quinta-feira, 30 de julho de 2015

Em Quem Podemos Confiar?

Tema:

Confiança em Deus

Objetivo:

Mostrar que não a nada melhor do que confiar em Deus.

Introdução

Vivemos em mundo cheio de violência, saímos de casa e não sabemos se retornaremos vivos, cheio de incertezas, não sabemos se nossos planos se realizarão como planejado, será que poderemos confiar em alguém? Ou viveremos em um lugar onde só poderemos confiar em nós mesmo?

Texto base:

“O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará”. Salmos 23: 1
Este texto é bastante conhecido no meio cristão-judaico, mas ele possui um grande erro de tradução. O texto original está escrito “o SENHOR é meu pastor não ... faltará”, ao lermos esse texto podemos pensar que existe algo estranho e que está faltando alguma coisa e que o texto estar sem sentido, e é isto mesmo estar faltando algo.
A bíblia para chegar até nós o seu texto foi analisado por comparação entre milhares de manuscritos e após essa análise foi constatado que faltava alguma coisa neste texto. Críticos textuais tentaram preencher este “buraco” trocando o “não” por “nada” e acrescento ao texto o “me” formando o texto que é conhecido hoje. Outros críticos ao analisarem o texto perceberam que este preenchimento estava equivocado e disseram que ao analisar o restante do texto o correto seria: “o SENHOR é meu pastor e Ele não me faltará”, pois, todo o texto mostra Deus nos guiando e nos protegendo e não mostra que nunca vai faltar algo. Desta forma o texto está nos passando que não importa o que aconteça Deus sempre estará conosco, nos protegendo, nos guiando e nos livrando do mal.

Ilustração: Pegadas


Um certo jovem, que caminhava na praia com Jesus, olhou para traz e percebeu que em certos momentos havia dois pares de pegadas e em outros momentos um par de pegadas. O jovem ao analisar os momentos da sua vida em que existiam apenas um par de pegadas percebeu que foram os momentos mais difíceis da sua vida, então perguntou: “Senhor, por que nos momentos mais difíceis da minha vida o senhor me abandonou?” Jesus então lhe respondeu: não te abandonei nestes momentos, eu te levei nos meus braços, por isso que nestes momentos existe apenas um único par de pegadas.

Jesus age desta forma quando estamos passando por momentos difíceis na nossa vida, ele não só nos ajuda a passar por eles, mas nos carrega em seus braços de amor e não há lugar melhor do que os braços do pai.

1 Confiar Quando Estivemos Com Medo

Mas eu, quando estiver com medo, confiarei em ti. Salmos 56:3

O medo é um sistema de defesa do nosso corpo, no qual serve para nos proteger do mundo externo. Algumas pessoas possuem medo de cair, mais conhecido como medo de altura, medo de aranhas, medo de insetos, medo do novo, medo de falar em público, medo da morte, etc. O medo é tão antigo que remonta o Éden, antes da queda, Adão com medo de ficar sozinho novamente comeu o fruto que Erva tinha lhe dado (Gn 3:6). Não sei qual o seu medo, talvez tenha medo de ficar sozinho, da morte, ou até mesmo medo de estar na religião errada, mas sei que existe um Deus em que podemos confiar e ele nós guiará nos momentos de medo.
 

Ilustração: Papai Estar Aqui


Eu sou casado tenho dois meninos, os quais sou louco por eles, quando eles eram muito novos acordavam a noite chorando e me chamando porque estavam com medo, as vezes medo do escuro, as vezes medo de algum sonho, não me importava muito qual o motivo que eles choravam, ao vê-los chorando e me chamando eu pulava da cama pega eles no braço, abraçava-os bem forte e dizia não tenha medo papai estar aqui.

Deus age da mesma forma, nos momentos em que estamos com medo, nos momentos em que não sabermos o que fazer, Eles nos pega em seus braços e diz: “filho, não fique com medo eu estou com você e não te deixarei”.

  2 Confiar nos Momentos Difíceis


  2.1 quando os sonhos ruírem


“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Portanto não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares” (salmos 46:1-2).

Na nossa vida temos muitos sonhos e certezas que aparentemente são como montanhas fortes, firmes e inabaláveis, mas durante a nossa vida esses sonhos poderão vir a ruir e desmoronar. Deus está nos falando que mesmo que estes sonhos venham a ser lançados no mar da amargura e ruírem ele estará conosco.

2.2 Nos Momentos Impossíveis


“Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais os tornareis a ver. O Senhor pelejará por vós, e vós vos calareis. Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco”. Êxodo 14:13-16

O povo de Israel tinha acabado de sair do Egito e Deus os levou para o mar vermelho e estando frente a ele o exército do faraó os cercou vindo por traz, então o povo se desesperou e foram falar com Moises e que respondeu para o povo: “vede o livramento do Senhor” e Deus falou para Moises: “diga ao povo que marchem”. Qual foi o resultado disto? O povo atravessou o mar em terra seca.
Na nossa vida existem momentos em que nos sentimos cercados, sem saída, nestes momentos, Deus testa a nossa fé, devemos, pois, tomar uma decisão se desistimos ou entregamos tudo nas mãos de Deus, se escolhermos esta última, Deus fará o impossível na nossa vida, pois o nosso Deus é o Deus o impossível.

Ilustração: Salvamento Impossível


  Susi Hasel conta no seu livro: “Mil caíram ao teu lado”, a fascinante história de seu pai e de sua mão, alemães que viviam da Alemanha, durante a segunda guerra mundial. Em uma dessas histórias, ela conta que, seu pai que fazia parte do pelotão de construção de ponte, durante a segunda guerra, estava fugindo, pois o acampamento estava sendo atacado, então correu atrás do carro do seu pelotão então quando ele pulou e segurou na parte de traz do carro, este fez uma curva fechada e ele foi lançado para debaixo do carro, neste momento, ele sente o pneu do carro encostando no seu rosto e uma mão puxando ele para dentro do carro. Quando ele caiu em si, que estava deitado dentro do carro, levantou-se, para agradecer, e não havia ninguém dentro do carro, a não ser ele e o motorista. Deus enviou um dos seus anjos para salva-lo da morte eminente no momento era impossível ser salvo e fará o mesmo conosco quando formos fieis a sua santa palavra e confiarmos Nele.

 

3 Como Confiar Em Deus?


3.1 Entregando Os Nossos Planos


“Eia agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos; Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo. Mas agora vos gloriais em vossas presunções; toda a glória tal como esta é maligna”. Tiago 4:13-16

A vida do Cristão deve ser totalmente entregue a Deus, nunca deveremos fazer qualquer plano sem primeiro a provação de Deus e se for a vontade DEle os nossos planos se realizaram.

3.2 fazendo Deus sua fortaleza


“Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei. Porque ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa. Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas te confiarás; a sua verdade será o teu escudo e broquel. Não terás medo do terror de noite nem da seta que voa de dia,. Nem da peste que anda na escuridão, nem da mortandade que assola ao meio-dia. Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti”. Salmos 91:1-7


Conclusão



Está na hora de tomamos uma decisão, se escolhermos confiar em Deus ou seguir a nossa vida confiando em nós mesmos. Se escolhermos confiar NEle quando estivermos com medo, nos momentos difíceis da nossa vida ou entregando os nossos planos à Deus descansaremos a sombra do onipotente e Ele nos protegerá nos cobrindo com suas asas não mais teremos motivo para temer e mesmo que mil caiam ao nosso lado e dez mil à tua direita nada nos atingirá. Eu escolhi confiar, Cabe agora você escolher.

sábado, 25 de julho de 2015

Diretrizes Especificas Para A Interpretação Da Escritura I: Texto e Tradução E Contexto Histórico


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            As diretrizes especificas para a interpretação de passagens bíblicas surgem e se constroem a partir dos princípios apresentados no estudo anterior. Estas diretrizes estão baseadas na bíblia, pois procedem Dela implícita ou explicitamente, no método gramatico-histórico e nos estudos da linguagem

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1 Texto e Tradução


Primeiramente, o interprete da bíblia deve ter aceso a palavra de Deus tanto na língua Original como na língua moderna.

Estudos Textuais


Preservação do texto bíblico: Hoje através de estudos textuais foi comprovado que temos cerca de 99,5% do que estava escrito nos manuscritos originais e estes 0,5% restantes trata-se de textos que não apresentam ameaça a fé. Os manuscritos do antigo testamento apesar de ter uma quantidade muito menor do que os do novo testamento eles foram mais preservados em relação as suas variantes, praticamente não existindo diferenças textuais entre manuscritos com mais de 1000 anos de diferença. Os manuscritos do novo testamento apesar de possuir um número maior de manuscritos existem muitas variantes, mas pela grande quantidade, cerca de 3000, foi possível reconstruir a ponto de quase por completo o texto original. Fazendo assim da bíblia o escrito antigo mais confiável da história.
Necessidade de estudos Textuais: Os estudos textuais possuem aproximadamente 150 anos de diligentes buscas para encontrar o texto original. Está ciência é chamada de crítica textual, que se realizada por pessoas que respeitem a autoridade da bíblia e rejeitam os pressupostos do método crítico-histórico, insistem que a norma final para determinar o texto autentico da Escritura se encontra dentro da própria escritura. As bíblias hebraicas e grega padrão fornecem em seus rodapés as principais variantes textuais.

Traduções e Versões


            A própria escritura dá exemplos de tradução mostrando que não a nada de errado em fazer tradução pelo contrário é algo necessário para o crescimento do evangelho (Ne 8:8; Mt 1:23; Mc 5:41; 15:22,24).

Os desafios da tradução: As principais dificuldades em se traduzir o texto bíblico estão relacionadas com a falta de equivalência entre as palavras das línguas originais e das línguas modernas além disso existe a grande diferença de cultura e tempo em que foram escritos para os tempos modernos. As diferenças entre as línguas que podem reduzir ou ampliar o sentido das palavras além de existirem palavras com mais de um sentido no qual o tradutor poderá manter a forma ou escolher qual sentido ele queira mostrar, no qual o tradutor poderá causar terríveis danos se escolher o sentido incorreto.
           

Tipos de tradução: Existem basicamente três tipos de tradução que são:


Formais: Trazem a equivalência do texto original palavra por palavra, são ótimas para estudos, mas são difíceis de se entender.
Dinâmicas: Trazem a equivalência de significado, desta forma trazem uma linguagem contemporânea, mas a tradução fica sujeitas as ideias do tradutor.
Paráfrases: Trazem interpretações do texto de acordo com o tradutor, ótimas para devocionais, pois são fáceis de se entender, mas a tradução fica sujeitas as ideias do tradutor.
Diante destes tipos de traduções os estudantes das escrituras devem ser cautelosos em relação ao tipo de tradução que está se utilizando. Devem sempre compara a tradução na linguagem de hoje com as formais ou até mesmo com o original para não basear a sua fé em uma tradução equivocada e tendenciosa.

2. Contexto histórico


A fim de compreender as Escrituras, devemos primeiro determinar qual o significado delas em seu ambiente original. Cumpre-nos ver em que situação cada ensino foi ministrado – o pano de fundo histórico; quem disse o que, a quem e sob que circunstância. Quando compreendemos essas coisas, será mais fácil aplicar a mensagem bíblica as situações atuais.

A bíblia como história confiável


            Todas as pessoas e instituição que aparecem no AT e NT são apresentadas como parte integrante de um fato histórico. Os profetas, Jesus e os outros escritores bíblicos tratam o relato do gênesis como um fato histórico (Mt 19:4,5; 24:37 -39; Mc 10:6; Lc 3:38; 17:26,27; Rm 5:12; I Co 6:16; II Co 11:3). Os Escritores bíblicos posteriores também se referem ao tempo dos patriarcas, ao Êxodo e a outros acontecimentos da história do AT e do NT, interpretando-os como descrições confiáveis das verdadeiras inter-relações no espaço-tempo entre Deus e seu povo.
            Os argumentos dos escritores do NT admitem a veracidade histórica das pessoas, acontecimentos e instituições que foram tipos dessas realidades históricas (ICo 10:1-11; IPe 3:18-22).
            Do mesmo modo, uma hermenêutica baseada na bíblia aceita literalmente a criação em 6 dias literais e consecutivos de 24h, um diluvio universal, as narrativas dos patriarcas, o êxodo no século 15 a.C. a conquista de Canaã e outros eventos miraculosos e sobrenaturais.

Questões de Introdução


            Na hermenêutica dos escritores bíblicos a atenção se dirige para diversas questões “introdutórias” (data, autoria e situação vital dos livros), as quais se tornam por vezes extremamente importantes para o argumento do escritor inspirado.
            A Hermenêutica que utiliza a bíblia como sua própria interprete aceita que o pentateuco foi escrito por Moises e que Isaias e Daniel como autores dos seus livros, Salomão como autor da maioria dos proverbio, Davi dos salmos que lhe são atribuídos, etc.
            É claro que existem livros na bíblia que não indicam quem foi seu autor ou em qual ano foi escrito, para interpretação deste devemos nos basear na bíblia e examina-las à luz das evidencias extrabíblicas disponíveis.

            Contexto histórico


            Obter-se o Contexto histórico de qualquer passagem pelos dados apresentados pela escritura e o esclarecimento provido pelas fontes Extrabíblicas e como também está familiarizado com cada acontecimento é extremamente importante para revelar o ambiente histórico das escrituras. Esse conhecimento é vital para entendermos certos acontecimentos como, por exemplo, os documentos cuneiformes babilônicos que mostram o porquê que o “rei” Belsazar só poderia oferecer a Daniel o terceiro lugar no reino, pois o seu pai Nabonido ainda era o legitimo rei da babilônia. O estudo das facções judaicas, por exemplo, ajuda a esclarecer as disputas entre Jesus e os fariseus.

Aparente discrepâncias com descobertas da história Secular


            Durante séculos, eruditos bíblicos têm questionado a exatidão e veracidade dos numerosos detalhes históricos do registro bíblico, tais como a existência de Dario, mencionado em Daniel e a conquista de Canaã. Tais discrepâncias são resolvidas por estudos mais profundos sobre o assunto. Como a análise de registros medo-persa que possuía o nome de Dario e estudos nas ruinas de Jericó comprovaram que a cidade foi destruída conforme o texto bíblico.

Aparentes Discrepâncias Entre Relatos Bíblicos paralelos


            No Material histórico da escritura, especialmente nos livros de Samuel/Reis e Crônicas no AT e nos Evangelhos no NT, relatos paralelos apresentam as diversas diferenças em detalhes ou ênfases (por exemplo, Mt 21:33-44, Mc 12:1-11 e Lc 20:9-18). Diversos princípios nos ajudam a resolver essas aparentes discrepâncias.
            Reconhecer os diferentes propósitos dos diferentes escritores. Os quatro evangelhos foram escritos com objetivos e planos gerais ligeiramente diferentes. Mateus muitas vezes arranja o seu material em ordem temática, e não cronológica. Marcos apresenta um relato quase ofegante das atividades de Jesus. Lucas parece estar apresentado Jesus aos gentios. E o evangelho de João é singular, escrito conforme ele mesmo admite, para promover a fé.
            Reconhecer que cada escritor pode estar fazendo um relato parcial do incidente, que deve combinar-se com outros relatos para formar um relato total. Os relatos paralelos da compra feita por Davi da eira sobre o monte Moriá (II Sm 24:24, ICr 21:25) apresentam valores e nomes de proprietários diferentes. Isto não significa que elas se contradizem. Os 50 ciclos de prata foram pagos pelos dois bois e a carroça de madeira ao passo que 600 ciclos foi pago por todo o terreno. Araúna e Ornã são alternativas ortográfica para o mesmo nome. Outros exemplos são o do Jovem rico (Mt 19:16-30; Mc 10:17-31; Lc 18:18-30), do cego em Jericó (Mt 20:29-34; Mc 10:46-52; Lc 18:35-43) e da ressureição de Jesus (Mt 28:1-15; Mc 16:1-8; Lc 24:1-11; Jo 20:1-10).
            Reconhecer que a confiabilidade histórica não exige que os diferentes relatos sejam idênticos.  O fato de os escritores dos evangelhos terem usado linguagem diferente é evidencia de que foram independentes em sua autenticidade e integridade. Mateus cita as duas primeiras orações de Jesus no Jardim do Getsêmani, que continha o mesmo pensamento, mas palavras ligeiramente diferentes e depois em Mateus 26:44 registra que Jesus “foi orar pela terceira vez, repetindo as palavras”.
            Reconhecer que as convenções historiográficas aceitas nos primeiros séculos eram diferentes das de hoje. Emprega-se muitas vezes uma linguagem “fenomenológica” ou “observacional”, ilustrada por termos da língua comum, tais como “o pôr do sol”, “os quatro cantos da terra” ou “as extremidades da terra”, sem que isso implicasse uma cosmologia geocêntrica ou uma terra plana. Usavam-se com frequência aproximações numéricas, tais como o número de mortos no monte Sinai (I Co 10:8; Nm 25:1:9). Não devemos esperar mais elevados níveis de precisão das mensurações feitas em tempos bíblicos.
            Reconhecer que alguns milagres e ditos similares de Jesus registrados nos evangelhos sinóticos podem ter ocorrido em momentos diferentes. O ministério de três anos e meio de Jesus envolveu, sem dúvida, repetição de ensinamentos e milagres. Um exemplo é a multiplicação dos pães e dos peixes para alimentar 5 mil pessoas e mais 4 mil depois. Seria tentador afirmar que se trata de relatos divergentes do mesmo acontecimento, caso o próprio Jesus não tivesse se referido a eles como dois episódios distintos (Mt 16:9, 10)
            Reconhecer que nas escrituras existem alguns pequenos erros de transcrição. Isso se evidencia principalmente na transcrição de números nos relatos paralelos de Samuel/Reis e Crônicas. O estudo Textual pode ajudar na determinação da melhor leitura.
            Admitir que, por vezes, pode ser necessário não fazer pronunciamento sobre algumas aparentes discrepância, até que mais informações estejam disponíveis. Um exemplo são os dados cronológicos a respeito dos reis de Israel e Judá no livros de Reis e Crônicas. Pareciam confusos até que a tese doutoral de Edwin Thiele, publicada como The Mysterious Numbers of the Hebrew Kings (1951; revisada 1983), mostrou como a aplicação de quatro princípios básicos de cálculo cronológico sincroniza completamente números bíblicos com os dados Extrabíblicos.

Conclusão:



            As diretrizes para interpretação surgem de princípios fundamentais, elas servem para guiar o interprete no entendimento das escrituras sendo que elas mesmas se mostram nas escrituras de forma implícita ou explicita. Das várias diretrizes este estudo abordou “Texto e Tradução” no qual mostrou que o texto bíblico foi muito bem preservado, principalmente quando comparado com outros escritos contemporâneos; a necessidade de estudos textuais para obter a correta interpretação de determinados textos e os desafios das traduções quanto os vários tipos de tradução e como podemos usa-las na interpretação. Também foi visto “Contexto Histórico” que mostrou que a bíblia é uma fonte histórica confiável; a importância de conhecer a introdução dos textos; o contexto histórico no qual foram escritos o texto e a forma de interpretar os textos com aparentes contradições com a história e com outros textos paralelos. Tendo em vista estas diretrizes o interprete da bíblia poderá alcançar a verdadeira interpretação bíblica, mas deverá respeitar os outros princípios que serão apresentados no próximo estudo.

Referencias:

Tratado de Teologia Adventista

domingo, 19 de julho de 2015

Podemos confiar na veracidade histórica de Ezequiel 29?

Introdução
Outro educado ateu com quem estou trocando ideias questionou a veracidade histórica da Bíblia, especialmente do capítulo 29 do livro de Ezequiel.
Ele alegou que os eventos históricos preditos pelo profeta não se cumpriram, entre eles: a invasão ao Egito liderada por Nabucodonosor e o restabelecimento do Egito ao final de 40 anos, período mencionado em Ezequiel 29:13.
Logo abaixo, lhe disponibilizo uma breve resposta que dei a ele, com o objetivo de lhe auxiliar na defesa da confiabilidade da Bíblia. Fiz pequenas adaptações e acrescentei duas citações de Ellen White, importantes para reflexão de todo ateu e dos estudantes sinceros das Escrituras.
Considerações sobre Ezequiel 29
1º: Reconhecemos que na Bíblia há certas dificuldades que só podem ser explicadas por um estudo mais detalhado, enquanto que outras serão resolvidas durante o progresso nos estudos na área da teologia, arqueologia e crítica textual.
Ellen White foi muito feliz ao comentar: “Ao mesmo tempo em que Deus deu prova ampla para a fé, nunca removeu toda desculpa para a descrença. Todos os que buscam ganchos em que pendurar suas dúvidas, encontrá-los-ão. E todos os que se recusam a aceitar a Palavra de Deus e lhe obedecer antes que toda objeção tenha sido removida, e não mais haja lugar para a dúvida, jamais virão à luz.”(Mente, Caráter e Personalidade, vol. 2, p. 672).
Ela continua, ao falar sobre a descrença humana:
“A desconfiança em Deus é produto natural do coração não renovado, que está em inimizade com Ele. A fé, porém, é inspirada pelo Espírito Santo, e unicamente florescerá à medida que for acalentada. Ninguém se pode tornar forte na fé sem esforço decidido. A incredulidade é fortalecida ao ser incentivada; e, se os homens, em vez de se ocuparem com as provas que Deus deu a fim de sustentar sua fé, se permitirem discutir e especular, verão que suas dúvidas se tornam constantemente mais acentuadas” (Ibidem)
2º: O evento de Ezequiel 29 é inquestionável para muitos estudiosos e não há erro histórico algum. De acordo com Norman Geilser (ex-ateu) e Thomas Howe:
“Um pequeno fragmento de uma crônica babilônica de cerca de 567 a.C. confirma tanto o registro de Josefo [historiador judeu que relata a invasão do Egito] como o relato bíblico referente à invasão do Egito por Nabucodonosor. Há ainda uma confirmação provinda da inscrição na estátua de Neshor, governador do Edito meridional sob Hofra. Nabucodonosor realmente invadiu e devastou o Egito […]” (Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia. São Paulo: Mundo Cristão, 1999, p. 288).
3º: Realmente, não há nenhum registro fora da Bíblia de um exílio de 40 anos do povo egípcio (Ez 29:13). Porém, isso não é improvável. Há muitas coisas que a ciência não pôde explicar e comprovar e, nem por isso, diremos que os cientistas são “falsos” ou “imprecisos”.
Um erro muito comum entre os críticos da Bíblia é afirmar que o que não foi explicado, é inexplicável. O fato de alguma afirmação bíblica não poder ser explicada historicamente, não significa que um dia não o possa ser.
Um cientista tem na dificuldade umamotivação para continuar pesquisando e esse é o mesmo comportamento do teólogo e arqueólogo que procuram compreender as dificuldades bíblicas. O tempo tem mostrado que essa fé e perseverança têm sido recompensadas.
Por exemplo: os críticos acreditavam que a Bíblia estava errada em mencionar o povo heteu cerca de 20 vezes (ver, por exemplo, Gn 15:20; Ex 3:8), porém, com a descoberta, na Turquia, de uma biblioteca hitita, os descrentes tiveram que se calar novamente (Geisler e Howe, p. 18).
Segundo a Andrews Study Bible (Andrews University Press, 2010), p. 1079:
“O número 40 [mencionado em Ezequiel 29:13]é uma recordação da punição daquela geração do povo de Israel que morreu no deserto, por causa sua rebelião contra Deus. O Egito caiu diante dos babilônios em 568 a.C; Nabucodonosor atacou o palácio do faraó em Tafnes, queimou os templos dos deuses egípcios, e destruiu os obeliscos de Heliópolis (Jr. 43-44).”
4º: Em Ezequiel 29:1 a 32:32 há 7 oráculos (sentenças) contra o Egito e Faraó e apenas um não é datado (cap. 30:1 em diante). O primeiro, do verso 1, é datado de 7 de janeiro de 587 a.C, de modo que não há necessidade de duvidar do texto. Além disso, os estudiosos podem confirmar os nomes de lugares e cidades citados no capítulo, o que mostra mais uma vez a veracidade histórica da Bíblia.

Considerações finais
Apenas para o período de 40 anos de exílio não temos registro extra bíblico. Esse detalhe não deveria tirar nossa confiança na historicidade das Escrituras, que tem sido evidenciada (ou comprovada, como preferem alguns) cada vez mais pela arqueologia. Para que possa comprovar isso através de dados concretos, recomendo ao leitor o livroEscavando a Verdade, do arqueólogo Rodrigo P. Silva, publicado pela Casa Publicadora Brasileira (www.cpb.com.br).
Jesus Cristo, o personagem que dividiu a história, confiava na Bíblia (Lc 24:27, 44), inclusive em detalhes históricos (Mt 19:4-6; 24:38; Lc 10:12, etc). Sendo que é muito improvável uma pessoa com umainteligência emocional tão avançada (algo comprovado pelo cientista e psicanalista Augusto Cury, em sua série “Análise da Inteligência de Cristo”) errar tão abertamente, não vemos motivos para, com base (também) em nossa confiança em Jesus, rejeitar a historicidade da Palavra de Deus.

[www.leandroquadros.com.br]

http://novotempo.com/namiradaverdade/podemos-confiar-na-veracidade-historica-de-ezequiel-29/

sábado, 18 de julho de 2015

Princípios Fundamentais de Interpretação Bíblica


glademirstocco.blogspot.com

1 A Bíblia E A Bíblia Somente


            Um princípio fundamental apresentado pela própria escritura é que somente a bíblia (sola Scriptura) é a norma final da verdade. O profeta Isaías escreveu “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem de acordo com esta palavra não terão a luz (Is 8:20) a palavra lei (torah) representa os pentateucos e Profetas (te’udah) tudo que Deus revelou através de seus servos. Cristo resumiu da mesma forma em Mateus 5:17. O NT testamento é a revelação autorizada por Jesus e suas testemunhas apostólicas (Ef 2:20)

A Primazia Da Escritura


            A Bíblia é a principal revelação de Deus para a humanidade devendo as demais fontes está em harmonia com ela estando a bíblia sobre a tradição (Mt 15:3,6), a filosofia (Cl 2:8), o saber (I Tm 6:20) e a natureza (Rm 2:14).

A suficiência da escritura

 

            A bíblia é suficiente para nos dotar da sabedoria que leva a salvação (II Tm 2:15). É o padrão pelo qual toda a escritura e experiência devem ser testadas (Is 8:20; Jo 17:17; II Tm 3:16,17; Hb 4:12)

2 A Totalidade Da Escritura


Outro princípio de interpretação é a totalidade da escritura (tota scriptura) devemos considerar que toda a bíblia é inspirada por Deus e útil para o dia de hoje (II Tm 3:16 e 17) incluído também o novo testamento (Lc 24:44,45; Jo 5:39; Rm 1:2;3:3; II Pe 1:21)

União Inseparável Do Divino Com O Humano

            Deus transmitiu a humanidade a suas palavras atrás próprio homem (II Pe 1:19-21) o Espirito Santo não suprimiu a personalidade do ser humano e nem destruiu a sua individualidade. Seus inscritos envolvem apenas pesquisas humanas (Lc 1:1-3) os autores por vezes mostravam suas experiências (Moises em Deuteronômios) Apresentavam estilos diferentes (Isaias e Ezequiel) e mostram visão diferente sobre o mesmo acontecimento (os evangelhos) apesar da inspiração ser por pensamento o espirito santo conduziu os escritores guiando-lhes em pensamento nas escolhas do que iria ser escrito desta forma eles escreveriam fielmente as coisas que lhe foram reveladas (I Co 2:10-13).

A bíblia é (e não apenas contém) a palavra de Deus

 

A bíblia é a verdadeira palavra de Deus através dela Ele se comunicou e se comunica com seu povo por diversas vezes os profetas falaram em nome de Deus (Ex 7:1,2; Ex 4:15,16) Deus pôs suas palavras na boca do profeta (Dt 18:18; Jr 1:9) e não escutar os profetas equivale a não escutar a Deus (Jr 25:4 e 7).

3 A Analogia Da Escritura


            Toda a bíblia é inspirada pelo espirito santo portanto existe uma unidade e uma harmonia em suas diversas partes. Por isso os escritores do NT se baseavam e utilizavam nos textos do AT (Rm 3:10-18 traz textos de Eclesiastes (7:20) Salmos (14:2,3;5:10;10:7). O princípio da “analogia da escritura” encerra em três aspectos essenciais 1- A Escritura como sua própria interprete, 2-harmonia da escritura e 3- a clareza da escritura.

 

4 Coisas Espirituais Se Discernem Espiritualmente


            Apesar que na hermenêutica moderna creia-se que para conseguir interpretar o texto bíblico corretamente é preciso apenas seguir normas de interpretação a bíblia traz alguns dados que discordam disto. Notemos o que está escrito em I Co 2:11 e 14 que só o espirito de Deus conhece as coisas de Deus.

O Papel Do Espirito Santo

Uma vez que a bíblia, no fim das contas, não é produto da mente do escritor humano, mas da mente de Deus revela através do espirito (I Co 2:12,13), tanto o seu significado original como sua presente aplicação envolvem os pensamentos de Deus, os quais, de acordo com Paulo, só podem ser adequadamente compreendidos se contarmos com a ajuda do Espirito de Deus (I Co 2:13,14; II Co 3:14-18; Jo 6:45; 16:13)

A Vida Espiritual Do Interprete

            O espirito deve não só iluminar a mente, mas também transformar o coração daquele que interpreta bíblia. Deve haver diligente e fervorosa oração por entendimento, conforme o exemplo de Davi (Sl 119:33-40; Pv 2:3-7) Deve haver uma aceitação pela fé do que os profetas dizem (II Cr 20:20; Jo 5:46,47).

CONCLUSÃO



            A bíblia é a palavra de Deus para que possamos entender a forma de interpretar devemos seguir alguns princípios bíblicos que são: “a bíblia e somente a bíblia” deve ser a regra de fé, “a totalidade da bíblia” toda a bíblia deve ser utilizada na interpretação, “analogia das escrituras” nenhuma doutrina deve se basear em um único texto devendo utilizar vários textos para fundamentar a fé, “as coisas espirituais se decernem espiritualmente” o espirito santo irá nos guiar na interpretação, mas para isso devamos está em comunhão com Deus.

Referencias 


Tratado de Teologia Adventista

O “cair no espírito” do demônio

Introdução
A irmã batista Eliane Faria, telespectadora do programa “Na Mira da Verdade”, enviou-me um questionamento que creio ser a dúvida de muitos internautas. Ela pediu auxílio para compreender 1 Samuel 19:20-24, texto que apresenta Saul em transe profético e que supostamente apoia o “cair no Espírito” nos cultos públicos. Leiamos os versículos na Nova Versão Internacional:
“Então Saul enviou alguns homens para capturá-lo. Todavia, quando viram um grupo de profetas profetizando, dirigidos por Samuel, o Espírito de Deus apoderou-se dos mensageiros de Saul, e eles também entraram em transe. Contaram isso a Saul, e ele enviou mais mensageiros, e estes também entraram em transe. Depois mandou um terceiro grupo e eles também entraram em transe. Finalmente, ele mesmo foi para Ramá. Chegando à grande cisterna do lugar chamado Seco, perguntou onde estavam Samuel e Davi. E lhe responderam: “Em Naiote de Ramá” Então Saul foi para lá. Entretanto, o Espírito de Deus apoderou-se dele, e ele foi andando pelo caminho em transe, até chegar a Naiote. Despindo-se de suas roupas, também profetizou na presença de Samuel, e, despido, ficou deitado todo aquele dia e toda aquela noite. Por isso, o povo diz: “Está Saul também entre os profetas?” (1Sm 19:20-24)
Alguns irmãos tentam justificar o “cair no Espírito” com essa experiência de Saul. Todavia, o contexto do evento e outros textos bíblicos paralelos nos provam que o “cair no Espírito” não é um fenômeno de origem divina e, portanto, deve ser abandonado, antes que a vida espiritual do cristão seja ainda mais comprometida.
A seguir, veja algumas das razões para duvidarmos que 1 Samuel 19:20-24 esteja dando apoio ao “cair” sobre a influência do Espírito Santo.

Provas de que o Espírito Santo não joga as pessoas no chão
1º: O contexto nos mostra que Saul não estava participando de nenhum culto de adoração, mas, sendo impressionado por Deus para mudar de vida.
Saul queria matar Davi por causa da inveja e por receio de perder o seu “cargo” de rei (1Sm 19:1-17). O então rei de Israel estava indo longe demais e, através da capacidade de profetizar (dada também aos mensageiros que ele enviou – 1Sm 19:20, 21), “recebeu uma evidência clara de que Deus estava protegendo Davi”. É bem provável que “[…] ali o Espírito Santo tenha insistido com Saul pessoalmente pela última vez” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 2. Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2012, p. 589. Ver 1Sm 19:24).
O referido comentário também explica que “é possível que tenha saído de seus lábios [de Saul, enquanto profetizava sob a influência do Espírito] não só uma confissão da justiça da causa de Davi, mas também a condenação de seus atos […]”.
2º: Ao Espírito Santo apoderar-se de Saul, ele prosseguiu caminhando até chegar a Ramá (cidade localizada na região montanhosa de Efraim, a cerca de 8km de Jerusalém), onde estavam os demais mensageiros que também profetizavam (1Sm 19:23). Essa capacidade de caminhar e chegar a um local específico nos mostra que, apesar de Saul estar em “transe”, detinha capacidade autônoma, de modo que a presença do Espírito não tirou a individualidade do rei.
3º: O verso 24 do capítulo 19 diz apenas que ele “ficou deitado todo aquele dia e toda aquela noite” e não dá a entender que, para isso, ele tenha “sido jogado no chão” ou tido atitudes excêntricas, do mesmo modo que vários irmãos que alegam estar sobre a influência do Espírito sobre tais circunstâncias.
4º: O Novo Testamento, que mostra a atuação do Espírito de maneira ainda mais clara, nos ensina que a Terceira Pessoa da Trindade não gosta das manifestações pentecostais pós-modernas que envolvem (muitas delas) gritos, barulho, desordem e ações excêntricas. Veja:
a) Efésios 4:30, 31 afirma que o Espírito é entristecido com a gritaria;
b) 1 Coríntios 14:33 ensina que “Deus não é Deus de desordem, mas de paz. Como em todas as congregações dos santos”, ou seja: até mesmo nas igrejas pentecostais Ele quer ser um Deus de ordem e de paz.
c) 1 Coríntios 14:40 mostra que o culto que agrada ao Senhor “deve ser feito com decência e ordem”.
d) Gálatas 5:22, 23 deixa claro que, no momento em que uma pessoa é tomada pelo Espírito, ela revela em sua vida nove qualidades de caráter, entre elas: paz (v. 22), mansidão e domínio próprio (v. 23).
Essas características do caráter do Espírito Santo nos impedem de aceitar que as manifestações em muitos (não todos!) meios pentecostais sejam realmente de origem divina. Se em um culto, mesmo que o nome de Deus seja pronunciado (Conferir Mateus 7:21-23), as pessoas manifestam atitudes e comportamentos diferentes daqueles que o Espírito divino possui, conforme vimos nos textos acima, isso é suficiente para provar-nos que “outro espírito” é quem está por trás de tais fenômenos.
5º: Marcos 9:17 e 18 diz que o espírito que faz as pessoas caírem é o espírito do demônio. Veja que texto forte e, ao mesmo tempo, esclarecedor:
“Um homem, no meio da multidão, respondeu: ‘Mestre, eu te trouxe o meu filho, que está com um espírito que o impede de falar. Onde quer que o apanhe, joga-o no chão. Ele espuma pela boca, range os dentes e fica rígido. Pedi aos teus discípulos que expulsassem o espírito, mas eles não conseguiram’’

"Mas o fruto do Espírito é... mansidão e domínio próprio" (Gl 5:22, 23)
O Espírito Santo sempre quer erguer o crente e nunca jogá-lo no chão. Veja que, ao Cristo expulsar o demônio do menino (leia Marcos 9:14-29), o Salvador “tomou-o pela mão e o levantou, e ele ficou em pé”(v. 27).
Portanto, não há dúvidas: o “cair no Espírito”, mesmo fazendo parte da vida de muitos cristãos sinceros e verdadeiros filhos de Deus, é uma manifestação demoníaca, com o objetivo de confundir as pessoas e apresentá-las uma imagem distorcida do divino e manso Espírito Santo.

O inimigo conhece o grande potencial dos irmãos pentecostais
O inimigo de Deus sabe que muitos amigos pentecostais são candidatos à vida eterna e salvos em Cristo. Tem ciência do quanto o Espírito Santo os usa para relembrar aos demais cristãos sobre a importância dos dons espirituais para a edificação da igreja e conclusão da obra de evangelização mundial.
Por isso, através de manifestações sobrenaturais que dão uma sensação aparentemente agradável aos que são possuídos por tal espírito, o Diabo quer impedi-los de terem uma experiência verdadeira com o Espírito. O inimigo, através de tal contrafação do Espírito, quer impedir que os irmãos aprendam a apreciar um culto tranquilo, racional (Rm 12:1, 2) e que tenha a emoção na medida certa (Fp 4:4), do jeito certo (1Co 14:33, 40).
Muito cuidado, irmãos. Uma das principais obras satânicas nesses últimos dias é contrafazer a obra do Espírito Santo. Ele sabe que o Espírito é o “outro consolador” divino (Jo 14:16), que glorifica a Jesus Cristo e o plano de salvação (Jo 16:14), nos convence “do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16:8), guia-nos a “toda a verdade” (Jo 16:13) e santifica a nossa vida (Rm 6:23). O Diabo sabe que nesse processo de santificação o Espírito nos torna parecidos com Jesus através do novo nascimento (Jo 3:1-8) e “escreve” os princípios morais da Lei de Deus em nosso coração (Hb 8:10).
Por isso, não é do interesse do demônio que as pessoas tenham um conhecimento pleno (e correto) da Pessoa e da Obra do Espírito Santo. Afinal, através de um falso espírito santo, ele pode desencaminhar muitos e levá-los a seguir pelo caminho largo, que leva à perdição (Mt 7:13, 14).
O inimigo não vai atrás de quem já é dele. Por isso, meu irmão pentecostal, se você “cai no espírito”, peça a Deus discernimento e coloque a Revelação bíblica acima dos seus sentimentos. Leia esse artigo com oração e mente disposta (Jr 15:16) a conhecer cada vez mais esse Deus que tanto lhe ama (Jr 31:3). Submeta-se a Ele (Tg 4:7) e preste-Lhe um culto alegre (Fp 4:4) e racional ao mesmo tempo (Rm 12:1, 2), para que sua mente receba todas as verdades que o Espírito Santo quer lhe comunicar para sua felicidade presente e eterna:
“Quer você se volte para a direita quer para a esquerda, uma voz atrás de você lhe dirá: ‘Este é o caminho; siga-o’” (Is 30:21).
Um abraço do amigo e irmão em Cristo,

Leandro Quadros
[www.leandroquadros.com.br]

domingo, 12 de julho de 2015

HERMENÊUTICA

www.carmelagrune.com.br

 INTRODUÇÃO



Segundo o dicionário Aurélio Hermenêuticas significa: 1 Interpretação do sentido das palavras. 2 Arte de interpretar leis, códices, textos sagrados, etc. Então hermenêutica é a arte de interpretar os textos bíblicos buscando o seu sentido original.
Os métodos de interpretação de cada denominação mostram como elas interpretam a bíblia. O grande problema é que se alguém não utiliza o método correto a interpretação não irá mostrar o que o autor bíblico quis falar.
Gerhard Ebeling sugere “a história do Cristianismo é a história da exposição das escrituras” A Familiaridade com os diferentes métodos de interpretação bíblica é fundamental para a compreensão dos debates em torno das doutrinas bíblicas.  (Timm, Alberto R.- O Sábado na bíblia, pag. 11)

 MÉTODOS


Para podermos conseguir as respostas das perguntas: por que existem tantas igrejas? Por que tantas doutrinas diferentes? Por que do mesmo texto existem várias interpretações? É preciso conhecer os diversos tipos de métodos de interpretação e quais os seus princípios.
O Dr. Alberto R. Timm no seu livro “O Sábado na Bíblia” expõem os seguintes métodos:
Alegórico: Método criado no período pós-apostólico que utilizava a filosofia grega que buscava o verdadeiro sentido das escrituras procurando um sentido moral e espiritual. Orígenes de Alexandria (185 – 254) cria que o texto bíblico possuía três sentidos o literal, o moral e o espiritual.
Critico Histórico: Recebeu significado no fim do século XVIII com o surgimento do racionalismo iluminista que trata o texto bíblico como produto do sociocultural em que o texto foi escrito.
Dispensacionalista: Popularizado no fim do século XIX e inicio XX entre os evangélicos norte-americanos divide a história da humanidade em 7 (sete) dispensações ou períodos diferentes.
Gramatico Histórico: Método criado durante o período da reforma com base nos princípios desenvolvidos por Lutero e combinada com os avanços na analise textual e gramatico-histórica na renascença. Este método é utilizado atualmente pela erudição evangélica conservadora.
Dentre estes métodos citados acimas podemos destacar os dois principais: Critico-Histórico e Gramatico-Histórico. Segue abaixo uma pequena tabela mostrando as suas principais diferenças em relação aos procedimentos hermenêuticos básicos.
Crítico-histórico
Gramático-histórico
Critica Literária (Fonte): Tentativa de reconstruir hipoteticamente e compreender o processo de Desenvolvimento literário que conduziu a forma atual do texto, baseada na suposição de que as escrituras são produtos das situações vitais da comunidade que as produziu (muitas vezes em oposição as declarações especificas sobre a origem e natureza das fontes)
Analise Literária: Exame das características literárias dos materiais bíblicos em sua forma canônica aceitando a unicidade das partes da escritura que são apresentadas como tais, e aceitando como literais as declarações escrituristicas especificas sobre a origem e natureza dos materiais bíblicos.
Crítica da Forma: Tentativa de reconstruir hipoteticamente o desenvolvimento Pré-literário (oral) por trás das diversas formas literárias, com base na suposição de que o material bíblico possui uma pré-história oral semelhante à literatura folclórica , e surge de tradições formadas de acordo com as leis que governam o desenvolvimento do folclore.
Analise da Forma: Tentativa de descrever e classificar diversos tipos de estilo literários encontrados na forma canônica da Escritura, aceitando literalmente as situações vitais de cada forma conforme indicadas pelos dados bíblicos.
Crítica da redação: Tentativa de descobrir e descrever as situações vitais, as motivações sociológicas e teológicas que determinam a base sobre a qual o redator o selecionou, motivou, reconstruiu editou, alterou ou fez acréscimos materiais tradicionais, a fim de faze-los dizer o que era apropriado dentro da própria situação vital, de acordo com seus próprios interesses teológicos cada redator adotava uma teologia e situação vital singular, que diferia (e muitas vezes contradizia) suas fontes e outros redatores.
Analise teológica dos livros bíblicos: estudo da ênfase teológica de cada escritor da bíblia (de acordo com seu modo de pensar e capacidade de compreensão), dentro do contexto mais amplo da unidade de toda a escritura, que torna possível a Bíblia ser seu próprio interprete e estarem as diversas ênfase teológicas em harmonia umas com as outras.
História da Tradição: Tentativa de reconstruir estágio por estágio, a história pré-composicional das tradições conforme transmitida oralmente, de geração a geração, até sua forma escrita interpretativa.
Analise diacrônica (temática): Tentativa de reconstruir cronologicamente o desenvolvimento de diversos temas e motivos ao longo da bíblia em sua forma canônica; baseada na composição escriturística de que Deus concedeu Revelação (progressiva) às gerações posteriores a qual, contudo, se acha em plena harmonia com todas as revelações prévias.
Crítica do cânon: Tentativa de Reconstruir a situação vital (Forças sociológicas e teológicas) da sinagoga e da igreja primitiva que determinaram a forma e os conteúdos atuais do cânon bíblico; supõe que forças humanas explicam o processo de canonização.
História do cânon: Exame de processo de canonização da escritura, supondo que os critérios para canonicidade são inerentes aos materiais bíblicos conforme inspiração por Deus, e que o Espirito Santo guiou as comunidades judaicas e cristã a reconhecerem os livros canônicos,   veículos de preservação do testemunho dos escritores bíblicos.

FILTROS PESSOAIS


O Dr. Timm também traz no mesmo livro alguns filtros pessoais que são:
Tradicionais: Limitam a interpretação bíblica as tradições eclesiásticas Predominante.
Racionalistas: Colocam a razão humana acima das escrituras aceitando delas apenas as porções que melhor se encaixam com sua moldura ideológicas e mais se harmonizam com sua forma de pensar.
Culturalistas: Distorcem o sentido obvio das escrituras através de releituras culturalmente condicionada. Para eles, a própria essência mensagem bíblica deve ser contextualizada ás diferentes culturas modernas, sem exercer influência transformadora sobre os respectivos contextos culturais.
Carismáticos: Tendem a substituir o conteúdo objetivo da bíblia a por suas subjetivas experiências pessoais. Costumam aceitar da bíblia das escrituras apenas as partes nas quais tiveram alguma revelação pessoal.
Familista: Colocam seus vínculos familiares acima da palavra de Deus.
Concluindo o seu capitulo sobre hermenêutica o Dr. Timm sita alguns princípios que são:
Exclusividade da Bíblia: Utilizar a palavra de Deus como regra de fé excluindo qualquer pensamento humano ou experiência pessoal que contradizem as escrituras sagradas (Mt 15:3,6,9; Is 55:8,9; Mt 7:21-23).
Totalidade da Bíblia: Deve considerar toda a bíblia como a palavra de Deus e útil para os nossos dias (Jo 16:13; Mt 4:4; Dt 8:3; Mt 28:20; II Tm 3:16)
Desenvolvimento Natural da Bíblia: Considerar a bíblia como sua própria não impondo sobre ela interpretações artificiais extra bíblicas.
Interpretação Literal do Texto Bíblico: Interpretar o texto bíblico literalmente com exceção dos textos que claramente demonstram simbolismo.
Rejeição das Falsas Analogias: Não utilizar textos para provar outro que trata de assunto diferente não sugerido pelo autor.

Reconhecimento do Caráter Normativo e Universal dos Ensinos Bíblicos: Reconhecer que na bíblia existem princípios universais que devem ser seguidos por todas as pessoas das mais diversas sociedades e culturas.

Conclusão



De ante de tudo o que foi exposto podemos perceber que apesar de existirem vários métodos de interpretação bíblica o método mais indicado para executa-la é o Gramatico-histórico, pois além de ter surgido com reformadores é o método que traz uma cunho de profundo estudo da bíblia em nível acadêmico não perdendo a conexão de Deus como todo poderoso que protegeu sua palavra e guiou na seleção do Cânon bíblico e como interpretes da bíblia não devemos fazer filtros pessoais, pois estes irão nos impedir de extrair do texto o que o autor bíblico realmente queria transmitir.

Referencias


TIMM, Alberto R., O sábado na bíblia
Tratado de Teologia  Adventista
www.hermeneutica.com/principios
doutorhermeneutica.blogspot.com/
dispensacao.blogspot.com/2013/.../a-verdade-dispensacional
www.mackenzie.com.br/dilema.html