quarta-feira, 9 de novembro de 2016

o sabado parte 3: A origem do sábado

Existem vários discursões sobre a origem da semana com sete 7 dias, mas o mais aceito é que tanto os babilônios como os hebreus possuíam um calendário com 7 dias na semana, e alguns cogitam que essa separação de uma semana em 7 dias se deu por causa do ciclo da lua que muda a sua forma visível em 7 dias e algumas horas.
Mas a bíblia traz um relato interessante em Genesis 2: 1-3 que diz:
“Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados. E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera.” Gênesis 2:1-3
O assiriologista alemão Friedrich Delistzch crê que o sábado originou-se na babilônia. Julian Morgenstern acredita que tal observância surgiu no contexto da cultura canaanita. Já Curthbert A. Simpson alega que o sábado era uma reminiscência da suposta “adoração da deusa Lua” pelos próprios israelitas em suas peregrinações no deserto. Paul K. Jewett reflete a teoria mais popular de que a guarda do dia de sábado só ocorreu após o êxodo. Mas será que algum deles está correto? Será que a guarda do sábado é um plagio de outros povos ou ela foi dada para o povo hebreu apenas após o êxodo? Que tal discutimos estas teorias?
A babilônia surgiu em torno de 1894 a.C. e o êxodo foi aproximadamente no ano de 1445 a.C. e neste mesmo ano Moises recebeu os Dez Mandamentos cujo o quarto mandamento diz:
“Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.” Êxodo 20:8-11

            Sendo assim, os Judeus já guardavam o sábado antes do exilio babilônico em 586 a.C., mas por que os babilônicos possuíam o calendário de 7 dias? Ou eles realmente utilizavam o ciclo da lua ou estavam seguindo uma tradição que vinha do relato bíblico original que seus antepassados conheceram e passaram de geração a geração.
            O sábado também não poderia ter surgido de um contexto canaanita, pois se isto tivesse acontecido eles teriam adquiridos outras práticas destes povos como, por exemplo, o politeísmo, imagens para representar os seus Deuses ou até mesmo o sacrifício humano e orgias sexuais nos cultos já que estas práticas eram comuns naquele local principalmente naquela época.
            O Sábado como adoração a deusa lua seria um absurdo, pois os hebreus eram monoteísta e possuíam Yahweh como o único.
            Quanto o sábado dado penas depois do êxodo possui um problema, pois a guarda do sábado foi instituída na criação (Gn 2:1-3) quando Deus abençoou, santificou e descansou no sétimo dia e ainda mais se o sábado tivesse sido dado após o êxodo então por que os hebreus não levaram consigo ciclo semanal de 10 dias que possuíam os egípcios? Talvez por que eles já guardavam o sábado bem antes do êxodo.
           

1.1 Genesis 1-11


Os defensores do método Crítico-histórico negam a literalidade do relato do Genesis 1-11, sugerindo que o conteúdo é apenas mitológico, mas será que eles estão certo?
Para bordar este tema gostaria de dividi-lo em dois, primeiro: relatos históricos e segundo: o relato bíblico.
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a)    Relatos históricos

O relato bíblico pode até, em alguns momentos, parecer difíceis de acreditar se tentarmos pensar neles de maneira literal. Mas, contudo, os tribunais também estão cheios de histórias difíceis de acreditar que se comprovaram verdadeiras.
O que devemos fazer é procurar uma outra pessoa, que não tem nada em comum com o primeiro relato, que pudesse comprovar a história. Uma pessoa sozinha pode ser capaz de mentir, mas várias pessoas que nunca tiveram contato relatar o mesmo fato, mesmo que seja de forma diferente, dificilmente estarão mentindo e este relato possui uma grande chance de ser verdade.
Será que encontramos algum outro povo que não teve contato com o povo hebreu que pudesse comprovar o relato bíblico do Gênesis 1-11? Pois se Adão realmente foi o primeiro ser humano vários outros povos contariam a sua história, pois todos os povos vieram dele. Devemos lembrar que nenhuma pessoa conta mesmo fato da mesma forma é possível que haja pequenas diferenças, mas o fato principal permanecerá. Da mesma forma que várias testemunhas de um homicídio não contam o fato da mesma forma e até mesmo possui pequenas contradições, mas não estão mentindo, pois contam o mesmo fato de perspectivas diferentes, porém o fato principal que é o homicídio todos concordam. Então pergunto novamente existe algum outro povo que não possui vinculo nenhum com o povo hebreu que possui relatos parecidos? Por mais incrível que pareça estes relatos existem e em uma quantidade muito maior que necessário para provar o relato bíblico.
Milhares de tabletes cuneiformes foram encontrados na mesopotâmia contendo relatos de como teria sido o início da humanidade. Uma coincidência que chamou muito a atenção dos pesquisadores foi o nome do primeiro homem segundo estas antigas tradições. A grafia do seu nome mudava um pouco de acordo com cada região, mas eram muito parecidos alguns deles são: Adamu, Adime, Adapa, Alulim, Alorus, Atûm, Adumuzi e outros. Ao olharmos para bíblia podemos perceber que estes nomes são muito parecidos com o nome “adam” em hebraico, talvez todos eles seriam variações do mesmo nome. Possivelmente sejam o mesmo nome só que em línguas diferentes. Seria como hoje conhecermos alguém com o nome de Miguel que em inglês é Michael e em francês Michel. Apesar de que existem diferenças idiomáticas, mas podemos perceber que existe algum tipo de raiz temática que acompanha a todos estes nomes.
Os tabletes cuneiformes mesopotâmicos revelaram que existia uma antiga tradição da existência do primeiro homem que eles chamam de Adapa. E este nome é muito semelhante ao nome Adam em hebraico ou Adão em português. Desta história já foram encontrados 4 fragmentos sendo 3 deles da biblioteca de Assurbanipal, século 7º a.C., da cidade de Nínive e o mais extenso é da biblioteca de El Amarna que funcionava na época do faraó Arquenaton que foi escrito no 14º século antes de cristo.
Segundo estes escritos antigos o primeiro homem se chamava Adapa que recebeu dos deuses uma grande sabedoria, mas ele não era naturalmente imortal. Adapar era filho, através da criação, do deus Eá que morava na cidade de Eridú. O mais curioso é que Eridú vem da mesma raiz etimológica que Éden e Edenu que querem dizer paraíso ou planura e outra curiosidade é que Lucas na genealogia de Cristo chama Adão de filho de Deus da mesma forma que no mito de Adapa (Lc 3:38). Adapa também foi tentado sendo que pelo deus Anú que disse que se ele comesse do “pão e agua da vida” ele seria imortal como os deuses. Estas palavras são parecidas com as palavras da serpente que disse para Erva que se comesse do fruto proibido ela não morreria e seria como Deus (Gn 3: 4,5).
Esta e outras várias histórias semelhantes foram encontradas em várias partes da mesopotâmia. Outra história parecida é encontrada no épico Babilônico de Gilgamesh em que Ekidú passa a ser um “conhecedor” e por isso se tornou igual aos deuses.
Um tablete encontrado 1934 a 23km de Nínive revela uma lista de reis assírios que viveram em tendas sendo Tudia o primeiro nome da lista e o segundo nome Adamu que possivelmente seu nome tenha vindo de um ancestral famoso e por que não supor esse nome tenha vindo do Adão do Éden?
Estas são apenas algumas histórias vinda do oriente médio, mas ainda existem várias outras que trazem histórias parecidas como a Arca de Noé e a torre de Babel.
Fazendo um estudo comparativo pelo menos 6 pontos comuns do relato bíblico com as antigas histórias do oriente médio, entre elas estão:
1-    A criação e a desobediência de um casal humano que perde o paraíso;
2-    A maldição que trazida pela desobediência, trazendo a morte aos habitantes da terra;
3-    O início da família humana marcada pelo homicídio causado por irmãos;
4-    A humanidade se torna má e, por isso, é destruída pelos deuses através de um diluvio;
5-    O perecimento de quase toda humanidade, menos de alguns que são preservados pelos deuses;
6-    Uma confusão de idiomas que espalha os homens pelos 4 cantos da terra.
Estes paralelos quebraram a tese de que o relato bíblico foram apenas mitos criados por Moises, mas alguns agora dizem que o relato do Genesis não passa de um plágio dos relatos mesopotâmicos anteriormente existente, contudo, desmentindo este pensamento o Dr Kenneth A. Kitchen Professor Emérito de Egiptologia da universidade de Liverpool, disse que este tipo de pensamento é equivocado, pois o comum é que os relatos e as tradições surjam por acréscimo por embelezamento, mas não o contrário. Em suas próprias palavras ele diz: “No antigo oriente, as lendas não eram simplificadas para se tornar pseudo-histórias, como tem sido sugerido no Gênesis”.
O Gênesis possui uma forma tão simplificada que parecer ser uma correção dos relatos que o antecede. A prova disso é que entre todos os textos ele é o único que apresenta o monoteísmo clássico.
Até mesmo o Judeu Levi-Strauss, que considerava o relato do Gênesis um mito, foi forçado em admitir que “Grande surpresa e Perplexidade surgem do fato que esses temas básicos para os mitos da criação são, mundialmente, os mesmos em diferentes áreas do globo, principalmente fora do antigo Oriente Médio.
            Se o relato bíblico fosse um mito ou um plágio de outras lendas da mesopotâmia ele não seria tão amplamente divulgado entre povos de vários locais do mundo que não tinham nenhum contato com as escrituras hebraicas ou com os povos da terra bíblica. Foi uma grande surpresa para os missionários encontrar entre tribos isoladas da América tradições com relatos parecidos com o que está escrito no Genesis um exemplo disso está escrito no livro “A eternidade em seus corações” escrito pelo missiologo Dom Richardson.
            No norte de Calcutá na Índia existe um povo chamado santal que possui uma tradição muito antiga que dizia que o primeiro homem foi formado do barro pelo deus Tarkigiu e o seu nome era Haran que parece muito com o nome Adam em hebraico. Depois foi criada a mulher e foram colocados em um jardim chamados Pipirí onde foram tentados e caíram em tentação depois dormiram e quando acordaram perceberam que estavam nus.
            Todas estas histórias mostram que tanto o relato bíblico como estas tradições por todo o mundo saíram do mesmo relato que tiveram como ponto de encontro a história de Adão e Eva. As diferenças podem ter surgido com o passar do tempo e com o mergulho dos descendentes de Adão nas religiões politeístas.
            Cientes de todas estas infamações podemos concluir que o relato bíblico é real e literal, pois se não o fosse ele não estaria tão espalhado por todo o mundo.

b)   O relato Bíblico

A própria bíblia mostra que o relato de Genesis 1-11 é literal, nós poderemos ver isso nos seguintes textos:

O quarto mandamento

“Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.” Êxodo 20:11

            Este texto considera os seis dias da criação como seis dias literais e de 24 horas e a palavra utilizada para dia é Yon que quer dizer dia de 24h.

            Deus fez o homem e a mulher

Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea.
Marcos 10:6

            Neste texto Jesus considera a criação de Adão e Eva como algo literal e não uma consequência de fatos evolutivos.

            A entrada do pecado no mundo

“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” Romanos 5:12

            Este texto considera que o pecado entrou mundo por causa de um único homem, ou seja, através de Adão.

            O dilúvio

“E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem.” Mateus 24:37-39

            Este texto considera o relato do Dilúvio como algo literal e universal.

            A Genealógia

“E Judá de Jacó, e Jacó de Isaque, e Isaque de Abraão, e Abraão de Terá, e Terá de Nacor, E Nacor de Seruque, e Seruque de Ragaú, e Ragaú de Fáleque, e Fáleque de Eber, e Eber de Salá, E Salá de Cainã, e Cainã de Arfaxade, e Arfaxade de Sem, e Sem de Noé, e Noé de Lameque, E Lameque de Matusalém, e Matusalém de Enoque, e Enoque de Jarete, e Jarete de Maleleel, e Maleleel de Cainã, E Cainã de Enos, e Enos de Sete, e Sete de Adão, e Adão de Deus.” Lucas 3:34-38

            Os personagens descritos nos capítulos de Genesis 1-11 são tratados como seres reais e literais de tal forma que fazem parte da genealogia de Cristo.

            Deus como Criador

“Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” Apocalipse 14:7

Este texto considera Deus como criador da mesma forma que é descrita em Gênesis 1-11.


            Desta forma fica insustentável a tese de que Gênesis 1-11 passa apenas de mito criado por Moises devendo ser interpretado de forma Alegórica, pois tanto os relatos extrabiblicos quanto a própria bíblia consideram estas passagens como algo literal.

obs: referencias apenas na ultima parte.

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