Para
muitos Jesus aboliu o sábado na cruz ou quando Ele ressuscitou e que os
escritos no novo testamento não corrobora para a guarda do sábado, mas o que os
textos do novo testamento falam? Será que podemos embasar a guarda do sábado
utilizando o novo testamento?
Esta parte do estudo está dividido de forma que poremos
comparar o sábado no antigo testamento com o sábado no novo testamento.
1.1
O sábado foi dado antes do Sinai
O livro de Hebreus 4:9, 10 está
escrito:
“Portanto,
resta ainda um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no seu
repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas.”
O
texto faz referencia a Gn 2:3 que mostra o sábado como o auge supremo da
criação por abrir tempo e espaço para a santidade e a comunhão. Deus não
descansou porque estava cansado (Is 40:28), mas porque valoriza a comunidade.
De todos os dias da criação o senhor só abençoou e santificou o sétimo dia,
indicando que pertence a Ele de maneira especial. A benção do sábado está
intrinsicamente relacionada à santificação do sábado, que ocorre de novo em
Êx20:8-11, como parte do mandamento referente à guarda deste dia. No entanto, o
descanso sabático não se originou com a ordem divina dada a Israel no monte
sinai. Em vez disso, começou com a atividade pessoal e criativa de Deus durante
a semana da criação. (BEA pag. 8)
O
capitulo 4:1-16 do livro de Hebreus é uma exortação a fidelidade e a aceitação
da oferta divina. O descanso que ele trata no texto é o descanso de Deus (Hb
4:1) que se refere a promessa do evangelho que é a salvação, mas ele compara
este descanso de Deus com a guarda do sábado, mostrando assim que a guarda do
sábado era viva nos dias em que o livro foi escrito, pois se os cristãos já
tivessem guardando o domingo no lugar do sábado eles teriam comparado o
descanso de Deus como o primeiro dia ou o dia da ressurreição de jesus.
Contudo, ele compara com o sábado comprovando que os primeiros cristãos
guardaram o sábado, pois se não, o texto não faria sentido.
O
versículo 9 quando fala em repouso está se referindo literalmente a “um repouso
sabático” a bíblia ecumênica e a de Jerusalém traz a tradução correta
utilizando o termo repouso sabático e repouso do sábado. Conforme observamos o
descanso sabático exprime de duas maneiras nossa fé. Primeiramente, testifica
de que aceitamos a bondade e a salvação divina. Em segundo lugar, demonstra que
estamos aguardando a consumação desses dons na segunda vinda. (BEA pag.1598)
1.2 O
sábado foi dado para a humanidade
“E disse-lhes: O sábado foi
feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.” Marcos 2:27
Alguns
sugerem que este texto está abolindo o sábado, pois como o sábado foi criado
para a humanidade a humanidade não está obrigada a guardá-lo, mas um estudo
detalhado do texto mostra que essa não era a intenção do autor bíblico.
A palavra
utilizada neste texto para homem é “antropos” que quer dizer literalmente
“humanidade”. O sábado não foi feito apenas para o povo hebreu, mas para todo a
humanidade como também mostra o antigo testamento (Is 56: 2-8).
As
tradições e as exigências legais a respeito da guarda do sábado havia de
expandido até o 1º século e passaram a enfatizar a mecânica da observação do
dia santo. Nesse processo, se perdeu o propósito do sábado: a restauração
física e espiritual. Em vez disso, o sábado se transformou num fardo. Jesus
queria restaurar a dimensão festiva do sábado como um presente de Deus para
seus filhos. (BEA pag 1286)
Jesus
estava dizendo que o sábado foi feito para o homem descansar e adorar a Deus e
não para ficar preso as diversas tradições criadas pelos judeus no período
intertestamentário. E mostrou desta forma que o sábado foi criado para toda a
humanidade e não apenas para o povo hebreu. A guarda do sábado é para todos, ele
é uma benção para todos.
1.3
A perpetuidade da guarda do sábado
Não
cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir.
Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou
um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido. Mateus 5:17,18
Jesus não veio abolir a lei ele e
profetas, nestas palavras jesus está se referindo ao pentateuco (lei, Torah) e
o restante do antigo testamento (profetas, Neviim; escritos, kethuvim) ele está
mostrando que ele não veio revogar o antigo testamento ele veio cumprir o que
estava lá escrito, ele veio confirmar a palavra de Deus no antigo testamento e
dando um sentido mais pleno, pois a palavra utilizada para cumprir é “pleró”
que significa completar, jesus veio dar o verdadeiro sentido do antigo
testamento completando-o e nos versículos seguintes ele completa o antigo
testamento (mt 5:21,22,27,28,29) mostrando o que tinha no antigo testamento e
como deveria ser a partir daquele momento.
Nem um jota, que é letra do
alfabeto, e nem o til, um símbolo pequeno do alfabeto, jamais passaria da sua
lei até que tudo seja cumprido. A lei cerimonial foi cumprida ela servia para
mostrar que o messias viria, mas lei moral dos 10 mandamentos ainda continua
por que ela representa o caráter de Deus. Em suma, o texto está mostrando que
todo o antigo testamento é valido para o dia de hoje, a não ser, aquilo que
simbolizava a vinda, vida, morte e ressurreição de Cristo, pois eles eram
sobras das coisas que iam de vir (Colossenses 2:17).
O texto está envolvido no contexto
em que se debatiam sobre justificação pela fé ou pelas obras, contudo Paulo
mostra que a salvação é pela fé independente das obras (vs 28) e que Deus é
Deus dos judeus e dos ímpios, dos circuncidados e incircuncisos (vs 29, 30)
improntando que se tenha fé. E nesse contexto Paulo afirma que ter fé não anula
a lei pelo contrário afirma ela e esta confirmação se dar ao cumprir a lei,
pois como está escrito em Tiago 2:26: “a fé sem obra é morta”. O que o texto
está mostrando é que somos justificados pela fé, mas se tivermos fé cumprimos a
lei e desta forma a confirmamos.
“Eu fui arrebatado no
Espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de
trombeta,” Apocalipse 1:10
Toda a
discursão sobre este texto estão nas palavras “dia do Senhor” do grego kuriake
hemera. Existem pelo menos 5 opiniões referente a interpretação destas
palavras. 1º seria o dia do imperador, 2º o domingo de pascoa, 3º dia
escatológico, 4º domingo e 5º sábado. Vamos analisar cada uma:
1º O dia do senhor como o dia do
imperado se torna inviável, pois João preferiu ser exilado na ilha de Patmos ao
invés de adorar o imperador romano e dificilmente chamaria o imperador de
senhor.
2º O dia do senhor como o dia de
pascoa vem fontes extra bíblicas e não possui embasamento bíblico.
3º O dia do senhor como o dia
escatológico torna-se de difícil compreensão, pois João não vai para uma visão
voltada para o dia do juiz final, mas para as igrejas que representam cada
etapa que a igreja de Deus viveria.
4º O dia do senhor como o domingo
possui pelo menos três problemas: 1- Ela é construída sobre a ideia de que a
mudança de guarda do sábado para o domingo já havia acontecido no período
apostólico, o qual não possui comprovação. 2- Em nenhum lugar da bíblia o
domingo é considerado o dia do senhor e até mesmo o evangelho de joão que foi
escrito depois do apocalipse traz o domingo apenas como o “primeiro dia da
semana” (Jo 20:1,19) e nada mais. 3- em terceiro lugar a expressão o dia do
senhor só começou a ser associado ao domingo no final do segundo século e
tentar interpretar Ap 1:10 e artificial e antibiblica e pode causar um erro de
anacronismo.
5º O dia do senhor como o sábado é
a única opção que utiliza-se apenas da bíblia. No antigo testamento há uma
diferença entre meus sábados (Êx 31:13; Is 56:4; Ez 20:12-21) referindo-se ao
sábado semanal e seus sábados (Lv 26:34,43; Os 2:11) referindo-se aos sábados
cerimoniais das festas judaicas. Referindo-se ao sábado como “Meus sábados”,
Deus o qualifica como sendo o Seu santo dia. No Livro de Isaias (58:13), uma
benção especial é destinada àqueles que chamam “ao sábado deleitoso e santo dia
do Senhor”. Nos evangelhos, o próprio Cristo se autodenomina “senhor do sábado”
(Mt 12:8; Lc 6:5) com base nas escrituras podemos identificar que o sábado é o
dia do senhor que está em Apocalipse 1:10.
“Portanto, como diz o Espírito Santo:
Se ouvirdes hoje a sua voz, Não endureçais os vossos corações, Como na
provocação, no dia da tentação no deserto. Onde vossos pais me tentaram, me
provaram, E viram por quarenta anos as minhas obras. Por isso me indignei
contra esta geração, E disse: Estes sempre erram em seu coração, E não
conheceram os meus caminhos. Assim jurei na minha ira Que não entrarão no meu
repouso. Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e
infiel, para se apartar do Deus vivo. Antes, exortai-vos uns aos outros todos
os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça
pelo engano do pecado; Porque nos tornamos participantes de Cristo, se
retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim. Enquanto se
diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações, como na
provocação. Porque, havendo-a alguns ouvido, o provocaram; mas não todos os que
saíram do Egito por meio de Moisés. Mas com quem se indignou por quarenta anos?
Não foi porventura com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? E a quem
jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes? E
vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade.
Temamos, pois, que, porventura,
deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fica para
trás. Porque também a nós foram pregadas as boas novas, como a eles, mas a
palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a
fé naqueles que a ouviram. Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso,
tal como disse: Assim jurei na minha ira Que não entrarão no meu repouso;
embora as suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo. Porque em
certo lugar disse assim do dia sétimo: E repousou Deus de todas as suas obras
no sétimo dia. E outra vez neste lugar: Não entrarão no meu repouso. Visto, pois,
que resta que alguns entrem nele, e que aqueles a quem primeiro foram pregadas
as boas novas não entraram por causa da desobediência, Determina outra vez um
certo dia, Hoje, dizendo por Davi, muito tempo depois, como está dito: Hoje, se
ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações. Porque, se Josué lhes
houvesse dado repouso, não falaria depois disso de outro dia. Portanto, resta
ainda um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no seu repouso,
ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas. Procuremos, pois,
entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de
desobediência. Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do
que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito,
e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do
coração. E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas
estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” Hebreus
3:7-4:13
Na seção do
livro de hebreus que vai de 3:7 a 4:13, o termo Katúpausis ocorre oito vyezes
(3:11,18, 4:1,3 [duas vezes], 5, 10, 11); e o verbo katapao, três vezes (4:4,
8, 10). Todos geralmente traduzidos como “descanso”. A palavra “sabbatismo”
ocorre apenas uma vez (4:9), traduzida por “descanso sabático”, é conceito
chave nesse contexto. Essa passagem de hebreus constitui uma exposição
exortatica/homiletica do salmo 95: 7-11, que se refere aos fracassos dos
israelitas em suas peregrinações pelo deserto. Esses fracasos fizeram com Deus
jurasse que não entrariam no seu descanso.
Esse tipo
especifico de pensamento é introduzido no salmo pela exortação “hoje se
ouvirdes a voz de Deus não endureçais o coração como em Meribá” (vs 7,8). Essa
declaração é fundamental para toda a passagem de hebreus (ver 3:8, 13, 15, 4:7)
onde a palavra descanso é utilizada metaforicamente para representar a
experiência da salvação em Cristo (cf. Mt 1:28-30). Esse “descanso” pode também
incluir outro cumprimento: o escatológico. O livro de hebreus, em comum com
outras partes do NT enfatiza a experiência da fé tanto no monto presente quanto
no da recompensa final (ver Hb 10:25;11).
Em Hebreus
4:4 faz-se menção ao descanso de Deus de sua obra no tempo da criação; a
referência ao sábado (4:9,10) diz: “portanto, resta um repouso para o povo de
Deus. Porque aquele que entrou no descanso de Deus. Também ele mesmo descansou
de suas obras, como Deus das suas”. Varias interpretações foram propostas para
o significado de “Descanso sabático”. Por causa do forte exemplo de seguir o
exemplo de Deus alguns afirmam que a expressão se refere ao descanso do sábado.
Outros, insensatamente, a utilizam para apoiar a observância do domingo
semanal, apesar de que o domingo sequer é citado na passagem. O “outro dia”
mencionado no verso 8 não é o domingo, mas uma clara referência a um tempo
futuro ao de José e à conquista de canaã.
Em virtude
do conceito de “descanso” está presente muito presente no texto existem
interprete que consideram o “descanso sabático” em um sentido metafórico. Eles
acreditam que o “descanso sabático” está se referindo com um relacionamento com
Cristo, tornando evidente que sábado foi revogado. Mais convincente é o ponto
de visto oposto, pois a menos que sábado semanal estivesse realmente sendo
observado pelos destinatários do livro de Hebreus, a força do argumento
Homilético/teológico estaria perdida. Assim, embora Hebreus 4:9 e 10 não se
ocupe pela primariamente da observância do sábado, fornece confirmação indireta
da observância apostólica do sétimo dia da semana.
1.4
O sábado é um sinal
“E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao
remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o
testemunho de Jesus Cristo.” Apocalipse 12:17
O texto mostra o grande conflito
entre Deus e satanás. O dragão é satanás a mulher é a igreja verdadeira e o
remanente é o povo de Deus nos últimos dias e o povo de Deus é será reconhecido
pelos os que guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus. Da
mesma forma que no antigo testamento (Ez 20:12, 20) o sábado é o sinal que
entre Deus e seu povo, no novo testamento a guarda de todos os mandamentos de
Deus, incluindo o sábado, é o sinal do povo de Deus.
1.5 Como guardar o sábado?
“E,
chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu
costume, na sinagoga, e levantou-se para ler.” Lucas 4:16
Jesus guardava o sábado indo para
a sinagoga neste dia, da mesma forma nós devemos imitar a Cristo indo adorar a
Deus neste.
Alguns diem que o verdadeiro
sábado se perdeu no tempo, contudo, mesmo que isto fosse verdade quando Cristo
guardou o sábado ele teria restaurado o da de guarda e nós sabemos que de lá
pra cá não ouve mudança no ciclo semanal e o sábado que guardamos hoje é o
mesmo sábado que Cristo guardou.
“E aconteceu que, passando ele num sábado pelas searas, os
seus discípulos, caminhando, começaram a colher espigas. E os fariseus lhe
disseram: Vês? Por que fazem no sábado o que não é lícito? Mas ele disse-lhes:
Nunca lestes o que fez Davi, quando estava em necessidade e teve fome, ele e os
que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, no tempo de Abiatar, sumo
sacerdote, e comeu os pães da proposição, dos quais não era lícito comer senão
aos sacerdotes, dando também aos que com ele estavam? E disse-lhes: O sábado
foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. Assim o Filho
do homem até do sábado é Senhor.” Marcos
2:22-28
As
acusações dos fariseus não envolviam a questão de Cristo e os discípulos
passarem pelas searas no sábado. Como os próprios fariseus estavam juntos, em
condições de ver o incidente e dialogar com Cristo a respeito, é provável que o
grupo estivesse regressando da sinagoga. Também não era o fato dos discípulos
estarem comendo cereais de propriedade alheia, pois em Deuteronômio (23:25)
existe a seguinte provisão: “Quando entrardes na seara do teu próximo, com as
mão arrancaras as espigas; porem na seara não meteras a foice. ”
A
verdadeira questão envolvida na acusação dos fariseus era se os discípulos de
Jesus tinham o direito de colher e comer espigas no sábado, “debulhando-as com
as mãos” (Lc 6:1). Segundo a tradição rabínica, esse ato envolvia várias
atividades proibidas no dia de sábado. Samuele Bacchiocchi esclarece que “ao
colher as espigas, eles eram culpados de segar;
ao esfrega-las com as mãos, eram culpados de debulhar; ao separar os grãos da palha, eram culpados de joeirar; e, por todo o processo, eram
culpados de preparar uma refeição no dia
de sábado”.
Os discípulos não transgrediram o
sábado de acordo com o antigo testamento, mas transgrediram as leis rabínicas,
sobre o sábado, que foram criadas no período intertestamentário.
Cristo, então, mostrou dois
exemplos o de Davi e seus companheiros que comeram os pães da preposição
descrito em Samuel 21:1-6, estes pães só poderiam ser comidos pelos sacerdotes,
contudo, Ralph W. Klein Argumenta que “Jesus citou esse incidente como uma
violação desculpável de uma regra cúltica.”
O segundo exemplo foi o exemplo
foi de que os sacerdotes trabalhavam em dia de sábado. Eles violavam o sábado,
pois eles trabalhavam sacrificando animais em dia de sábado, contudo, o talmude
babilônico (Shabbath 132b) reconhecia que “o serviço sacrifical tem prioridade
sobre o sábado”. Além disso, os sacerdotes faziam vários serviços para Deus que
não poderiam ser enquadrados como transgressão do sábado. Desta forma, Jesus
estava mostrando que até mesmo as próprias leis rabínicas existiam exceções e,
portanto, não haveria problemas de quebrar as leis rabínicas em colher para
comer em dia de sábado e mostrou que esta pratica não era transgressão da
guarda do sábado e para fechar este assunto ele declarou que era senhor do
sábado, ou seja, ele tem a autoridade para dizer o que é ou não a transgressão
do sábado.
Jesus em seu ministério fez 7 curas no sábado, o que leva a muitos a dizer ao fazer
isso ele estava transgredindo o sábado e mostrando que o sábado não deveria ser
guardado. Entretanto, ao dizer que Jesus transgrediu o sábado estão criando um
grande problema, porque se Cristo tivesse transgredido o sábado Ele teria
pecado, pois o pecado é transgressão da lei (I Jo 3:4). Cristo não transgrediu
a lei curando no sábado, pois não existe nenhum texto no antigo testamento que
proíba a cura no sábado. O que existiam eram lei rabínicas que proibiam o
exercício de trabalhar como médico, contudo, como Jesus não cobrou para curar,
então nem esta lei rabínica Cristo Quebrou. Entretanto, ao analisarmos as curas
no sábado podemos perceber que Cristo queria ensinar a verdadeira forma de
guardar o sábado e esta forma é desvinculada das tradições e guiada pela
palavra de Deus.
As
curas no sábado foram:
1-
Paralitico de Betesda
jo 5:1-15
“Depois disto havia uma festa entre os judeus, e Jesus subiu
a Jerusalém. Ora, em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque,
chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres. Nestes jazia grande
multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados, esperando o movimento da
água. Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o
primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer
enfermidade que tivesse. E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos,
se achava enfermo. E Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste
estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são? O enfermo respondeu-lhe:
Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me ponha no tanque;
mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim. Jesus disse-lhe: Levanta-te,
toma o teu leito, e anda. Logo aquele homem ficou são; e tomou o seu leito, e
andava. E aquele dia era sábado. Então os judeus disseram àquele que tinha sido
curado: É sábado, não te é lícito levar o leito. Ele respondeu-lhes: Aquele que
me curou, ele próprio disse: Toma o teu leito, e anda. Perguntaram-lhe, pois:
Quem é o homem que te disse: Toma o teu leito, e anda? E o que fora curado não
sabia quem era; porque Jesus se havia retirado, em razão de naquele lugar haver
grande multidão. Depois Jesus encontrou-o no templo, e disse-lhe: Eis que já
estás são; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior. E aquele
homem foi, e anunciou aos judeus que Jesus era o que o curara. E por esta causa
os judeus perseguiram a Jesus, e procuravam matá-lo, porque fazia estas coisas
no sábado. E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.
Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só
quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se
igual a Deus.” João
5:1-18
Neste texto
poderíamos abordar vários temas, mas vamos nos prender aos que se refere ao
sábado.
Jesus
estava em Jerusalém para uma festa judaica e Ele passou por pelo tanque de
Betesda, que significa “casa de misericórdia”, ali por muitos anos um homem
esperava ser curado ao se jogar nas águas, mas nuca conseguiu, então Jesus foi
até ao homem perguntou se ele queria ser curado e mandou ele se levantar, pegar
o leito e andar. Contudo, quando os fariseus viram o homem andando com o leito
disseram que ele não deveria carregar o leito, pois era sábado. Vamos deter um
pouco aqui.
Algo que
devemos ter em mente é que o leito que está se referindo é apenas uma espécie
de tapete, um pano que servia apenas para cobrir o chão e não algo muito pesado
como muitos pensam.
Aqui nos cabe uma pergunta, onde
está na bíblia a proibição de carregar algo no dia de sábado? O que talvez
poderia dizer dar brecha a isso seria no livro de Neemias (13:19) que proíbe a
entrada de cargas no dia de sábado.
“Sucedeu, pois, que, dando já sombra nas portas de Jerusalém
antes do sábado, ordenei que as portas fossem fechadas; e mandei que não as
abrissem até passado o sábado; e pus às portas alguns de meus servos, para que
nenhuma carga entrasse no dia de sábado. Neemias”
13:19
Contudo, o texto está se
referindo a entrada de grande quantidade de mercadorias no dia de sábado que
resultava em grande esforço físico e gerava trabalho tanto para os homens
(descarga de materiais) como para os animais (carregar o peso) e trabalhar no
dia de sábado estava proibido pelo quarto mandamento.
“Mas o sétimo dia é o sábado do
Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha,
nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que
está dentro das tuas portas.” Êxodo 20:10
Outro texto é o que fala do homem que apanhava lenha no dia
de sábado.
“Estando,
pois, os filhos de Israel no deserto, acharam um homem apanhando lenha no dia
de sábado. Os que o acharam apanhando lenha o trouxeram a Moisés, e a Arão, e a
toda a congregação. Meteram-no em guarda, porquanto ainda não estava declarado
o que se lhe devia fazer. Então, disse o SENHOR a Moisés: Tal homem será morto;
toda a congregação o apedrejará fora do arraial. Levou-o, pois, toda a
congregação para fora do arraial, e o apedrejaram; e ele morreu, como o SENHOR
ordenara a Moisés.” (Números 15:32-36 RA)
Este homem foi preso por
transgredir o sábado ao trabalhar colhendo lenha em dia de sábado, porém o que
não devemos esquecer é que Deus tinha acabado de dar os mandamentos ao povo e
quando este homem desobedeceu a ordem de Deus estava desta forma se rebelando
contra os mandamentos, então Deus teve que agir de forma dura e ordenou a sua
morte. Ao colher a lenha ele tinha que passar horas procurando lenha, já que no
deserto não é fácil encontrar lenha, tinha que fazer um grande esforço físico
ao carregar a lenha por longas distancias até a sua tenda e mesmo se ele
colocasse um animal para carregar a lenha ele estaria fazendo o animal
trabalhar quebrando, assim, o mandamento.
Nestes dois casos anteriores vemos
que o que estava em questão era o trabalho em dia de sábado e não o simples ato
de carregar algo em dia de sábado.
O texto do paralitico fala que
fariseus o acusaram de transgredir o sábado por carregar o leito ou seja por
carregar a sua capa e a bíblia não fala que carregar algo leve como a capa era
transgressão da lei, esta proibição vinha de suas tradições segundo a tradição
judaica o homem só poderia levar apenas um lenço consigo em dia de sábado e só
poderia levar o segundo lenço se este fosse preso em sua roupa se tornando
assim parte da sua roupa, por isso, a acusação dos fariseus não estava baseada
na bíblia, mas nas suas tradições que foram desenvolvidas no período
intertestamentário. Desta forma, a acusação dos fariseus do homem ter
transgredido o sábado era falsa e a bíblia descreve este fato não por ela
concordar com os fariseus, mas para mostrar que este fato aconteceu, ou seja
esta descrição tem valor histórico e de acordo com a lei o homem não
transgrediu o sábado, mas a tradições dos fariseus.
Devemos ter em mente que nem tudo
o que a bíblia descreve Deus concorda, podemos ver isso quando lemos os relatos
dos homens tentando ter relações com os anjos em Sodoma (Gn 19:5), quando
alguns homens da tribo de Benjamim violentaram a mulher do levita e ele cortou
o corpo dela e espalhou para todas as tribos (Jz 19:23-29), as coisas que os
amigos falaram (Jó 42:7) Etc.
Depois dos fariseus terem a falado
o ex-paralítico o paralitico falou com Jesus e espalhou para todos que Jesus
tinha curado ele e os judeus começaram a perseguir Jesus porque ele havia
curado no sábado, então Ele falou “Meu pai trabalha até agora e eu também”.
Os Judeus estavam acusado a Jesus
de ter transgredido a lei por ter trabalhado exercendo atividade de um médico (curando),
mas Podemos perceber que esta acusação dos judeus também era falsa, pois Jesus
não cobrou pela cura o que descaracterizava o trabalho. Usando a bíblia como
sua interprete não encontraremos na lei nada que fale que é proibido curar em
dia de sábado. Desta forma percebemos que Jesus não transgrediu o dia de
sábado.
Não poderíamos deixar de comentar
o que está escrito no versículo 17: “Disse-lhes Jesus: ‘Meu Pai continua
trabalhando até hoje, e eu também estou trabalhando’.” João 5:17
A palavra que é utilizada em
“disse-lhe” ou “respondeu”, segundo algumas traduções, é “apekinato” a forma
deste verbo sugere que seria uma “defesa publica” de Jesus, então Ele fala que
o Pai continuava trabalhando até hoje, ou seja Deus trabalhava até no dia de
sábado, e Jesus continuou dizendo “e eu também estou trabalhando”, e Jesus
também estava trabalhando em dia de sábado.
O interessante é que a palavra
utilizada nesta passagem para trabalho é “ergazomai” que João a utiliza em
outras passagens para se referir à “obra salvadora de Cristo” (v. 17; 6:32, 35;
9:4), como também as obras “feitas em Deus” (jo 3:21; 6: 28) ou quando fala em
trabalhar para conseguir a vida eterna (6:27).
O trabalho que tanto o Pai como
Jesus estava realizando era diferente do trabalho do chefe da família, não era
um trabalho voltado para ganhos próprios, mas um trabalho voltado para a
salvação. E trabalhos voltados para Deus era permitido em dia de sábado, pois
os próprios sacerdotes trabalhavam em dia de sábado.
O profeta Isaias escreveu:
“Se desviares o teu pé do sábado, de fazeres a tua vontade no
meu santo dia, e chamares ao sábado deleitoso, e o santo dia do Senhor, digno
de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a
tua própria vontade, nem falares as tuas próprias palavras, Então te deleitarás
no Senhor, e te farei cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com
a herança de teu pai Jacó; porque a boca do Senhor o disse.” Isaías
58:13,14
Neste texto a proibição está em
fazer a nossa vontade, em seguir os nossos caminhos e falar as nossas palavras,
pois este dia é voltado para Deus, portanto devemos fazer a vontade Dele,
seguir os Seus caminhos e falar as suas palavras.
Jesus não transgrediu e nem aboliu
a guarda do sábado neste texto, Ele moutrou que não há problemas em levar algo
leve em dia de sábado e que este dia é dia de trabalhar na obra de Deus.
2-
Cura do homem
endemoninhado em cafarnaum
“Entraram em Cafarnaum e, logo no sábado, indo ele à
sinagoga, ali ensinava. E maravilharam-se da sua doutrina, porque os ensinava
como tendo autoridade, e não como os escribas. E estava na sinagoga deles um
homem com um espírito imundo, o qual exclamou, Dizendo: Ah! que temos contigo,
Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus. E
repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te, e sai dele. Então o espírito imundo,
convulsionando-o, e clamando com grande voz, saiu dele. E todos se admiraram, a
ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova doutrina é esta?
Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!” Marcos 1:21-27
A cura o e homem endemoninhado Jesus livrou do cárcere do
inimigo uma alma, desta forma podemos ver que o dia de sábado também é dia de
as pessoas do poder do mal.
3-
A cura da sogra
de pedro
“E logo, saindo da sinagoga, foram à casa de Simão e de André
com Tiago e João. E a sogra de Simão estava deitada com febre; e logo lhe
falaram dela. Então, chegando-se a ela, tomou-a pela mão, e levantou-a; e
imediatamente a febre a deixou, e servia-os.” Marcos 1:29-31
Jesus curou esta mulher e ela passou a servi-lo. A
palavra grega utilizada em “serviço” é a mesma utilizada no versículo 14 quando
os anjos serviram a Cristo. Desta forma, da mesma forma que a mulher ao ter
contato com Jesus e ser curada serviu a ele nós também podemos ser curados por
Ele neste dia e servi-lo.
4-
Homem da mão
ressecada
“E, partindo dali, chegou à sinagoga deles. E, estava ali um
homem que tinha uma das mãos mirrada; e eles, para o acusarem, o interrogaram,
dizendo: É lícito curar nos sábados? E ele lhes disse: Qual dentre vós será o
homem que tendo uma ovelha, se num sábado ela cair numa cova, não lançará mão
dela, e a levantará? Pois, quanto mais vale um homem do que uma ovelha? É, por
consequência, lícito fazer bem nos sábados. Então disse àquele homem: Estende a
tua mão. E ele a estendeu, e ficou sã como a outra. E os fariseus, tendo saído,
formaram conselho contra ele, para o matarem. ” Mateus 12:9-14
Os
fariseus tentaram acusar Jesus de transgredir o sábado fazendo que ele curasse
neste dia, mas Jesus mostrou que era permitido fazer o bem no sábado. Segundo a
tradição judaica, era permitido salvar uma ovelha em dia de sábado, então Jesus
usou a própria tradição judaica como um questionamento aos fariseus, pois
poderia fazer isso com um animal, então porque se faria menos com um ser
humano? Jesus ainda fez a pergunta: “É licito no sábado fazer o bem ou fazer
mal? Salvar vidas ou tira-las? (Mc 3:4) Para eles não fazer o bem era o mesmo
que fazer o mal.
Neste
texto, não há indicação nenhuma de que o sábado foi abolido, a cura do homem
com a mão ressequida serviu para mostrar que se deveria fazer o bem até no
sábado e não que a guarda do sábado não possui mais sentido ou foi abolida.
5-
Do cego de
nascença
“Ao passar, Jesus
viu um cego de nascença. Seus discípulos lhe perguntaram: "Mestre, quem
pecou: este homem ou seus pais, para que ele nascesse cego? " Disse Jesus:
"Nem ele nem seus pais pecaram, mas isto aconteceu para que a obra de Deus
se manifestasse na vida dele. Enquanto é dia, precisamos realizar a obra
daquele que me enviou. A noite se aproxima, quando ninguém pode trabalhar.
Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo". Tendo dito isso, ele cuspiu
no chão, misturou terra com saliva e aplicou-a aos olhos do homem. Então lhe disse:
"Vá lavar-se no tanque de Siloé" (que significa Enviado). O homem
foi, lavou-se e voltou vendo. Seus vizinhos e os que anteriormente o tinham
visto mendigando perguntaram: "Não é este o mesmo homem que costumava
ficar sentado, mendigando? " Alguns afirmavam que era ele. Outros diziam:
"Não, apenas se parece com ele". Mas ele próprio insistia: "Sou
eu mesmo". "Então, como foram abertos os seus olhos? ",
interrogaram-no eles. Ele respondeu: "O homem chamado Jesus misturou terra
com saliva, colocou-a nos meus olhos e me disse que fosse lavar-me em Siloé.
Fui, lavei-me, e agora vejo". Eles lhe perguntaram: "Onde está esse
homem? " "Não sei", disse ele. Levaram aos fariseus o homem que
fora cego. Era sábado o dia em que Jesus havia misturado terra com saliva e
aberto os olhos daquele homem. Então os fariseus também lhe perguntaram como
ele recebera a visão. O homem respondeu: "Ele colocou uma mistura de terra
e saliva em meus olhos, eu me lavei e agora vejo". Alguns dos fariseus
disseram: "Esse homem não é de Deus, pois não guarda o sábado". Mas
outros perguntavam: "Como pode um pecador fazer tais sinais miraculosos?
" E houve divisão entre eles.” João 9:1-16
O questionamento neste texto não era apenas
a cura no sábado, mas também a forma que foi realizada a cura. A tradição
judaica proibia cuspir no chão em dia de sábado, pois poderia ter uma semente
neste local e ela poderia vim a germinar o que caracterização como semear em
dia de sábado. Desta forma, quando Jesus fez o lodo e curou no dia de sábado
ele estava quebrando as leis farisaicas e não a lei de Deus.
6-
Mulher encurvada
lc 13:10-17
“Certo sábado Jesus estava ensinando numa das sinagogas, e
ali estava uma mulher que tinha um espírito que a mantinha doente havia dezoito
anos. Ela andava encurvada e de forma alguma podia endireitar-se. Ao vê-la,
Jesus chamou-a à frente e lhe disse: "Mulher, você está livre da sua
doença". Então lhe impôs as mãos; e imediatamente ela se endireitou, e
louvava a Deus. Indignado porque Jesus havia curado no sábado, o dirigente da
sinagoga disse ao povo: "Há seis dias em que se deve trabalhar. Venham
para ser curados nesses dias, e não no sábado". O Senhor lhe respondeu:
"Hipócritas! Cada um de vocês não desamarra no sábado o seu boi ou jumento
do estábulo e o leva dali para dar-lhe água? Então, esta mulher, uma filha de
Abraão a quem Satanás mantinha presa por dezoito longos anos, não deveria no
dia de sábado ser libertada daquilo que a prendia? " Tendo dito isso,
todos os seus oponentes ficaram envergonhados, mas o povo se alegrava com todas
as maravilhas que ele estava fazendo”. Lucas
13:10-17
Jesus, neste texto, não tinha o objetivo de abolir o
sábado Ele curou a mulher e repreendeu os dirigentes da sinagoga mostrando que
podia dia curar em dia de sábado, pois era um ato de compaixão libertar as
pessoas das mãos de satanás.
7-
Hidrópico lc14:
1-6
“Certo sábado, entrando Jesus para
comer na casa de um fariseu importante, observavam-no atentamente. À frente
dele estava um homem doente, com o corpo inchado. Jesus perguntou aos fariseus
e peritos na lei: "É permitido ou não curar no sábado? " Mas eles
ficaram em silêncio. Assim, tomando o homem pela mão, Jesus o curou e o mandou
embora. Então ele lhes perguntou: "Se um de vocês tiver um filho ou um
boi, e este cair num poço no dia de sábado, não irá tirá-lo imediatamente?
" E eles nada puderam responder.” Lucas 14:1-6
Mais uma vez Jesus mostrou que no
dia de sábado se poderia fazer o bem, pois se eles poderiam resgatar um filho
ou boi do poço então poderia resgatar os filhos de Deus no dia de sábado.
Jesus podia ter restringindo seus milagres
de cura a outros dias que não o sábado, mas não o fez. De fato, os evangelhos
parecem dar ênfase especial às curas no sábado, as quais proclamavam
controvérsia com os Judeus. Por meio dela, Jesus ensinou lições sobre a
verdadeira observância do sábado.
Outro ponto que é importante notarmos é que
se Jesus tivesse transgredido o sábado ele teria pecado, pois o pecado é a
transgressão da lei (I Jo 3:4). Mas Jesus guardou o sábado e devemos ser
imitadores Dele e guarda-lo também.
1.6
Os apóstolos e o sábado
Mt 24:20
“E
orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado;” Mateus
24:20
O
discurso de Mateus 24 está se referindo as coisas que iam acontecer.
Especificamente, o versículo 20 está voltando a invasão romana que retrocederia
e daria tempo de fugir.
É
compreensível o motivo pelo qual jesus pediu que orassem para a fuga não
ocorrer no inverno, pois devido o rigoroso inverno muitos morreriam ou
sofreriam muito durante a fuga. Contudo, o que e quanto ao sábado? Alguns
sugerem que seria difícil fugir por causa dos judeus fanáticos que os impediriam,
porem a própria tradição judaica permitia a fuga no sábado se fosse com o
intuito de salvar a sua vida. Outros sugerem que seria por causa da distância
de “um sábado” que era a distância máxima que se poderia andar em dia de
sábado, mas como cristãos eles não seguiam mais estes tipos de normas criados
pelos rabinos.
Desta
forma, podemos concluir que Jesus deu este conselho aos discípulos a fim de
evitar uma experiência que lhes diminuísse a capacidade de observar o sábado
normalmente.
Lc 23: 50 -56 (30 anos após a morte de cristo) sabado
após a morte de jesus
“Havia um homem chamado José, membro do Conselho, homem bom e
justo, que não tinha consentido na decisão e no procedimento dos outros. Ele
era da cidade de Arimatéia, na Judéia, e esperava o Reino de Deus. Dirigindo-se
a Pilatos, pediu o corpo de Jesus. Então, desceu-o, envolveu-o num lençol de
linho e o colocou num sepulcro cavado na rocha, no qual ninguém ainda fora
colocado. Era o Dia da Preparação, e estava para começar o sábado. As mulheres
que haviam acompanhado Jesus desde a Galiléia, seguiram José e viram o
sepulcro, e como o corpo de Jesus fora colocado nele. Então, foram para casa e
prepararam perfumes e especiarias aromáticas. E descansaram no sábado, em
obediência ao mandamento. ” Lucas
23:50-56
O livro de Lucas foi escrito 30
anos a morte de Jesus, contudo ele traz que os discípulos guardavam o sábado
conforme o mandamento. Não teria sentido mencionar isto se os cristãos não o guardavam,
se eles não guardassem o sábado Lucas teria colocado um comentário do tipo: “contudo,
hoje guardamos o domingo por causa da sua ressurreição neste dia”.
At 17:2;16:13
“Segundo o seu costume, Paulo
foi à sinagoga e por três sábados discutiu com eles com base nas Escrituras,” Atos 17:2
“No sábado saímos da cidade e
fomos para a beira do rio, onde esperávamos encontrar um lugar de oração.
Sentamo-nos e começamos a conversar com as mulheres que se haviam reunido ali.”
Atos 16:13
O livros de “Atos” possui várias passagens em que Paulo
ia a sinagoga em dia de sábado (At 13:14, 42-44; 16:12,13; 17:2), o livro de
Coríntios mostra que Paulo guardou o sábado
durante o período de um ao e meio que esteve na cidade de Corinto (I Co
18:1-18) onde ele trabalhava durante a semana e a sinagoga aos sábados, mas nenhum
texto mostra Paulo ou qualquer outro apostolo guardando o domingo e os texto
muitos utilizam para tentar provar a guarda do domingo (At 20:7 e I Co 16:2)
estão interpretados de maneira errada.
Atos 17:2 mostra Paulo guardando o sábado “segundo o seu costume”
esta é uma expressão semelhante a utilizada para Jesus em Lc 4:16. Alguns
argumentam que Paulo ia nas sinagogas aos sábados simplesmente para converter
os Judeus, mas este texto mostra que ele iam para seguir o seu costume, também
em I Co 18:4 mostra Paulo persuadindo também os gregos em dia de sábado outros
textos mostra Paulo pregando aos pagãos (At 14:15) e aos gregos em Atenas
(17:24) e não podemos esquecer que em Atos 16:13 Paulo estava em uma cidade
pagã, onde não existia sinagoga, contudo foi para a beira do rio não a procura de
alguém para pregar, mas de encontrar um lugar para orar e por acaso encontraram
algumas mulheres que estavam reunidas ali, possivelmente não eram judias, pois
se fossem judeus estariam em casa guardando o sábado por falta de sinagoga.
Desta forma podemos ver que até em uma cidade pagã onde não existia sinagoga
Paulo guardava o sábado.
At 15: 1-5,21
“Alguns homens desceram da Judéia para Antioquia e passaram a
ensinar aos irmãos: "Se vocês não forem circuncidados conforme o costume
ensinado por Moisés, não poderão ser salvos". Isso levou Paulo e Barnabé a
uma grande contenda e discussão com eles. Assim, Paulo e Barnabé foram
designados, juntamente com outros, para irem a Jerusalém tratar dessa questão
com os apóstolos e com os presbíteros. A igreja os enviou e, ao passarem pela
Fenícia e por Samaria, contaram como os gentios tinham se convertido; essas
notícias alegravam muito a todos os irmãos. Chegando a Jerusalém, foram bem
recebidos pela igreja, pelos apóstolos e pelos presbíteros, a quem relataram
tudo o que Deus tinha feito por meio deles. Então se levantaram alguns do
partido religioso dos fariseus que haviam crido e disseram: ‘É necessário
circuncidá-los e exigir deles que obedeçam à lei de Moisés’. “ Atos 15:1-5
"Portanto, julgo que não devemos pôr dificuldades aos
gentios que estão se convertendo a Deus. Pelo contrário, devemos escrever a
eles, dizendo-lhes que se abstenham de comida contaminada pelos ídolos, da
imoralidade sexual, da carne de animais estrangulados e do sangue. Pois, desde
os tempos antigos, Moisés é pregado em todas as cidades, sendo lido nas
sinagogas todos os sábados" Atos
15:19-21
Um
grupo da Judeia vai até Antioquia e afirma que a circuncisão é necessária para
a salvação. A fim de resolver a controvérsia resultante, uma delegação é
nomeada para visitar Jerusalém (v.1,2). Grande parte da passagem conta a
história da jornada até Jerusalém, da reunião ali (chamada de “concilio de
Jerusalém”) e do retorno (v. 3-35). Este é um relato de grade importância. O
que se exige dos gentios que desejavam se tornar cristãos? O texto de Gl
2:1-10, com frequência, é considerado outro relato do concilio de Jerusalém.
Por outro lado, pode narrar a visita de Paulo à cidade, relato que é resumido
em At 11:29,30. (BEA, Pg 1431)
Quanto
a Atos 15: 19-21 qual seria o proposito dessas proibições elas parecem se
concentrar na necessidade de promover a comunhão entre judeus e gentios,
sobretudo entre cristãos gentios e judeus não cristão. Os cumprimentos dessas
quatro regras ajudariam os Gentios e judeus se relacionarem. Duas observações
sobre esse ponto são uteis: (1) As proibições se baseiam nas leis referentes
tanto a judeus como quanto a “estrangeiros que peregrinam entre vós”, de Lv
17-18. O conselho de Jerusalém parece adotar esse modelo do AT, argumentando
que o cumprimento dessas ajudaria os não judeus a viver e adorar sem ofender
aos judeus à sua volta. (2) os quatro itens mencionados estão ligados a templos
pagãos. A abstinência dessas práticas – e o afastamento dos templos pagãos –
torna-se obvio que os cristãos gentios haviam deixado a idolatria para adorar o
único Deus verdadeiro. (BEA, Pg 1432)
Alguns
têm argumentado que o sábado não está entre a relação das coisas que os gentios
deveriam fazer, todavia, o texto também não menciona a que eles não deveriam
matar, roubar, cobiçar, honrar pai e mãe e devolver o dizimo e a oferta.
Portanto, a ausência da menção do sábado não quer dizer eles não deveriam
guarda-lo, pois se fosse assim eles também não deveriam fazer estas outras
coisas.
Outro
ponto importante é a menção do sábado do versículo 21: “Pois, desde os tempos
antigos, Moisés é pregado em todas as cidades, sendo lido nas sinagogas todos os
sábados" se os cristãos não fossem as sinagogas aos sábados então este
texto também não faria sentido. Este texto, possivelmente, mostra que os
cristãos primitivos guardavam o sábado.
I co 7:19
“A circuncisão não significa
nada, e a incircuncisão também nada é; o que importa é obedecer aos mandamentos
de Deus. 1 Coríntios
7:19
Mais uma vez a bíblia mostra a
discursão entre os circuncisos e os incircuncisos. O que o texto está mostrando
é que não diferença entre os dois o que importa é que eles guardem os
mandamentos de Deus que é a lei moral e o sábado está entre eles (Ex 20; Dt 5)
Rm 14:5
“Há
quem considere um dia mais sagrado que outro; há quem considere iguais todos os
dias. Cada um deve estar plenamente convicto em sua própria mente.” Romanos 14:5
A palavra usada neste versículo
não pode se referir ao sétimo dia, o sábado, conforme atestam como regularidade
a própria pratica de Paulo e seus escritos. Trata-se de uma provável referencia
aos varos dias de festas dos judeus, como a Pascoa, o dia de expiação e os dias
de jejum que costumavam precede-los. No contexto desta passagem, a intenção de
Paulo é recomendar tolerância em relação àqueles que são cincerros e zelosos na
observância de determinadas leis cerimoniais, mesmo que tais praticas sejam
questão de “opinião”. (BEA 1476)
Colossenses 2:16
“Portanto, não permitam que
ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma
festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de sábado.” Colossenses 2:16
Albert Barnes, teólogo e
comentarista presbiteriano em sua obra Notes on The New Testament, comenta
Colossenses 2:16, textualmente:
"Não há nenhuma
evidência nessa passagem de que Paulo ensinasse que não havia mais obrigação de
observar qualquer tempo sagrado, pois não há a mais leve razão para crer que
ele quisesse ensinar que um dos Dez Mandamentos havia cessado de ser
obrigatório à humanidade. Se ele tivesse escrito 'O sábado', no singular, então, certamente estaria claro que ele
quisesse ensinar que aquele mandamento (o quarto) cessou de ser obrigatório, e
que o sábado não mais devia ser observado. Mas o uso do termo no plural, e a
sua conexão, mostram que o apóstolo tinha em vista o grande número de dias que
eram observados pelos hebreus como festivais, como uma parte de sua lei
Cerimonial e típica, e não a lei Moral, ou os Dez Mandamentos. Nenhuma
parte da lei Moral - nenhum dos Dez Mandamentos - poderia ser referido como
'sombra das coisas futuras.' Estes mandamentos são, pela natureza da lei Moral,
de obrigação perpétua e universal."
Albert Barnes não foi o único comentarista não guardador
do sábado que se referem a esse texto como o sábado cerimonial, temos também Jamieson, Fausset, and
Brown, estudiosos fundamentalistas, assim comentam Colossenses 2:16:
"Sábados...
referem-se ao dia da Expiação e festa dos Tabernáculos que chegaram ao fim com
os cultos judaicos a que pertenciam (Levítico 23:32, 37 e 39). O sábado semanal
repousa em base mais permanente, tendo sido instituído no Paraíso para comemorar
o remate da Criação em seis dias. Levítico 23:38 expressamente distingue o
'sábado do Senhor' dos outros sábados."
Além deste,
ainda temos a importante declaração de Strong (A. H.
Strong, Systematic Theology, pág.
408,409), que muito nos tem
ajudado neste mister. Diz textualmente:
"Percebemos...
a importância e o valor do sábado, como
comemorativo do ato divino da Criação e,
necessariamente da personalidade, soberania e transcendência de Deus. O sábado é de obrigação perpétua como
o memorial estabelecido de Sua atividade criadora. A instituição do sábado antedata o decálogo e forma uma parte da lei
moral. Feito na criação, ele se aplica ao
homem em toda a parte e em época, em seu atual estado de criatura." 1
E continua A. H. Strong:
"Nem
nosso Senhor nem Seus apóstolos ab-rogaram o sábado do Decálogo. A nova
dispensação anulou as prescrições mosaicas relativas à maneira de guardar o sábado,
mas continua reafirmando sua observância como de origem divina necessária à
natureza humana. Nem tudo na lei mosaica foi abolido por Cristo... Cristo não
cravou na cruz mandamentos do Decálogo." 2
Clinton E. Arnold, presidente da Evangelical
Theological Society, escreveu em seu livro Exegetical comentary on the
testament colossians & philemon, refere-se a “sábados” deste texto não
sendo como o sábado do 10 mandamentos, mas como o sincretismo religioso criado
pelos judeus Greco-romano.
Esse testemunho fala por si: Os
"sábados" de Colossenses 2:16 eram cerimoniais. Há estudiosos que
alinham os sábados em sete, durante o ano judaico, e que no ano 30 de nossa
eram assim se teriam seguido: 15 de Nisã (sexta-feira), 21 de Nisã
(quinta-feira), 6 de Sivã (sábado), 1.º de Tishri (domingo), 10 de Tishri
(terça-feira), 15 de Tishri e 22 de Tishri (domingo). De qualquer maneira, recaíam
em dias diversos da semana. Deus descansou no sábado do sétimo dia, porém não
fez o mesmo nos sábados anuais. Ao primeiro Deus chama "os Meus
sábados" (Ezequiel 20:20); aos últimos, chama-os de "seus
sábados" (Oséias 2:11; Isaías 1:13), etc. A própria Bíblia estabelece a
distinção, como vimos.
Atos 25:8; 26:4-6; 28:17
“Então Paulo fez sua defesa: "Nada fiz de errado contra
a lei dos judeus, contra o templo ou
contra César". Atos 25:8
"Todos os judeus sabem como tenho vivido desde pequeno,
tanto em minha terra natal como em Jerusalém. Eles me conhecem há muito tempo e
podem testemunhar, se quiserem, que, como fariseu, vivi de acordo com a seita
mais severa da nossa religião. Agora, estou sendo julgado por causa da minha esperança no que Deus prometeu aos nossos
antepassados.” Atos 26:4-6
“ Três
dias depois, ele convocou os líderes dos judeus. Quando estes se reuniram,
Paulo lhes disse: "Meus irmãos, embora eu não tenha feito nada contra o
nosso povo nem contra os costumes dos nossos antepassados, fui preso em
Jerusalém e entregue aos romanos.
Por essa razão pedi para vê-los e conversar com vocês. Por
causa da esperança de Israel é que estou
preso com estas algemas". ” Atos 28:17,
20
Os lideres judeus procuravam um
motivo para acusar Paulo de Heresia, mas nenhuma vez questionaram sua lealdade
ao sábado, cuja transgressão poderia ocasionar a pena capital. De acordo com
Walter E. Straw, “Paulo jamais poderia ter afirmado isso [registrado em Atos 25:8; Atos 26:4-6; Atos 28:17, 20] se ele
houvesse abandonado uma das mais sagradas observância dos Judeus – o sábado.
Justo L. Gonzales acresenta:
“os
primeiros cristãos não criam que pertencessem a uma nova religião. Eles haviam
sido judeus [durante] toda sua vida, e continuavam sendo. Isso é certo não só
em relação a Pedro e aos doze, mas também aos sete e até mesmo a Paulo. Sua fé
não consistia em uma negação do judaísmo, mas antes em uma convicção de que era
messiânica, tão esperada pelo povo hebreu, havia chegado. Conforme Paulo
expressa aos judeus em Roma no fim de sua carreira: “pela esperança de Israel
estou preso com esta cadeia” (atos 28:20. Isto é, a razão pela qual Paulo e os demais
cristãos estavam sendo perseguidos não era porque se opunham ao judaísmo, mas
porque criam e pregavam que Jesus hviam se cumprido as promessas feitas a
israel.
Por
essa razão, cristãos da igreja de Jerusalem continuavam guardando o sábado e
assistindo ao culto no templo.”
O domingo
O
novo testamento apresenta apenas oito menções ao primeiro dia da semana sendo
que seis delas estão nos evangelhos e estão se referindo ao dia que jesus
ressuscitou e duas outras no restante do novo testamento.
Antes
de começarmos a analisar os textos devemos ter em mente que todos os evangelhos
foram escritos entre o ano 50 a 90 d.C. E nenhum deles traz o domingo como o
dia de adoração. Se Jesus tivesse transferido a guarda do sábado para o domingo
eles deveriam estar dizendo algo sobre isso mudança, mas isso não acontece.
Os
seis textos no evangelhos que se referem ao primeiro dia da semana são:
1- Depois
do sábado, tendo começado o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra
Maria foram ver o sepulcro. Mateus 28:1
2- No
primeiro dia da semana, bem cedo, ao nascer do sol, elas se dirigiram ao
sepulcro, Marcos 16:2
3- Quando
Jesus ressuscitou, na madrugada do primeiro dia da semana, apareceu
primeiramente a Maria Madalena, de quem havia expulsado sete demônios. Marcos 16:9
4- No
primeiro dia da semana, de manhã bem cedo, as mulheres tomaram as especiarias
aromáticas que haviam preparado e foram ao sepulcro. Lucas 24:1
5- No
primeiro dia da semana, bem cedo, estando ainda escuro, Maria Madalena chegou
ao sepulcro e viu que a pedra da entrada tinha sido removida. João 20:1
6- Ao
cair da tarde daquele primeiro dia da semana, estando os discípulos reunidos a
portas trancadas, por medo dos judeus, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e
disse: "Paz seja com vocês! "João 20:19
Mateus 28:1;
Marcos 16:2; Lucas 24:1; João 20:1
Estes
quatro textos apenas falam que as mulheres preparam as especiarias e foram ao
sepulcro e nada mais. Nada nestes textos afirma algo sobre a mudança do dia de
guarda.
Marcos 16:9
Este texto
também não fala nada sobre a mudança do dia de guarda apenas fala que Jesus
ressuscitou no domingo de madrugada e ele apareceu primeiro a Maria Madalena.
Se a mudança do dia de guarda realmente tivesse ocorrido este seria o texto
ideal para o autor bíblico colocar um comentário do tipo “ e por Jesus ter
ressuscitado neste dia guardamos o domingo”, mas ele apenas apresenta um dado
histórico. Ainda mais, como Jesus morreu na sexta feira e ressuscitou no
domingo isso mostra que até na tumba Cristo guardou o sábado.
Jo 20:19
Os
discípulos estavam reunidos com medo dos judeus e não porque estavam fazendo
alguma reunião com objetivo de louvor a Deus.
Uma
curiosidade é que o evangelho de João foi escrito depois do apocalipse e se a
guarda do domingo já existisse ele teria colocado lá.
Os outros dois textos que
mencionam o primeiro dia da semana são:
1-
No primeiro dia
da semana reunimo-nos para partir o pão, e Paulo falou ao povo. Pretendendo
partir no dia seguinte, continuou falando até à meia-noite. Atos 20:7
2-
No primeiro dia
da semana, cada um de vocês separe uma quantia, de acordo com a sua renda,
reservando-a para que não seja preciso fazer coletas quando eu chegar. 1 Coríntios 16:2
Atos 20:7
Neste
texto não está claro o sentido das palavras “Partir o Pão” Klasai Arton (partir
o pão em grego) elas podem simplesmente significar uma refeição e contexto
também não indica que poderia está havendo uma reunião com o intuito de
celebrar a eucaristia (santa ceia). Vários comentaristas que não defendem o
sábado concordam com isso como por exemplo Clifford Dogmor teólogo renomado e
ferrenho guardador do domingo que disse:
“Não
há menção taça, nem de quaisquer oração ou cântico; o discurso de Paulo não se
segue a leitura das escrituras.”
Outros
guardadores do domingo chegaram a mesma conclusão como August Neander e Charles
John Ellicott que escreveram em seus comentários que ali não está se referindo
a eucaristia. Até o livro do “Do sábado para o dia do Senhor” criado por D.A.
Carson, que tem o objetivo de defender a guarda do domingo, afirma que é
inconcluso afirmar que este texto está se referindo a uma reunião com objetivo
de celebrar a eucaristia.
Outro ponto a ser visto neste
texto é que a reunião aconteceu no 1º dia da semana a noite que de acordo com a
bíblia seria no que hoje chamamos de sábado a noite, pois a contagem de um dia
se fazia do pôr do sol do dia até o pôr do sol do dia seguinte. Ou seja, a
reunião foi em um sábado. Além disso, se um dia fosse declarado santo por causa
da santa ceia então a quinta feira também seria, pois neste dia Cristo fez a
santa ceia com os apóstolos.
I coríntios 16:2
Muitos
acreditam que as coletas referidas por Paulo seriam em reuniões dominicais uma
vez por semana, mas não há nada no livro de coríntios ou na história que
confirme que a pratica de guardar uma parte do dinheiro em casa seria uma forma
reunião dominical.
O
contexto mostra que os irmãos guardariam uma parte do dinheiro que receberam
durante a semana no domingo e que quando Paulo fosse passar por lá ela as
coletaria e levaria para Jerusalém.
O
grego utilizado em “ponha a parte” é “para reu tur” que quer dizer “ao lado de
si” ou “Junto de si”, ou seja, guarde com você junto a sua casa.
Era
comum entre as famílias judaicas e agora cristã que eles planejassem no primeiro
dia da semana as despesas daquela semana. Então, Paulo estaria pedindo aos
irmãos que quando eles fossem fazer o planejamento dos gastos da semana eles
separassem a oferta. Quem confirma isto é Tomas k. Cheyne, na sua época,
renomado pastor metodista e professor de Oxford que escreveu em sua
enciclopédia:
“A
maior parte da Igreja de Corinto consistia de pessoas pobres e desconhecidas
(1co 16:2);possivelmente para muito deles o ultimo ou primeiro dia da semana
era dia de pagamento; o primeiro dia, portanto, foi o dia em que eles poderiam
mais facilmente reservar a parte alguma coisa, portanto, não nos fornecer, com
alguma segurança, fatos da observância do domingo nas igrejas Paulinas”
F.W.
Farrar argumenta com certo que “Dificilmente se pode afirmar que esse verso
implica qualquer observância religiosa do domingo [...] a expressão grega
sugere que o ‘pôr de parte’ era feito em casa”.
Referencias na Ultima Parte
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