Existem vários discursões sobre a origem da semana com sete 7 dias, mas
o mais aceito é que tanto os babilônios como os hebreus possuíam um calendário
com 7 dias na semana, e alguns cogitam que essa separação de uma semana em 7
dias se deu por causa do ciclo da lua que muda a sua forma visível em 7 dias e
algumas horas.
Mas a bíblia traz um relato interessante em
Genesis 2: 1-3 que diz:
“Assim os céus, a terra e todo o
seu exército foram acabados. E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que
fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou
Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que
Deus criara e fizera.” Gênesis 2:1-3
O assiriologista alemão Friedrich Delistzch
crê que o sábado originou-se na babilônia. Julian Morgenstern acredita que tal
observância surgiu no contexto da cultura canaanita. Já Curthbert A. Simpson
alega que o sábado era uma reminiscência da suposta “adoração da deusa Lua”
pelos próprios israelitas em suas peregrinações no deserto. Paul K. Jewett
reflete a teoria mais popular de que a guarda do dia de sábado só ocorreu após
o êxodo. Mas será que algum deles está correto? Será que a guarda do sábado é
um plagio de outros povos ou ela foi dada para o povo hebreu apenas após o
êxodo? Que tal discutimos estas teorias?
A babilônia surgiu em torno de 1894 a.C. e o êxodo foi
aproximadamente no ano de 1445 a.C. e neste mesmo ano Moises recebeu os Dez
Mandamentos cujo o quarto mandamento diz:
“Lembra-te do dia do sábado, para
o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia
é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho,
nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu
estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor
os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou;
portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.” Êxodo 20:8-11
Sendo assim, os Judeus
já guardavam o sábado antes do exilio babilônico em 586 a.C., mas por que os
babilônicos possuíam o calendário de 7 dias? Ou eles realmente utilizavam o
ciclo da lua ou estavam seguindo uma tradição que vinha do relato bíblico
original que seus antepassados conheceram e passaram de geração a geração.
O sábado também não
poderia ter surgido de um contexto canaanita, pois se isto tivesse acontecido
eles teriam adquiridos outras práticas destes povos como, por exemplo, o
politeísmo, imagens para representar os seus Deuses ou até mesmo o sacrifício
humano e orgias sexuais nos cultos já que estas práticas eram comuns naquele
local principalmente naquela época.
O Sábado como adoração
a deusa lua seria um absurdo, pois os hebreus eram monoteísta e possuíam Yahweh
como o único.
Quanto o sábado dado
penas depois do êxodo possui um problema, pois a guarda do sábado foi
instituída na criação (Gn 2:1-3) quando Deus abençoou, santificou e descansou no
sétimo dia e ainda mais se o sábado tivesse sido dado após o êxodo então por
que os hebreus não levaram consigo ciclo semanal de 10 dias que possuíam os
egípcios? Talvez por que eles já guardavam o sábado bem antes do êxodo.
1.1 Genesis
1-11
Os defensores do método Crítico-histórico
negam a literalidade do relato do Genesis 1-11, sugerindo que o conteúdo é
apenas mitológico, mas será que eles estão certo?
Para bordar este tema gostaria de dividi-lo
em dois, primeiro: relatos históricos e segundo: o relato bíblico.
‘’
a)
Relatos históricos
O relato bíblico pode até, em alguns
momentos, parecer difíceis de acreditar se tentarmos pensar neles de maneira
literal. Mas, contudo, os tribunais também estão cheios de histórias difíceis
de acreditar que se comprovaram verdadeiras.
O que devemos fazer é procurar uma outra
pessoa, que não tem nada em comum com o primeiro relato, que pudesse comprovar
a história. Uma pessoa sozinha pode ser capaz de mentir, mas várias pessoas que
nunca tiveram contato relatar o mesmo fato, mesmo que seja de forma diferente, dificilmente
estarão mentindo e este relato possui uma grande chance de ser verdade.
Será que encontramos algum outro povo que
não teve contato com o povo hebreu que pudesse comprovar o relato bíblico do Gênesis
1-11? Pois se Adão realmente foi o primeiro ser humano vários outros povos
contariam a sua história, pois todos os povos vieram dele. Devemos lembrar que
nenhuma pessoa conta mesmo fato da mesma forma é possível que haja pequenas
diferenças, mas o fato principal permanecerá. Da mesma forma que várias
testemunhas de um homicídio não contam o fato da mesma forma e até mesmo possui
pequenas contradições, mas não estão mentindo, pois contam o mesmo fato de
perspectivas diferentes, porém o fato principal que é o homicídio todos
concordam. Então pergunto novamente existe algum outro povo que não possui
vinculo nenhum com o povo hebreu que possui relatos parecidos? Por mais
incrível que pareça estes relatos existem e em uma quantidade muito maior que
necessário para provar o relato bíblico.
Milhares de tabletes cuneiformes foram
encontrados na mesopotâmia contendo relatos de como teria sido o início da
humanidade. Uma coincidência que chamou muito a atenção dos pesquisadores foi o
nome do primeiro homem segundo estas antigas tradições. A grafia do seu nome
mudava um pouco de acordo com cada região, mas eram muito parecidos alguns
deles são: Adamu, Adime, Adapa, Alulim, Alorus, Atûm, Adumuzi e outros. Ao
olharmos para bíblia podemos perceber que estes nomes são muito parecidos com o
nome “adam” em hebraico, talvez todos eles seriam variações do mesmo nome.
Possivelmente sejam o mesmo nome só que em línguas diferentes. Seria como hoje
conhecermos alguém com o nome de Miguel que em inglês é Michael e em francês
Michel. Apesar de que existem diferenças idiomáticas, mas podemos perceber que
existe algum tipo de raiz temática que acompanha a todos estes nomes.
Os tabletes cuneiformes mesopotâmicos
revelaram que existia uma antiga tradição da existência do primeiro homem que
eles chamam de Adapa. E este nome é muito semelhante ao nome Adam em hebraico
ou Adão em português. Desta história já foram encontrados 4 fragmentos sendo 3
deles da biblioteca de Assurbanipal, século 7º a.C., da cidade de Nínive e o
mais extenso é da biblioteca de El
Amarna que funcionava na época do faraó Arquenaton que foi escrito no 14º
século antes de cristo.
Segundo
estes escritos antigos o primeiro homem se chamava Adapa que recebeu dos deuses
uma grande sabedoria, mas ele não era naturalmente imortal. Adapar era filho,
através da criação, do deus Eá que morava na cidade de Eridú. O mais curioso é
que Eridú vem da mesma raiz etimológica que Éden e Edenu que querem dizer
paraíso ou planura e outra curiosidade é que Lucas na genealogia de Cristo
chama Adão de filho de Deus da mesma forma que no mito de Adapa (Lc 3:38). Adapa
também foi tentado sendo que pelo deus Anú que disse que se ele comesse do “pão
e agua da vida” ele seria imortal como os deuses. Estas palavras são parecidas
com as palavras da serpente que disse para Erva que se comesse do fruto proibido
ela não morreria e seria como Deus (Gn 3: 4,5).
Esta e outras várias histórias semelhantes
foram encontradas em várias partes da mesopotâmia. Outra história parecida é
encontrada no épico Babilônico de Gilgamesh em que Ekidú passa a ser um
“conhecedor” e por isso se tornou igual aos deuses.
Um tablete encontrado 1934 a 23km de Nínive
revela uma lista de reis assírios que viveram em tendas sendo Tudia o primeiro
nome da lista e o segundo nome Adamu que possivelmente seu nome tenha vindo de
um ancestral famoso e por que não supor esse nome tenha vindo do Adão do Éden?
Estas são apenas algumas histórias vinda do
oriente médio, mas ainda existem várias outras que trazem histórias parecidas
como a Arca de Noé e a torre de Babel.
Fazendo um estudo comparativo pelo menos 6
pontos comuns do relato bíblico com as antigas histórias do oriente médio,
entre elas estão:
1-
A criação e a desobediência de um casal humano que
perde o paraíso;
2-
A maldição que trazida pela desobediência, trazendo
a morte aos habitantes da terra;
3-
O início da família humana marcada pelo homicídio
causado por irmãos;
4-
A humanidade se torna má e, por isso, é destruída
pelos deuses através de um diluvio;
5-
O perecimento de quase toda humanidade, menos de
alguns que são preservados pelos deuses;
6-
Uma confusão de idiomas que espalha os homens pelos
4 cantos da terra.
Estes paralelos quebraram a tese de que o
relato bíblico foram apenas mitos criados por Moises, mas alguns agora dizem
que o relato do Genesis não passa de um plágio dos relatos mesopotâmicos
anteriormente existente, contudo, desmentindo este pensamento o Dr Kenneth A.
Kitchen Professor Emérito de Egiptologia da universidade de Liverpool, disse
que este tipo de pensamento é equivocado, pois o comum é que os relatos e as
tradições surjam por acréscimo por embelezamento, mas não o contrário. Em suas
próprias palavras ele diz: “No antigo oriente, as lendas não eram simplificadas
para se tornar pseudo-histórias, como tem sido sugerido no Gênesis”.
O Gênesis possui uma forma tão simplificada
que parecer ser uma correção dos relatos que o antecede. A prova disso é que
entre todos os textos ele é o único que apresenta o monoteísmo clássico.
Até mesmo o Judeu Levi-Strauss, que
considerava o relato do Gênesis um mito, foi forçado em admitir que “Grande
surpresa e Perplexidade surgem do fato que esses temas básicos para os mitos da
criação são, mundialmente, os mesmos em diferentes áreas do globo,
principalmente fora do antigo Oriente Médio.
Se o relato bíblico
fosse um mito ou um plágio de outras lendas da mesopotâmia ele não seria tão
amplamente divulgado entre povos de vários locais do mundo que não tinham
nenhum contato com as escrituras hebraicas ou com os povos da terra bíblica.
Foi uma grande surpresa para os missionários encontrar entre tribos isoladas da
América tradições com relatos parecidos com o que está escrito no Genesis um
exemplo disso está escrito no livro “A eternidade em seus corações” escrito
pelo missiologo Dom Richardson.
No norte de Calcutá na
Índia existe um povo chamado santal que possui uma tradição muito antiga que
dizia que o primeiro homem foi formado do barro pelo deus Tarkigiu e o seu nome
era Haran que parece muito com o nome Adam em hebraico. Depois foi criada a
mulher e foram colocados em um jardim chamados Pipirí onde foram tentados e
caíram em tentação depois dormiram e quando acordaram perceberam que estavam
nus.
Todas estas histórias
mostram que tanto o relato bíblico como estas tradições por todo o mundo saíram
do mesmo relato que tiveram como ponto de encontro a história de Adão e Eva. As
diferenças podem ter surgido com o passar do tempo e com o mergulho dos descendentes
de Adão nas religiões politeístas.
Cientes de todas estas
infamações podemos concluir que o relato bíblico é real e literal, pois se não
o fosse ele não estaria tão espalhado por todo o mundo.
b)
O relato Bíblico
A própria bíblia mostra que o relato de
Genesis 1-11 é literal, nós poderemos ver isso nos seguintes textos:
O
quarto mandamento
“Porque em seis dias fez o Senhor os céus
e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto
abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.” Êxodo 20:11
Este texto considera os
seis dias da criação como seis dias literais e de 24 horas e a palavra
utilizada para dia é Yon que quer dizer dia de 24h.
Deus fez o homem e a mulher
Neste texto Jesus considera
a criação de Adão e Eva como algo literal e não uma consequência de fatos
evolutivos.
A entrada do pecado no mundo
“Portanto, como por um homem entrou o
pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os
homens por isso que todos pecaram.” Romanos 5:12
Este texto considera
que o pecado entrou mundo por causa de um único homem, ou seja, através de
Adão.
O dilúvio
“E, como foi nos dias de Noé, assim será também
a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao
dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé
entrou na arca, E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos,
assim será também a vinda do Filho do homem.” Mateus 24:37-39
Este texto considera o
relato do Dilúvio como algo literal e universal.
A Genealógia
“E Judá de Jacó, e Jacó de Isaque, e Isaque de
Abraão, e Abraão de Terá, e Terá de Nacor, E Nacor de Seruque, e Seruque de
Ragaú, e Ragaú de Fáleque, e Fáleque de Eber, e Eber de Salá, E Salá de Cainã,
e Cainã de Arfaxade, e Arfaxade de Sem, e Sem de Noé, e Noé de Lameque, E
Lameque de Matusalém, e Matusalém de Enoque, e Enoque de Jarete, e Jarete de
Maleleel, e Maleleel de Cainã, E Cainã de Enos, e Enos de Sete, e Sete de Adão,
e Adão de Deus.” Lucas 3:34-38
Os personagens descritos nos
capítulos de Genesis 1-11 são tratados como seres reais e literais de tal forma
que fazem parte da genealogia de Cristo.
Deus
como Criador
“Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e
dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o
céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” Apocalipse 14:7
Este texto considera Deus como criador da mesma forma que é descrita em
Gênesis 1-11.
Desta forma fica
insustentável a tese de que Gênesis 1-11 passa apenas de mito criado por Moises
devendo ser interpretado de forma Alegórica, pois tanto os relatos
extrabiblicos quanto a própria bíblia consideram estas passagens como algo
literal.
obs: referencias apenas na ultima parte.
obs: referencias apenas na ultima parte.
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