hiato
no governo romano para matar Tiago,
o irmão de Jesus. Isso aconteceu no ano 62, quando o imperador romano. Festo
morreu repentinamente durante seu ofício. Três meses se passaram até que seu
sucessor, Albino, pudesse chegar à Judéia, abrindo um grande espaço de tempo
para que Ananus realizasse seu trabalho sujo. Josefo descreve o incidente da
seguinte maneira:
“Festo está morto, e Albino está a caminho. Assim, ele [Ananus, o sumo
sacerdote] reuniu o Sinédrio dos juízes e trouxe diante deles o irmão de Jesus,
que era chamado Cristo, cujo nome era Tiago, e alguns outros [ou alguns de seus
companheiros] e, quando havia formulado uma acusação contra eles como
transgressores da lei, ele os entregou para que fossem apedrejados.”
Alguns se questionam o porquê Josefo
escreveu tão pouco sobre Jesus? Isto pode ter ocorrido por dois motivos:
Primeiro, Ele era Judeu e estava escrevendo a história do seu povo, mas
seu povo odiava a Jesus Cristo porque ele se auto intitulou como Deus. Portanto
ele não citaria muita coisa sobre Jesus. Isto seria parecido com um argentino
escrever a história do seu povo e quando chegasse no futebol ele falasse muito
de Maradona e quando fosse falar de Pelé ele escreveria o mínimo possível
talvez até uma única linha e se escrevesse.
Segundo, como historiador do imperador, Josefo tinha de escolher
os temas e as palavras com muito cuidado. De modo mais patente, Domiciano suspeitava
de tudo o que pudesse ser associado a sedição. Esta nova seita chamada
cristianismo poderia ter sido considerada sediciosa porque os cristãos tinham
esse novo e estranho sistema de crenças e recusavam-se a adorar César e os
deuses romanos. Como resultado disso, Josefo certamente não queria alarmar ou
irritar seu chefe ao escrever um grande número de comentários favoráveis sobre
o cristianismo. Porém, essas duas referências confirmam a existência de Jesus e
de Tiago e comprovam os relatos do Novo Testamento.
Contudo, alguém poderia não
aceitar estes motivos e dizer: “se Jesus realmente tivesse existido Josefo
teria escrito mais que isso”. Este tipo de pessoas são pessoas obstinada a não
querer aceitar a existência de Jesus e se Josefo tivesse escrito uma ou duas
páginas ainda continuariam dizendo que é pouca coisa e se ele tivesse escrito
um livro inteiro diriam que ele era um cristão disfarçado. Para estas pessoas
não importa a prova nunca aceitarão a existência de Jesus simplesmente por que
não querem e não por falta de evidencias.
Mara Bar-Serapião
No Museu Britânico há um interessante manuscrito que preserva o texto de
uma carta escrita um pouco depois de 73 d.C., embora não possamos precisar a
data. Essa carta foi enviada por um sírio de nome Mara Bar-Serapião a seu filho
Serapião. Na época Mara Bar-Serapião estava preso, mas escreveu para incentivar
o filho na busca da sabedoria, tendo ressaltado que os que perseguiram homens
sábios foram alcançados pela desgraça. Ele dá o exemplo de Sócrates, Pitágoras
e Cristo:
“O que os judeus ganharam
executando seu sábio Rei? Logo após esse fato o reino deles foi
destruídos… Mas Sócrates não morreu de vez; continuou vivo nos
ensinamentos de Platão. Pitágoras não morreu de vez; continuou vivo
na estátua de Hera. Tampouco o sábio Rei morreu de vez; continuou vivo
nos ensinamentos que transmitiu.”
Assim, Mara Bar-Serapião confirma que Jesus era conhecido como um
homem sábio e virtuoso, considerado por muitos como Rei de Israel, executado
pelos judeus, e que continuou vivo nos ensinamentos de seus seguidores.
Plínio, o Jovem
Plínio, o Jovem, era governador da Bitínia. Escreveu uma carta ao
Imperador Trajano, onde dizia ter matado grande número de cristãos. Disse
a respeito deles:
“Tinham
o hábito de se reunir em dia determinado antes do amanhecer; cantavam um
hino a Cristo, em estrofes alternadas, como se fosse a um deus, e faziam o
juramento solene de não praticar o mal e nunca negar a verdade quando
interpelados” (Epístolas 10:96).
Suetônio
Suetônio era secretário chefe do Imperador Adriano. Ele
escreveu a Cláudio César: “Como os judeus estavam constantemente
provocando distúrbios, instigados por Chestus (grafia alternativa de
Cristo), ele os expulsou de Roma (Life of Claudius 25.4).
Suetônio também escreveu: “Nero
fez os cristãos serem punidos, sendo esses um grupo que aderiu a uma
superstição nova, nociva.” (Lives os the Caesas, 26.2).
Luciano de Samosata
Luciano de Samosata foi um escritor grego do segundo século que admite
que Jesus foi adorado pelos cristãos, introduziu novos ensinamentos e foi por
eles crucificado. Ele disse que os ensinamentos de Jesus incluíam a
fraternidade entre os crentes, a importância da conversão e de negar outros
deuses. Os Cristãos viviam de acordo com as leis de Jesus, criam que eram
imortais, e se caracterizavam por desdenhar da morte, por devoção voluntária e
renúncia a bens materiais.
Ele foi um escritor satírico, tendo zombado de Cristo e dos
cristãos. Luciano relacionou os cristãos com as sinagogas da Palestina e
referiu-se a Cristo como:
“…o homem que foi crucificado na
Palestina porque introduziu uma nova seita no mundo… Além disso, o primeiro
legislador dos cristãos os persuadiu de que todos eles seriam irmãos uns dos
outros, após terem finalmente cometido o pecado de negar os deuses gregos,
adorar o sofista crucificado e viver de acordo com as leis que ele
deixou” (O Peregrino Passageiro).
Luciano também menciona várias vezes os cristãos em Alexandre, o Falso Profeta, seções 25 e 29.
Anais de Públio
Cornélio Tácito
Tácito, romano do primeiro século, que é considerado um dos mais
precisos historiadores do mundo antigo, mencionou “cristãos” supersticiosos
(“nomeados a partir de Christus”, palavra latina para Cristo), que sofreram nas
mãos de Pôncio Pilatos durante o reinado de Tibério. Em seus Anais (parte
XV), escreveu:
“… Nero infligiu
as torturas mais refinadas a esses homens que sob o nome comum de cristãos,
eram já marcados pela merecida das infâmias. O nome deles se originava de
Cristo, que sob o reinado de Tibério, havia sofrido a pena de morte por um
decreto do procurador Pôncio Pilatos…”.
Talmude da
Babilônia
O Talmude da Babilônia (Sanhedrin 43 a) tem uma parte exclusiva sobre os
hereges do judaísmo, no qual confirma a crucificação de Jesus na véspera da
Páscoa, e as acusações contra Cristo de usar magia e encorajar a apostasia dos
judeus. “… e penduraram-no na véspera da Páscoa”
O título que o Talmude dá a Jesus: “Ben Pandera (ou ‘Ben Pantere’)” e
“Jeshu ben Pandera”. Muitos estudiosos afirmam que “pandera” é um jogo de
palavras, um trocadilho com a palavra grega panthenos, que significa “virgem”
chamando-o de “filho de uma virgem”.
Julio Africano
Julio Africano cita o historiador Talo em uma discussão sobre as trevas
que sucederam a crucificação de Cristo (Escritos Existentes, 18).
“Talo, no terceiro dos livros que
escreveu sobre a história, explica essa escuridão como um eclipse do sol — o
que me parece ilógico’ (é claro que é ilógico, pois um eclipse solar não
poderia acontecer em época de lua cheia, e foi na época da lua cheia da Páscoa
que Cristo morreu).”
Assim, a partir dessa citação percebemos que o relato dos Evangelhos
acerca das trevas que se abateram sobre a terra por ocasião da crucificação de
Cristo era bem conhecido, e exigia uma explicação naturalista por parte
daqueles não-crentes que haviam testemunhado o acontecimento.
O testemunho de
Tertuliano
Tertuliano foi Jurista e teólogo de Cartago. Seus escritos constituem
importantes documentos para a compreensão dos primeiros séculos do cristianismo.
Ao fazer em 197 a.C. uma defesa do cristianismo perante as autoridades romanas
na África, Tertuliano menciona a correspondência trocada entre Tibérío e Pôncio
Pilatos:
“Portanto, naqueles dias em que o
nome cristão começou a se tornar conhecido no mundo, Tibério, tendo ele mesmo
recebido informações sobre a verdade da divindade de Cristo, trouxe a questão
perante o Senado, tendo já se decidido a favor de Cristo. O Senado, por
não haver dado ele próprio a aprovação, rejeitou a proposta. César manteve sua
opinião, fazendo ameaças contra todos os acusadores dos cristãos” (Apologia,
V.2).
Eliezer
Uma antiga Baraita, em que o rabino Eliezer é a personagem central,
menciona Jesus pelo nome. As palavras entre colchetes pertencem à citação. E
Eliezer quem fala:
“Ele respondeu: Akiba, você me
lembrou! Certa vez eu estava caminhando pelo mercado de cima (a Tosefta traz
‘rua’) de Sefôris e encontrei um (dos discípulos de Jesus de Nazaré); seu nome
era Jacó, proveniente de Kefar Sekanya (a Tosefta traz ‘Sakkanin’). Ele me
disse: Está escrito na tua Lei – ‘Não trarás a paga de uma prostituta, etc’ O
que se devia fazer com essa paga – uma latrina para o Sumo Sacerdote? Mas nada
respondi. Ele me disse: Assim (Jesus de Nazaré) me ensinou (a Tosefta traz
‘Yeshu ben Pantere’): ‘Pela paga de uma prostituta ela os chama a si, e pela
paga de uma prostituta eles voltarão’; do lugar de imundície eles vêm. e para o
lugar de imundície eles irão. E essa frase me agradou, e, por causa disso, fui
preso, acusado de Minuth. E eu transgredi o que está escrito na Lei; ‘mantém o
teu caminho longe daqui’ – isto é de Minuth – “e não te aproximes da porta da
residência dela’ – isto é, do governo civil”. 5/38
Esses parênteses
encontram-se em Dikduke Sofrim para Abada Zara (manuscrito de Munique, edição
de Rabinovitz).
Escritos Gnósticos
O Evangelho da Verdade, O Apócrifo de João, O Evangelho de Tomé, O
Tratado da Ressurreição, entre outros são considerados os escritos gnósticos e
todos eles mencionam a existência de Jesus Cristo na Terra.
De fato, podemos quase reconstruir o evangelho somente a partir de
primitivas fontes não-cristãs: Jesus foi chamado Cristo (Josefo), praticou
“magia”, conduziu Israel a novos ensinamentos, por eles foi pendurado na Páscoa
(O Talmude da Babilônia) na Judéia (Tácito), mas afirmou ser Deus e que
retornaria (Eliezer), no que seus seguidores creram – O adorando como Deus
(Plínio, o Jovem).
O mais importante destes testemunhos são que a grande maioria deles são
dos inimigos dos cristãos, ou seja, se até os inimigos dos cristãos em sua
própria época aceitaram a existência de Jesus, então por que hoje alguém diria
que ele não existiu? Eles como inimigos do cristianismo poderiam refutar a
existência de Cristo ou o negar o que está escrito no novo testamento, mas
fizeram o contrário, confirmam o que há escrito nele.
Mas alguns poderiam dizer que o “Cristo” citados por algumas destas citações
poderia ser qualquer pessoa, contudo, estas pessoas simplesmente não querem
aceitar o fato de que Jesus realmente existiu, realmente existiram muitos
professos messias, mas apenas um único Cristo. Portanto, dizer que Cristo
poderia ser qualquer pessoa é ir contra as evidencias de sua existência.
Com todas estas evidencias fica
claro e evidente a existência de Jesus. Por isso que o Dr. Mario Cortella
afirma que hoje são poucos os acreditam que Jesus não existiu, muitos até
questionam quem realmente ele era, onde nasceu, mas para a grande maioria Jesus
existiu.
2.2 Jesus Realmente era como a bíblia o Descreve?
Para responder esta pergunta
poderíamos fazer uma outra pergunta. Se Jesus fosse um personagem criado como ele
seria?
Se o ministério de Jesus fosse
algo inventado os seus discípulos fariam como todos os que trabalham com Marketing faz, tirariam todos os defeitos dEle. Por exemplo, nos estados unidos todos
presidentes americanos usam gravatas vermelha ou azul, porque são as cores da
bandeira americana. Desta forma, temos
alguns problemas em relação aos escritos dos apóstolos.
Primeiro, Jesus não falaria com
mulheres e nem pegaria crianças em público. Devemos ter muito cuidado com o
anacronismo, porque apesar que hoje pegar crianças em público é algo normal e
bem visto, mas no tempo de Jesus era diferente. Um homem de boa índole nunca
falaria com mulheres na rua e nem pegaria em crianças. E no evangelho de Mateus
está escrito que Jesus pegava as crianças e colocava elas no colo. E falar com
mulheres em público não sendo esta mulher a sua esposa ou sua mãe era algo que
nem poderia passar pela sua cabeça, estes tipos de atitudes para a época era um
escândalo. Estes tipos de atitudes eram tão terríveis os apóstolos deveriam ter
riscado isto dos evangelhos, mas foi o contrário, eles escreveram Cristo como
aquele que pega em crianças (Mt 19:14) e conversa com mulheres em locais
públicos (Jo 4) e não era uma mulher comum, mas alguém com índole duvidosa.
Segundo, Jesus jamais teria
morrido em uma cruz. A morte na cruz era tão horrível que o historiador romano
Cicero escreveu que a morte na Cruz era um xingamento. E não somente isso, quando se queria amaldiçoar alguem latim falavam o nome “crux”. A morte na cruz
era tão vergonhosa porque o condenado era posto pelado na cruz e suas partes
intimas ficavam expostas por vários dias até a morte do indivíduo e para aquela
época esta era a morte mais vergonhosa de todas.
Terceiro, Jesus não teria
ressuscitado. Existiam, na época de Jesus, quatro grandes linhas de pensamentos
para vida após a morte. Primeira, imortalidade da alma, esta ideia veio de
Platão, neste caso Jesus teria morrido e sua alma teria ido para um lugar
superior. Segunda, a transmigração de almas, criada por Pitágoras, neste caso a
alma de Jesus teria mudado de corpo antes de sua morte e ele viveria no corpo
de outra pessoa. Terceira, após a morte tudo acaba, teoria de Epicuru, neste
caso Jesus viveu grandemente e o termino desta grandiosa vida foi morrer como
um herói na Cruz. E quarta, reencarnação, neste caso Jesus morreu na cruz, mas
seu espirito reencarnaria e ele viria como outra pessoa. Em qualquer uma desta
linhas os discípulos de Jesus conseguiriam uma grande quantidade de seguidores
o que faria os seus falsos ensinamentos se espalharem muito rapidamente. Se
Jesus tivesse sido um personagem criado pelos discípulos a história dEle teria
terminado de alguma destas formas, mas ao invés disso eles contaram a história
de um Jesus que ressuscitou. A ressurreição, para a época, era uma das mais ridículas
teorias para explicar a vida após a morte. Este tipo de ensinamento não era
fácil de aceitar, pois todas as quatro linhas desprezavam completamente este
ensinamento.
Quarto, eles não se mostrariam
como pessoas sujeitas a repreensão. Pedro negou a Jesus, Judas traiu Jesus,
outros se acovardando diante da prisão do mestre. Ninguém ficou com ele próximo
da cruz a não ser João. Se Jesus tivesse sido criado, eles se mostrariam como
pessoas altamente virtuosas e corajosas, mas nunca com covardes e traidores.
Quinto, os ensinamentos de Jesus
são difíceis de aceitar. Ensinamentos como amar o inimigo, pegar a sua cruz e
me seguir, daí a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus. São
ensinamentos difíceis que trazem difíceis aceitações principalmente naquela
época em que os Judeus estavam sobre o Julgo romano e odiavam eles
profundamente.
Sexto, Jesus é mostrado como um
homem que teme a morte. Que propaganda seria esta que mostra o líder do
movimento como alguém teme a morte. Platão, quando descreve a morte de Sócrates,
mostra seu mestre como alguém que brinca com o veneno, faz brincadeiras com o
público que assistia a sua morte e conta piada após tomar o veneno. Enquanto
Sócrates é representado com serenidade Jesus é representado como alguém
angustiado e temeroso a tal ponto que soa sangue, o filho de Deus que não
aguentou a própria cruz, que pede agua ao inimigo durante a crucificação e que
fala “Deus meu, Deus meu, porque me desamparastes? ”. Se Jesus fosse um
personagem criado todos estes fatos teriam sidos omitidos.
Das duas uma, ou os evangelistas
eram péssimo em propaganda ou eles estavam sendo sinceros escrevendo tudo o que
eles realmente testemunharam não escondendo nada que viesse a trazer vergonha
ao movimento.
Augusto Cury, Ex ateu, médico psiquiatra e doutor em psicanalise, em
entrevista no diário de Brasília falou que era um dos maiores ateus que já
existiu e até mais ateu de que Nietzsche. Para ele Deus era fruto de um cérebro
que não aceitava o seu fim, o seu caos na solidão de um tumulo. Segundo as
palavras dele:
“Eu pesquisava como
mentes brilhantes romperam o cárcere da inteligência e produziram novas ideias
como Freud, Einstein, ... , em diante. Então fui até esse homem mais famoso da
história chamado Jesus Cristo. Eu analisei seu comportamento, suas reações nas
entrelinhas no foco de tenção nas suas biografias os chamados evangelhos em
várias versões. Eu esperava encontrar uma pessoa construída por um grupo de
galileus que queriam produzir um herói para romper o julgo de Tibério Cesar que
era imperador de Roma, mas fiquei perplexo, pois percebi que sua personalidade
é tão complexa e tão fascinante que não cabe no imaginário humano... eu percebi
que sua presença, sua capacidade criativa, sua capacidade de ser gestor de sua
mente e protetor de sua emoção não tem precedente histórico. Assim deixei de
ser um ateu, um dos grandes ateus da história e percebi que a procura por Deus,
não é um ato de pequenez intelectual, mais um ato inteligentíssimo da mente
humana.”
Talvez
a maior prova que Jesus realmente existiu seja o fato de que literalmente
milhares de cristãos no primeiro século d.C., incluindo os 12 apóstolos, se
desprenderam a ponto de dar suas vidas como mártires por Jesus Cristo. As
pessoas morrerão pelo que creem ser verdade, mas ninguém morrerá pelo que sabe
ser uma mentira. As pessoas inventam uma historia quando se tem algo a
ganhar com isso, mas o que os apóstolos ganharam? Apenas dor, perseguição e
morte.
Portanto,
ao analisarmos as evidencias podemos ter certeza de que Jesus realmente existiu
e que ele realmente era da mesma forma que os seus discípulos escreveram. Cabe
agora a você decidir se irá crer ou não nele, a escolha é sua. Você pode até
não acreditar nele, mas ele acredita em você.
Referencias
Não tenho fé suficiente para ser ateu
https://www.youtube.com/watch?v=MPkJyoT_F1Q