sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

O Sábado parte 7: Período pós apostólico

1.1 Segundo e terceiro século depois de Cristo

 

Apesar de não haver base bíblica para a mudança da guarda do sábado para o domingo, alguns dizem que esta mudança foi feita pelos pais da igreja e já que eles foram discípulos dos apóstolos ou viveram bem perto dos apóstolos e por eles terem guardado o domingo devemos hoje guarda-lo também.
Alguns argumentam que os pais da igreja guardavam o domingo com tanta firmeza que dá a entender que todos os pais da igreja guardavam este dia, mas a realidade não é essa. Além disto deveremos primeiro pensar “o que é mais importante a bíblia ou a declaração de alguns pais da igreja?” se a bíblia fala que devemos guardar o sábado então pouco importa o que alguns pais da igreja falaram. As suas cartas devem apenas ter valor histórico de como era o ponto de vista de algumas pessoas próxima dos apóstolos e não como regra de fé. Se formos levar como regra de fé tudo o que os pais da igreja falavam então teremos grandes problemas, pois tiveram pais da igreja que disseram que nem seus defensores seguem.
Mesmo tendo sido homens piedosos em suas épocas, não podemos fazer de tais homens nossa autoridade final em assuntos doutrinários. Isso por que “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens.” (At 5:29).
Veja no que alguns dos pais da igreja acreditavam e conclua por si mesmo se, em matéria de doutrina, eles são confiáveis 100%. As informações a seguir foram extraídas do livro Subtilezas do Erro (1981):
Inácio dizia que se torna assassino quem não jejua no sábado; defende a transubstanciação, considerando herege quem admite apenas o simbolismo da santa ceia e exalta demais a autoridade do bispo, pondo-a acima da de César, chegando ao cúmulo de afirmar que, quem não o consulta, segue a satanás.
Barnabé (se é que existiu tal personagem), diz que a lebre muda a cada ano o lugar da concepção, que a hiena muda de sexo anualmente, e a doninha concebe pela boca. Afirma que Abraão conhecia o alfabeto grego (séculos antes que tal alfabeto existisse) e alegoriza a Bíblia.
Justino ensinava, entre outros absurdos, que os anjos do céu comem maná e que Deus, no princípio do mundo, deu o sol para ser adorado.
Clemente de Alexandria sustenta que os gregos se salvam pela sua sabedoria; afirma que Abraão era sábio em astronomia e aritmética e que Platão era profeta evangélico.
Tertuliano diz regozijar-se com os sofrimentos dos ímpios no inferno. Afirma que os animais oram. Defende o purgatório e a oração pelos mortos.
Eusébio era ariano (negava a Divindade de Cristo)
Irineu quer que as almas, separadas do corpo, tenham mãos e pés. Defende a supremacia de Roma, alegando que a igreja tem mais autoridade que a Palavra de Deus. Defende ardorosamente o purgatório.
Tais homens são as autoridades doutrinárias dos observadores do domingo, caro leitor! Pasmem! Não foi por acaso que Adam Clarck, comentarista evangélico, disse sobre eles: “Em ponto de doutrina a autoridade deles é, a meu ver, nula” – Clarkes’s Commentary, on Proverbs 8.
Contudo, as mais antigas menções sobre o sábado e o domingo foram feitas por Inácio de Antioquia; Plinio, um governador romano da Bitínia e a didaquê antes deles ainda no primeiro século temos a carta de Clemente, bispo de Roma, que é datada aproximadamente no ano de 95 d.C. ela é o documento mais antigo do cristianismo depois da bíblia e lá ele dedica quatro capítulos ao tema da ressurreição e em nenhum momento ele faz referência ao culto no domingo ou uma possível troca do dia de guarda.
Inácio de Antioquia escreveu uma epistola ao magnesianos na Ásia Menor, na qual advertia a esses cristãos contra uma variedade extrema de práticas judaizantes. Em magnesianos 9:1, ele fala de “não mais sabatizando, mas vivendo de acordo com ‘o do senhor’, no qual também nossa esperança tem nele surgido”. A frase tem sido frequentemente interpretada como “não mais guardando o sábado, mas vivendo de acordo com o dia do senhor [domingo]”. A palavra dia não aparece não consta no original grego. Em vez de adicionar a palavra dia também podemos adicionar a palavra “vida”, que daria tradução: “vivendo de acordo com a vida do senhor”. Esta ultima construção parece ser mais adequado, levando-se em conta o fato de que nela (ou por ela) “nossa esperança ressurgi nEle [Cristo].
Já a expressão sabatizar se levarmos em conta o contexto de que ele estava fazendo referência aos profetas do antigo testamento (8.2-9.1) veremos que ele estava mais tratando de uma maneira de viver que de dias de adoração.
Uma carta do governador romano Plinio ao imperador romano Trajano, em 112 d.C. fala das práticas dos cristãos da Bitínia. Alguns desses cristãos haviam apostatado e, quando interrogados por Plinio sobre as crenças e práticas judaicas mais antigas, mostraram que a extensão do erro deles era que antes de nascer o sol em um “dia determinado” (ou fixo) eles encontravam e cantavam hinos a Cristo como a um Deus (cartas, 10.96). Essa pratica parece mais uma celebração anual do dia da ressurreição que a observância de um sábado ou domingo semanal.
Um manual de instrução intitulado Didaquê, que data talvez do começo do segundo século, insiste, em seu capitulo 14, que conforme o [dia] do senhor” deviam reunir-se, partir o pão e celebrar a eucaristia. Esse texto tem sido interpretado como fazendo referência à celebração semanal do domingo, à Pascoa anual ou ao sábado do sétimo dia. Mas o texto pode dar uma interpretação diferente que parece ser mais viável que seria: “conforme a instrução do senhor” trocando instrução (mandamento ou doutrina) no lugar de “dia” que não está no original grego.
Aos poucos os cristãos começaram a fazer uma releitura dos textos bíblicos de forma alegórica tentando tirar um sentido espiritual que os textos não falam e reduz a importância do sábado. O documento que possivelmente foi escrito por Barnabé de Alexandria entre 130 a 138 d.C. diz:
“Não são os sábados atuais que me agradam, mas aquele que eu fiz e no qual, depois de ter levado todas as coisas ao repouso, farei o início do oitavo dia, isto é, o começo de outro mundo. Eis por que celebramos como festa o oitavo dia, no qual Jesus ressuscitou dos mortos e, depois de se manifestar, subiu aos Céus.”
Barnabé tenta extrair um sentido alegórico do texto e torna o seu documento meio ambíguo, pois não diz se os cristãos já guardavam o domingo (o oitavo dia) ou deveriam guarda-lo.
O Cristianismo cresceu muito e aos poucos começou a se paganizar e desta forma que o culto mitraista ao Deus sol começou a penetrar no cristianismo e se fundir com suas crenças. Justino de Roma registra que os cristãos em uma determinada cidade faziam culto aos domingos (dia do sol) e faz a ligação do dia dedicado ao Deus Sol, a criação e o dia da ressurreição. Ele escreveu:
 “No dia que se chama do Sol, celebra-se uma reunião de todos os que moram nas cidades ou nos campos, e aí se leem, enquanto o tempo o permite, as memorias dos apóstolos ou escritos dos profetas. [...] Celebramos essa reunião geral no dia do Sol, porque foi o primeiro dia em que Deus, transformando as trevas e a matéria, fez o mundo, e também o dia em que Jesus Cristo, nosso salvador, ressuscitou dos mortos. Com efeito, sabe-se que o Crucificaram um dia antes do dia de saturno e no dia seguinte ao de Saturno, que é o dia do sol, ele apareceu a seus apóstolos e discípulos, e nos ensinou essas mesmas doutrinas que estamos expondo para seu exame.”
Justino apenas faz menção a pratica de uma única cidade de se fazer o culto nos domingos, o que não impede desta mesma cidade realizar culto e guardar o dia de sábado ou da guarda do sábado em outras cidades.
Outro fator que também influenciou a mudança da guarda do sábado para o domingo foi o espirito “ante Judaizante” e as perseguições aos judeus o que fez os cristãos da época tentar se diferenciar deles, pois, o cristianismo no seu início era tratado como uma seita judaica. Desta forma, eles aos poucos foram deixando praticas que eram comuns a ambas religiões inclusive o sábado.
Já próximo do fim do segundo século, Clemente de Alexandria critica o sábado e favoreceu o primeiro dia da semana. Ele é o primeiro pai da igreja a chamar o domingo semanal de “o dia do Senhor”. Contudo ele expressa apenas a sua opinião sobre o assunto o que não comprova que esta mesma era uma opinião de todos os cristãos da época.
Irineu de Gaul que também viveu no final do segundo século aplica a expressão “o dia do Senhor” para o domingo de pascoa o que mostra que a opinião de Clemente não era universal e comum a todos os cristãos da época.
Duas outras fontes apócrifas também menciona a expressão “o dia do Senhor” que são: o evangelho de Pedro que fala da ressureição de Jesus ocorrendo no dia do Senhor, mas não menciona nenhuma guarda semanal ou anual sobre este dia e também o livro de atos de João que fala que João não jejuava no sétimo dia por ser “o dia do Senhor”, ou seja, ele dá a entender que o dia de sábado é o dia do Senhor mencionado pelo mesmo João no livro de apocalipse.
No terceiro século não existia tanta discursão sobre o sábado e o domingo e o domingo passou a ser observado numa base semanal. Contudo, existiam discursões sobre se o tratamento que era dado ao sábado também deveria ser dado ao domingo.
Hipólito de Roma era contra jejuar em dia de sábado, pois isso faria deste dia um dia de tristeza. Como em Roma nunca se jejuava nos domingos ele também procurava essa prerrogativa para o sábado.
No norte da África, Tertuliano, contemporâneo de Hipólito, no princípio possuía uma atitude contra os observadores do sábado, mas depois mudou de opinião e também foi contra o jejum no sábado.(contra Marcião, 4.12, 30, sobre o jejum, 14)
Podemos concluir que, tanto em Roma quanto no Norte da África, o sábado não havia desaparecido por completo. A ausência da polemica no restante da cristandade evidencia que, se a observância do domingo existia, não interferia na guarda do sábado.   

1.2  Quarto a Sexto século depois de Cristo


O quarto século foi marcado pela conversão de Constantino ao cristianismo em 312 d.C. Constantino era um grande defensor do culto ao deus Sol. Moedas cunhada durante ao seu governo, 315 d.C., traziam sua própria estampa de um lado e a do “Sol Invicto Comiti” (dedicado ao sol invencível) do outro.
O cristianismo para de ser perseguido e torna-se a religião oficial de Roma. Contudo, a paganização torna-se mais forte que anteriormente.
Cipriano de Cartago que morreu em 258 ele escreveu: "Ó, quão maravilhosamente agiu Providência que naquele dia em que o Sol nasceu ... Cristo deveria nascer"
João Crisóstomo (347- 407 d.C.) “Mas nosso Senhor, também, nasce no mês de dezembro... Os oito antes das calendas de janeiro [25 de dezembro]..., Mas eles chamam de 'Aniversário do Invicto'. Quem de fato é tão invencível como Nosso Senhor...? Ou, se eles dizem que é o aniversário do Sol, Ele é o Sol da Justiça"
No século IV, o Papa Leão Magno oficializou a sobreposição-substituição de uma festa por outra conforme está registrado num documento chamado Depositio martyrum de 336 d.C
Podemos perceber que antes de Constantino as comparações entre Jesus e o Sol invictus já existiam e se tornaram tão frequentes que colocaram o dia do nascimento de Jesus no mesmo dia do sol invictus.
Diante destas possíveis semelhanças em relação ao nascimento de Cristo (que alguns cristão aceitavam) e o dia da ressurreição de Jesus ter acontecido no domingo dia de adoração ao Deus Sol além das discursões dos séculos anteriores sobre o tratamento do sábado com o domingo, tornou-se fácil para Constantino ligar o mitraismo (adoração ao deus sol) com o cristianismo pela troca da guarda do sábado para o domingo dia do deus sol.
Constantino faz essa ligação das duas religiões promulgando o edito dominical no dia 7 de março de 321 que dizia:
“Que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol. Não obstante, atendam os lavradores com plena liberdade ao cultivo dos campos; visto acontecer amiúde que nenhum outro dia é tão adequado à semeadura do grão ou ao plantio da vinha; daí o não se dever deixar passar o tempo favorável concedido pelo céu”

            Este edito dominical faltou orientações cristã, pois se refere ao domingo como o dia do sol. Além disso Constantino não tomara por base o sábado bíblico, porque permite o trabalho no campo. Somente em 386 d.C. os imperadores Teodósio I e Graciano Valentiniano proibiram litigio e pagamento de dívida pública ou privada no domingo. Os soberanos seguintes tornaram a guarda do domingo ainda mais rígida com o intuito de sabatizar o domingo.
            A mais antiga lei eclesiástica conhecida que rejeita a observância do sábado e o substitui pela guarda do domingo vem do concilio regional de Laudiceia por volta de 364 d.C. em seu Cânon 29 estipulava: “Os cristãos não devem judaizar nem permanecer ociosos no sábado, mas sim trabalhar nesse dia. O dia do senhor (domingo), porém, deve ser por eles especialmente honrado. Se forem, entretanto, encontrados judaizando, serão desligados de Cristo”.
            Entretanto, não passa de concilio regional que não demonstrava o interesse de todos os cristãos e ainda mais se eles tiveram tanto trabalho em decretar isto, então existia uma grande quantidade de cristãos que guardavam o sábado como é descrito na bíblia.
            Porem podemos perceber que este cânone não influencio muito os cristãos da época pois uma compilação do 4 século chamada de constituições Apostólica afirma: “deixem os escravos trabalhar cinco dias; mas no sétimo dia (sábado) e a festa do dia do senhor (domingo); porque no primeiro é o monumento da criação; e o segundo da ressurreição” (7.23)
            Ainda no 4 século Inácio aconselhou: “Que cada um guarde o sábado de uma forma espiritual, que se alegrem na meditação da lei. E depois de observar o sábado, observe cada amigo de Cristo o dia do senhor como uma festa, o dia da ressurreição, a rainha e a cabeça de todos os dias.”
            Logo podemos concluir que no quarto século existiam cristãos que guardavam tanto o sábado como também o domingo e que a guardadores do sábado eram muito numerosos e por alguns eles eram considerados como judaizantes que possivelmente eram tratados desta forma devido ao espirito antijudaico que alguns cristãos dos primeiros séculos possuíam.
            No 5 século João Cassiano (360-435) escreveu que existiam cultos tanto no sábado quanto no domingo e que conhecia um monge que não jejuava nestes dias (instituições 5.26; 3.2; conferencias 3.1)
            Outro pai da igreja que se mostrou favorável foi Asterio de Amasea, por volta de 400 ele escreveu que era sublime para os cristãos que “ambos os dias ocorressem juntos” –“o sábado e o dia do Senhor” – reunindo o povo a cada semana com sacerdotes como seus instrutores (homilia, 5, sobre Mateus 19:3)
            Agostinho (354-430), bispo de hipona, no norte da África tratou da controvérsia do jejum no sábado em várias cartas (epistolas, 36 [a Casulano], 54 [ Januarrio], e 82 [ a jerônimo]). Nas cartas a Casulano e Januario, observou que a grande igreja cristã de Milão não observava o jejum sabático (36.32 e 54.3, repectivamente)
Agostinho deixou claro, também, que o jejum no sábado se restringia a Roma e a alguns outros lugares no ocidente (36.27). As igrejas do oriente e a “maior parte da cristandade” não seguiam essa pratica (82.14)
Sócrates Escolasticos (380-440 d.C.) escreveu: “embora praticamente todas as igrejas do mundo celebrem os sagrados mistérios (santa ceia) no sábado, todas as semanas as igrejas cristãs de Alexandria e Roma, por conta de algumas tradições antigas deixaram de faze-lo” (história eclesiástica, 5.22)
Sozomen, contemporâneo de Sócrates, escreveu: “o povo de Constantinopla e praticamente todos os demais lugares se reúne no sábado, bem como no primeiro dia da semana, costume esse nunca observado em Roma ou Alexandria” (historia Eclesiastica, 7.19)
É importante lembrar que estas duas cidades se opuseram a guarda do sábado já no segundo século.
No sexto século várias medidas foram tomadas contra o sábado e a favor do domingo. Em 538 d.C. o terceiro Sinodo de Orleans proibiu Trabalhos rurais no domingo para o povo ter condição de ir para igreja adorar (hefele, 4:209). O segundo Sinodo de Macon, em 585, e o concilio e Narbona, em 589, decretaram outras estipulações ainda mais restritivas acerca da observância do domingo (ibid, 407,422). As leis de Macon também foram pulicadas em 10 de novembro de 585 pelo rei Gutram, sob forma de decreto estipulando uma cuidadosa observância do domingo.” (ibid., 409).
No fim do sexto século o domingo havia tomado o lugar do sábado em quase toda Europa como dia de adoração.
Desta forma podemos compreender que apesar de alguns pais da igreja se opuserem a guarda do sábado outros também era a favor dele e até o final do sexto século os guardadores do sábado eram numerosos e por causa da paganização, espirito antijudaico vários editos e decreto foram feitos para reduzir a importância do sábado e aumentar a do domingo o que resultou inicialmente na guarda dos dois dias e posteriormente a observância quase absoluta da cristandade do domingo no lugar no sábado.

1.3 Mudança de ênfase

 

A igreja católica apostólica romana tradicionalmente reconhecia ter mudado a celebração do sábado para o domingo e virtude de sua autoridade eclesiástico-apostólica. Por exemplo, Tomas de Aquino esclareceu em “Suma Teológica” (1265 – 1273) que, “na nova lei, a observância do domingo substituiu à do sábado, não em virtude da lei, mas em virtude da determinação da igreja e do costume do povo cristão”.
A confissão de augsburgo (1530), um dos mais importantes documentos luteranos, faz alusão às pretensões católicas de autoridade para transferir a santidade do sábado para o domingo. O documento declara:
“ Alegam o sábado, que foi mudado para o domingo, contrariamente ao Decálogo, como parece. Nenhum exemplo é mais enfatizado que a mudança do sábado. Contendem que é grande a autoridade da igreja, pois dispensou de um preceito do Decálogo.”

O Catcismo romano (baseada na vversão de 1566) confirma que “a igreja de Deus, porém, achou conveniente transferir para o domingo a solene celebração do sábado”. De forma semelhante, The convert’s Catechism of Catholic Doctrine (1930) apresenta a mudança do sábado para o domingo nos seguintes termos:

P. Qual é o Terceiro Mandamento?
R. O Terceiro Mandamento é: Lembra-te de Santificar o dia do sábado.
P. Que dia é o sábado?
R. O sábado é o sétimo dia.
P. Por que observamos o domingo em vez do sábado?
R. Observamos o domingo em vez do sábado porque a igreja Católica transferiu-o a solenidade do sábado para o domingo.
P. Por que a igreja católica instituiu o domingo em lugar do sábado?
R. A igreja instituiu o domingo em lugar do sábado porque Cristo ressuscitou dos mortos num domingo, e o Espirito Santo desceu sobre os apóstolos num domingo.
P. Por qual autoridade a igreja instituiu o domingo em lugar do sábado?
R. A Igreja instituiu o domingo em lugar do sábado pela plenitude daquele poder divino que jesus Cristo lhe concedeu.

Recentemente a Igreja Católica Apostólica Romana publica publicou dois documentos oficiais importantes construídos alegoricamente e tipologicamente sobre os textos bíblicos do sábado.
Um dos documentos é o Catecismo da Igreja Católica (1992) que diz:
“Jesus ressuscitou dentre os mortos ‘no primeiro dia da semana’ (Mc 16,2). Enquanto ‘primeiro dia’, o dia da ressurreição de Cristo lrmbra a primeira criação. Enquanto ‘oitavo dia’, que segue o sábado, significa a nova criação inaugurada com a ressurreição de Cristo. Para os cristãos, ele se tornou o primeiro de todos os dias, a primeira de todas as festas,o dia do Senhor (‘Hé kyriaké hemera’, ‘dies Dminica’), o ‘domingo’.
Considerando o domingo “plenitude do sábado’, o mesmo catecismo argumenta:
“O domingo se distingue expressamente do sábado, ao qual sucede cronologicamente, a cada semana, e cja prescrição ritual substitui, para os cristãos. Leva à plenitude, na pascoa de Cristo, a verdade espiritual do sábado judeu e anuncia o repouso eterno do homem em Deus. Pois o culto da lei preparava o ministério de Cristo e o que nele se praticava prefigurava de alguma forma, algum aspecto de Cristo.
A celebração do domingo observa a prescrição moral naturalmente inscrita no coração do homem de ‘prestar a Deus um culto exterior, visível, público e regular sob o signo de seu benefício universal para com os homens’. O culto dominical cumpre o preceito moral da Antiga aliança, cujo ritmo e espirito retoma ao celebrar cada semana o Criador e o redentor de seu povo.”
Outro documento importante é a Carta Apostólica Dies Domini (1998), que chega mesmo a considerar o sábado bíblico como prefigurando o domingo católico. Com base em joão 1:3(“tudo começou a existir por meio dele”) a carta argumenta:

       “O domingo, segundo a experiência cristã, é sobretudo uma festa pascoal, totalmente iluminada pela gloria de Cristo ressuscitado. É a celebração da “nova criação”. [...]
Portanto, já na aurora da criação, o designio de Deus implicava esta ‘missão cósmica” de Cristo. Esta perspectiva cristocêntrica, que se estende sobre todo o arco do tempo, estava sua obra, “abençoou o sétimo dia e santificou-o” 9Gn 2,3). Nascia então – segundo o autor sacerdotal da primeira narração bíblica da criação – o “sábado”, que caracterizava profundamente a primeira Aliança e, de algum modo, preanuncia o dia sagrado da nova e definitiva Aliança. O mesmo tema do “repouso de Deus” (cf. Gn 2,2) e do repouso por Ele oferecia ao povo Êxodo, com o ingresso na terra prometida (cf. Ex 33,14; Dt 2,20; Js 21,44; Sl 95[94],11), é relido no Novo Testamento sob uma luz nova, a do “repouso sabático” definitivo (cf. Hb 4,9) onde entrou Cristo com a sua ressurreição e também o povo de Deus é chamado a entrar, perseverando na senda da sua obediência filial (4,3-16 [sic]). É necessário, portanto, reler a grande página da criação e aprofundar a teologia do “sábado”, para chegar à plena compreensão do domingo.”

  Os argumentos usados tanto no catecismo da igreja Católica quanto na Carta Apostólica Dies Domini Para construir uma suposta “teologia bíblica” do domingo são artificiais e incorrem no engano da “falsa analogia”, na qual uma coisa (no caso, o sábado) é usada para provar outra (no caso, o Domingo). Comtal flexibilidade hermenêutica, a Bíblia fica exposta às mais variadas interpretações possíveis. Consequentemente, esse tipo de interpretação é inadequado àqueles que aceitam a Bíblia como sua própria interprete.




 bibliografia:

Bíblia de estudo Andrews
O sábado na bíblia
Tratado de teologia Adventista
http://gilbertotheiss.blogspot.com.br/2012/07/duvida-como-entender-lucas-1616-lei-e.html
http://www.infoescola.com/historia/codigo-de-hamurabi/
A.   H. Strong, Systematic Theology, pág. 408,409

http://novotempo.com/namiradaverdade/o-argumento-fracassado-dos-observadores-do-domingo-%E2%80%93-apocalipse-110-parte-1/

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