INTRODUÇÃO
Segundo o dicionário Aurélio
Hermenêuticas significa: 1 Interpretação do sentido das palavras. 2 Arte de
interpretar leis, códices, textos sagrados, etc. Então hermenêutica é a arte de
interpretar os textos bíblicos buscando o seu sentido original.
Os métodos de interpretação de
cada denominação mostram como elas interpretam a bíblia. O grande problema é
que se alguém não utiliza o método correto a interpretação não irá mostrar o
que o autor bíblico quis falar.
Gerhard Ebeling sugere “a
história do Cristianismo é a história da exposição das escrituras” A
Familiaridade com os diferentes métodos de interpretação bíblica é fundamental
para a compreensão dos debates em torno das doutrinas bíblicas. (Timm, Alberto R.- O Sábado na bíblia, pag.
11)
MÉTODOS
Para podermos conseguir as
respostas das perguntas: por que existem tantas igrejas? Por que tantas
doutrinas diferentes? Por que do mesmo texto existem várias interpretações? É
preciso conhecer os diversos tipos de métodos de interpretação e quais os seus
princípios.
O Dr. Alberto R. Timm no seu
livro “O Sábado na Bíblia” expõem os seguintes métodos:
Alegórico: Método criado no período pós-apostólico que utilizava a
filosofia grega que buscava o verdadeiro sentido das escrituras procurando um
sentido moral e espiritual. Orígenes de Alexandria (185 – 254) cria que o texto
bíblico possuía três sentidos o literal, o moral e o espiritual.
Critico Histórico: Recebeu significado no fim do século XVIII com o
surgimento do racionalismo iluminista que trata o texto bíblico como produto do
sociocultural em que o texto foi escrito.
Dispensacionalista: Popularizado no fim do século XIX e inicio XX
entre os evangélicos norte-americanos divide a história da humanidade em 7
(sete) dispensações ou períodos diferentes.
Gramatico Histórico: Método criado durante o período da reforma com
base nos princípios desenvolvidos por Lutero e combinada com os avanços na
analise textual e gramatico-histórica na renascença. Este método é utilizado
atualmente pela erudição evangélica conservadora.
Dentre estes métodos citados
acimas podemos destacar os dois principais: Critico-Histórico e
Gramatico-Histórico. Segue abaixo uma pequena tabela mostrando as suas
principais diferenças em relação aos procedimentos hermenêuticos básicos.
Crítico-histórico
|
Gramático-histórico
|
Critica Literária (Fonte):
Tentativa de reconstruir hipoteticamente e compreender o processo de
Desenvolvimento literário que conduziu a forma atual do texto, baseada na
suposição de que as escrituras são produtos das situações vitais da
comunidade que as produziu (muitas vezes em oposição as declarações
especificas sobre a origem e natureza das fontes)
|
Analise Literária: Exame
das características literárias dos materiais bíblicos em sua forma canônica
aceitando a unicidade das partes da escritura que são apresentadas como tais,
e aceitando como literais as declarações escrituristicas especificas sobre a
origem e natureza dos materiais bíblicos.
|
Crítica da Forma:
Tentativa de reconstruir hipoteticamente o desenvolvimento Pré-literário
(oral) por trás das diversas formas literárias, com base na suposição de que
o material bíblico possui uma pré-história oral semelhante à literatura
folclórica , e surge de tradições formadas de acordo com as leis que governam
o desenvolvimento do folclore.
|
Analise da Forma:
Tentativa de descrever e classificar diversos tipos de estilo literários
encontrados na forma canônica da Escritura, aceitando literalmente as
situações vitais de cada forma conforme indicadas pelos dados bíblicos.
|
Crítica da redação:
Tentativa de descobrir e descrever as situações vitais, as motivações
sociológicas e teológicas que determinam a base sobre a qual o redator o
selecionou, motivou, reconstruiu editou, alterou ou fez acréscimos materiais
tradicionais, a fim de faze-los dizer o que era apropriado dentro da própria
situação vital, de acordo com seus próprios interesses teológicos cada
redator adotava uma teologia e situação vital singular, que diferia (e muitas
vezes contradizia) suas fontes e outros redatores.
|
Analise teológica dos livros
bíblicos: estudo da ênfase teológica de cada escritor da bíblia (de
acordo com seu modo de pensar e capacidade de compreensão), dentro do
contexto mais amplo da unidade de toda a escritura, que torna possível a
Bíblia ser seu próprio interprete e estarem as diversas ênfase teológicas em
harmonia umas com as outras.
|
História da Tradição:
Tentativa de reconstruir estágio por estágio, a história pré-composicional
das tradições conforme transmitida oralmente, de geração a geração, até sua
forma escrita interpretativa.
|
Analise diacrônica (temática):
Tentativa de reconstruir cronologicamente o desenvolvimento de diversos temas
e motivos ao longo da bíblia em sua forma canônica; baseada na composição
escriturística de que Deus concedeu Revelação (progressiva) às gerações
posteriores a qual, contudo, se acha em plena harmonia com todas as
revelações prévias.
|
Crítica do cânon:
Tentativa de Reconstruir a situação vital (Forças sociológicas e teológicas)
da sinagoga e da igreja primitiva que determinaram a forma e os conteúdos atuais
do cânon bíblico; supõe que forças humanas explicam o processo de
canonização.
|
História do cânon: Exame
de processo de canonização da escritura, supondo que os critérios para
canonicidade são inerentes aos materiais bíblicos conforme inspiração por Deus,
e que o Espirito Santo guiou as comunidades judaicas e cristã a reconhecerem
os livros canônicos, veículos de
preservação do testemunho dos escritores bíblicos.
|
FILTROS PESSOAIS
O Dr. Timm também traz no mesmo
livro alguns filtros pessoais que são:
Tradicionais: Limitam a interpretação bíblica as tradições
eclesiásticas Predominante.
Racionalistas: Colocam a razão humana acima das escrituras
aceitando delas apenas as porções que melhor se encaixam com sua moldura
ideológicas e mais se harmonizam com sua forma de pensar.
Culturalistas: Distorcem o sentido obvio das escrituras através de
releituras culturalmente condicionada. Para eles, a própria essência mensagem
bíblica deve ser contextualizada ás diferentes culturas modernas, sem exercer
influência transformadora sobre os respectivos contextos culturais.
Carismáticos: Tendem a substituir o conteúdo objetivo da bíblia a
por suas subjetivas experiências pessoais. Costumam aceitar da bíblia das
escrituras apenas as partes nas quais tiveram alguma revelação pessoal.
Familista: Colocam seus vínculos familiares acima da palavra de
Deus.
Concluindo o seu capitulo sobre
hermenêutica o Dr. Timm sita alguns princípios que são:
Exclusividade da Bíblia: Utilizar a palavra de Deus como regra de
fé excluindo qualquer pensamento humano ou experiência pessoal que contradizem
as escrituras sagradas (Mt 15:3,6,9; Is 55:8,9; Mt 7:21-23).
Totalidade da Bíblia: Deve considerar toda a bíblia como a palavra
de Deus e útil para os nossos dias (Jo 16:13; Mt 4:4; Dt 8:3; Mt 28:20; II Tm
3:16)
Desenvolvimento Natural da Bíblia: Considerar a bíblia como sua
própria não impondo sobre ela interpretações artificiais extra bíblicas.
Interpretação Literal do Texto Bíblico: Interpretar o texto bíblico
literalmente com exceção dos textos que claramente demonstram simbolismo.
Rejeição das Falsas Analogias: Não utilizar textos para provar
outro que trata de assunto diferente não sugerido pelo autor.
Reconhecimento do Caráter Normativo e Universal dos Ensinos Bíblicos:
Reconhecer que na bíblia existem princípios universais que devem ser seguidos
por todas as pessoas das mais diversas sociedades e culturas.
Conclusão
De ante de tudo o que foi exposto
podemos perceber que apesar de existirem vários métodos de interpretação
bíblica o método mais indicado para executa-la é o Gramatico-histórico, pois
além de ter surgido com reformadores é o método que traz uma cunho de profundo
estudo da bíblia em nível acadêmico não perdendo a conexão de Deus como todo
poderoso que protegeu sua palavra e guiou na seleção do Cânon bíblico e como
interpretes da bíblia não devemos fazer filtros pessoais, pois estes irão nos
impedir de extrair do texto o que o autor bíblico realmente queria transmitir.
Referencias
TIMM, Alberto R., O sábado na bíblia
Tratado de Teologia Adventista
www.hermeneutica.com/principios
doutorhermeneutica.blogspot.com/
dispensacao.blogspot.com/2013/.../a-verdade-dispensacional
www.mackenzie.com.br/dilema.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário