domingo, 12 de julho de 2015

HERMENÊUTICA

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 INTRODUÇÃO



Segundo o dicionário Aurélio Hermenêuticas significa: 1 Interpretação do sentido das palavras. 2 Arte de interpretar leis, códices, textos sagrados, etc. Então hermenêutica é a arte de interpretar os textos bíblicos buscando o seu sentido original.
Os métodos de interpretação de cada denominação mostram como elas interpretam a bíblia. O grande problema é que se alguém não utiliza o método correto a interpretação não irá mostrar o que o autor bíblico quis falar.
Gerhard Ebeling sugere “a história do Cristianismo é a história da exposição das escrituras” A Familiaridade com os diferentes métodos de interpretação bíblica é fundamental para a compreensão dos debates em torno das doutrinas bíblicas.  (Timm, Alberto R.- O Sábado na bíblia, pag. 11)

 MÉTODOS


Para podermos conseguir as respostas das perguntas: por que existem tantas igrejas? Por que tantas doutrinas diferentes? Por que do mesmo texto existem várias interpretações? É preciso conhecer os diversos tipos de métodos de interpretação e quais os seus princípios.
O Dr. Alberto R. Timm no seu livro “O Sábado na Bíblia” expõem os seguintes métodos:
Alegórico: Método criado no período pós-apostólico que utilizava a filosofia grega que buscava o verdadeiro sentido das escrituras procurando um sentido moral e espiritual. Orígenes de Alexandria (185 – 254) cria que o texto bíblico possuía três sentidos o literal, o moral e o espiritual.
Critico Histórico: Recebeu significado no fim do século XVIII com o surgimento do racionalismo iluminista que trata o texto bíblico como produto do sociocultural em que o texto foi escrito.
Dispensacionalista: Popularizado no fim do século XIX e inicio XX entre os evangélicos norte-americanos divide a história da humanidade em 7 (sete) dispensações ou períodos diferentes.
Gramatico Histórico: Método criado durante o período da reforma com base nos princípios desenvolvidos por Lutero e combinada com os avanços na analise textual e gramatico-histórica na renascença. Este método é utilizado atualmente pela erudição evangélica conservadora.
Dentre estes métodos citados acimas podemos destacar os dois principais: Critico-Histórico e Gramatico-Histórico. Segue abaixo uma pequena tabela mostrando as suas principais diferenças em relação aos procedimentos hermenêuticos básicos.
Crítico-histórico
Gramático-histórico
Critica Literária (Fonte): Tentativa de reconstruir hipoteticamente e compreender o processo de Desenvolvimento literário que conduziu a forma atual do texto, baseada na suposição de que as escrituras são produtos das situações vitais da comunidade que as produziu (muitas vezes em oposição as declarações especificas sobre a origem e natureza das fontes)
Analise Literária: Exame das características literárias dos materiais bíblicos em sua forma canônica aceitando a unicidade das partes da escritura que são apresentadas como tais, e aceitando como literais as declarações escrituristicas especificas sobre a origem e natureza dos materiais bíblicos.
Crítica da Forma: Tentativa de reconstruir hipoteticamente o desenvolvimento Pré-literário (oral) por trás das diversas formas literárias, com base na suposição de que o material bíblico possui uma pré-história oral semelhante à literatura folclórica , e surge de tradições formadas de acordo com as leis que governam o desenvolvimento do folclore.
Analise da Forma: Tentativa de descrever e classificar diversos tipos de estilo literários encontrados na forma canônica da Escritura, aceitando literalmente as situações vitais de cada forma conforme indicadas pelos dados bíblicos.
Crítica da redação: Tentativa de descobrir e descrever as situações vitais, as motivações sociológicas e teológicas que determinam a base sobre a qual o redator o selecionou, motivou, reconstruiu editou, alterou ou fez acréscimos materiais tradicionais, a fim de faze-los dizer o que era apropriado dentro da própria situação vital, de acordo com seus próprios interesses teológicos cada redator adotava uma teologia e situação vital singular, que diferia (e muitas vezes contradizia) suas fontes e outros redatores.
Analise teológica dos livros bíblicos: estudo da ênfase teológica de cada escritor da bíblia (de acordo com seu modo de pensar e capacidade de compreensão), dentro do contexto mais amplo da unidade de toda a escritura, que torna possível a Bíblia ser seu próprio interprete e estarem as diversas ênfase teológicas em harmonia umas com as outras.
História da Tradição: Tentativa de reconstruir estágio por estágio, a história pré-composicional das tradições conforme transmitida oralmente, de geração a geração, até sua forma escrita interpretativa.
Analise diacrônica (temática): Tentativa de reconstruir cronologicamente o desenvolvimento de diversos temas e motivos ao longo da bíblia em sua forma canônica; baseada na composição escriturística de que Deus concedeu Revelação (progressiva) às gerações posteriores a qual, contudo, se acha em plena harmonia com todas as revelações prévias.
Crítica do cânon: Tentativa de Reconstruir a situação vital (Forças sociológicas e teológicas) da sinagoga e da igreja primitiva que determinaram a forma e os conteúdos atuais do cânon bíblico; supõe que forças humanas explicam o processo de canonização.
História do cânon: Exame de processo de canonização da escritura, supondo que os critérios para canonicidade são inerentes aos materiais bíblicos conforme inspiração por Deus, e que o Espirito Santo guiou as comunidades judaicas e cristã a reconhecerem os livros canônicos,   veículos de preservação do testemunho dos escritores bíblicos.

FILTROS PESSOAIS


O Dr. Timm também traz no mesmo livro alguns filtros pessoais que são:
Tradicionais: Limitam a interpretação bíblica as tradições eclesiásticas Predominante.
Racionalistas: Colocam a razão humana acima das escrituras aceitando delas apenas as porções que melhor se encaixam com sua moldura ideológicas e mais se harmonizam com sua forma de pensar.
Culturalistas: Distorcem o sentido obvio das escrituras através de releituras culturalmente condicionada. Para eles, a própria essência mensagem bíblica deve ser contextualizada ás diferentes culturas modernas, sem exercer influência transformadora sobre os respectivos contextos culturais.
Carismáticos: Tendem a substituir o conteúdo objetivo da bíblia a por suas subjetivas experiências pessoais. Costumam aceitar da bíblia das escrituras apenas as partes nas quais tiveram alguma revelação pessoal.
Familista: Colocam seus vínculos familiares acima da palavra de Deus.
Concluindo o seu capitulo sobre hermenêutica o Dr. Timm sita alguns princípios que são:
Exclusividade da Bíblia: Utilizar a palavra de Deus como regra de fé excluindo qualquer pensamento humano ou experiência pessoal que contradizem as escrituras sagradas (Mt 15:3,6,9; Is 55:8,9; Mt 7:21-23).
Totalidade da Bíblia: Deve considerar toda a bíblia como a palavra de Deus e útil para os nossos dias (Jo 16:13; Mt 4:4; Dt 8:3; Mt 28:20; II Tm 3:16)
Desenvolvimento Natural da Bíblia: Considerar a bíblia como sua própria não impondo sobre ela interpretações artificiais extra bíblicas.
Interpretação Literal do Texto Bíblico: Interpretar o texto bíblico literalmente com exceção dos textos que claramente demonstram simbolismo.
Rejeição das Falsas Analogias: Não utilizar textos para provar outro que trata de assunto diferente não sugerido pelo autor.

Reconhecimento do Caráter Normativo e Universal dos Ensinos Bíblicos: Reconhecer que na bíblia existem princípios universais que devem ser seguidos por todas as pessoas das mais diversas sociedades e culturas.

Conclusão



De ante de tudo o que foi exposto podemos perceber que apesar de existirem vários métodos de interpretação bíblica o método mais indicado para executa-la é o Gramatico-histórico, pois além de ter surgido com reformadores é o método que traz uma cunho de profundo estudo da bíblia em nível acadêmico não perdendo a conexão de Deus como todo poderoso que protegeu sua palavra e guiou na seleção do Cânon bíblico e como interpretes da bíblia não devemos fazer filtros pessoais, pois estes irão nos impedir de extrair do texto o que o autor bíblico realmente queria transmitir.

Referencias


TIMM, Alberto R., O sábado na bíblia
Tratado de Teologia  Adventista
www.hermeneutica.com/principios
doutorhermeneutica.blogspot.com/
dispensacao.blogspot.com/2013/.../a-verdade-dispensacional
www.mackenzie.com.br/dilema.html

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