quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

O Sabado Parte 6: O sábado no Novo Testamento

Para muitos Jesus aboliu o sábado na cruz ou quando Ele ressuscitou e que os escritos no novo testamento não corrobora para a guarda do sábado, mas o que os textos do novo testamento falam? Será que podemos embasar a guarda do sábado utilizando o novo testamento?
            Esta parte do estudo está dividido de forma que poremos comparar o sábado no antigo testamento com o sábado no novo testamento.

1.1            O sábado foi dado antes do Sinai

O livro de Hebreus 4:9, 10 está escrito:
 “Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas.”

O texto faz referencia a Gn 2:3 que mostra o sábado como o auge supremo da criação por abrir tempo e espaço para a santidade e a comunhão. Deus não descansou porque estava cansado (Is 40:28), mas porque valoriza a comunidade. De todos os dias da criação o senhor só abençoou e santificou o sétimo dia, indicando que pertence a Ele de maneira especial. A benção do sábado está intrinsicamente relacionada à santificação do sábado, que ocorre de novo em Êx20:8-11, como parte do mandamento referente à guarda deste dia. No entanto, o descanso sabático não se originou com a ordem divina dada a Israel no monte sinai. Em vez disso, começou com a atividade pessoal e criativa de Deus durante a semana da criação. (BEA pag. 8)
O capitulo 4:1-16 do livro de Hebreus é uma exortação a fidelidade e a aceitação da oferta divina. O descanso que ele trata no texto é o descanso de Deus (Hb 4:1) que se refere a promessa do evangelho que é a salvação, mas ele compara este descanso de Deus com a guarda do sábado, mostrando assim que a guarda do sábado era viva nos dias em que o livro foi escrito, pois se os cristãos já tivessem guardando o domingo no lugar do sábado eles teriam comparado o descanso de Deus como o primeiro dia ou o dia da ressurreição de jesus. Contudo, ele compara com o sábado comprovando que os primeiros cristãos guardaram o sábado, pois se não, o texto não faria sentido.
O versículo 9 quando fala em repouso está se referindo literalmente a “um repouso sabático” a bíblia ecumênica e a de Jerusalém traz a tradução correta utilizando o termo repouso sabático e repouso do sábado. Conforme observamos o descanso sabático exprime de duas maneiras nossa fé. Primeiramente, testifica de que aceitamos a bondade e a salvação divina. Em segundo lugar, demonstra que estamos aguardando a consumação desses dons na segunda vinda. (BEA pag.1598)


1.2 O sábado foi dado para a humanidade

 


“E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.” Marcos 2:27
            Alguns sugerem que este texto está abolindo o sábado, pois como o sábado foi criado para a humanidade a humanidade não está obrigada a guardá-lo, mas um estudo detalhado do texto mostra que essa não era a intenção do autor bíblico.
            A palavra utilizada neste texto para homem é “antropos” que quer dizer literalmente “humanidade”. O sábado não foi feito apenas para o povo hebreu, mas para todo a humanidade como também mostra o antigo testamento (Is 56: 2-8).
            As tradições e as exigências legais a respeito da guarda do sábado havia de expandido até o 1º século e passaram a enfatizar a mecânica da observação do dia santo. Nesse processo, se perdeu o propósito do sábado: a restauração física e espiritual. Em vez disso, o sábado se transformou num fardo. Jesus queria restaurar a dimensão festiva do sábado como um presente de Deus para seus filhos. (BEA pag 1286)
            Jesus estava dizendo que o sábado foi feito para o homem descansar e adorar a Deus e não para ficar preso as diversas tradições criadas pelos judeus no período intertestamentário. E mostrou desta forma que o sábado foi criado para toda a humanidade e não apenas para o povo hebreu. A guarda do sábado é para todos, ele é uma benção para todos.

1.3            A perpetuidade da guarda do sábado

 

 

Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido. Mateus 5:17,18
Jesus não veio abolir a lei ele e profetas, nestas palavras jesus está se referindo ao pentateuco (lei, Torah) e o restante do antigo testamento (profetas, Neviim; escritos, kethuvim) ele está mostrando que ele não veio revogar o antigo testamento ele veio cumprir o que estava lá escrito, ele veio confirmar a palavra de Deus no antigo testamento e dando um sentido mais pleno, pois a palavra utilizada para cumprir é “pleró” que significa completar, jesus veio dar o verdadeiro sentido do antigo testamento completando-o e nos versículos seguintes ele completa o antigo testamento (mt 5:21,22,27,28,29) mostrando o que tinha no antigo testamento e como deveria ser a partir daquele momento.
Nem um jota, que é letra do alfabeto, e nem o til, um símbolo pequeno do alfabeto, jamais passaria da sua lei até que tudo seja cumprido. A lei cerimonial foi cumprida ela servia para mostrar que o messias viria, mas lei moral dos 10 mandamentos ainda continua por que ela representa o caráter de Deus. Em suma, o texto está mostrando que todo o antigo testamento é valido para o dia de hoje, a não ser, aquilo que simbolizava a vinda, vida, morte e ressurreição de Cristo, pois eles eram sobras das coisas que iam de vir (Colossenses 2:17).

“Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei.” Romanos 3:31

O texto está envolvido no contexto em que se debatiam sobre justificação pela fé ou pelas obras, contudo Paulo mostra que a salvação é pela fé independente das obras (vs 28) e que Deus é Deus dos judeus e dos ímpios, dos circuncidados e incircuncisos (vs 29, 30) improntando que se tenha fé. E nesse contexto Paulo afirma que ter fé não anula a lei pelo contrário afirma ela e esta confirmação se dar ao cumprir a lei, pois como está escrito em Tiago 2:26: “a fé sem obra é morta”. O que o texto está mostrando é que somos justificados pela fé, mas se tivermos fé cumprimos a lei e desta forma a confirmamos.

“Eu fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta,” Apocalipse 1:10

            Toda a discursão sobre este texto estão nas palavras “dia do Senhor” do grego kuriake hemera. Existem pelo menos 5 opiniões referente a interpretação destas palavras. 1º seria o dia do imperador, 2º o domingo de pascoa, 3º dia escatológico, 4º domingo e 5º sábado. Vamos analisar cada uma:
1º O dia do senhor como o dia do imperado se torna inviável, pois João preferiu ser exilado na ilha de Patmos ao invés de adorar o imperador romano e dificilmente chamaria o imperador de senhor.
2º O dia do senhor como o dia de pascoa vem fontes extra bíblicas e não possui embasamento bíblico.
3º O dia do senhor como o dia escatológico torna-se de difícil compreensão, pois João não vai para uma visão voltada para o dia do juiz final, mas para as igrejas que representam cada etapa que a igreja de Deus viveria.
4º O dia do senhor como o domingo possui pelo menos três problemas: 1- Ela é construída sobre a ideia de que a mudança de guarda do sábado para o domingo já havia acontecido no período apostólico, o qual não possui comprovação. 2- Em nenhum lugar da bíblia o domingo é considerado o dia do senhor e até mesmo o evangelho de joão que foi escrito depois do apocalipse traz o domingo apenas como o “primeiro dia da semana” (Jo 20:1,19) e nada mais. 3- em terceiro lugar a expressão o dia do senhor só começou a ser associado ao domingo no final do segundo século e tentar interpretar Ap 1:10 e artificial e antibiblica e pode causar um erro de anacronismo.
5º O dia do senhor como o sábado é a única opção que utiliza-se apenas da bíblia. No antigo testamento há uma diferença entre meus sábados (Êx 31:13; Is 56:4; Ez 20:12-21) referindo-se ao sábado semanal e seus sábados (Lv 26:34,43; Os 2:11) referindo-se aos sábados cerimoniais das festas judaicas. Referindo-se ao sábado como “Meus sábados”, Deus o qualifica como sendo o Seu santo dia. No Livro de Isaias (58:13), uma benção especial é destinada àqueles que chamam “ao sábado deleitoso e santo dia do Senhor”. Nos evangelhos, o próprio Cristo se autodenomina “senhor do sábado” (Mt 12:8; Lc 6:5) com base nas escrituras podemos identificar que o sábado é o dia do senhor que está em Apocalipse 1:10.
“Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz, Não endureçais os vossos corações, Como na provocação, no dia da tentação no deserto. Onde vossos pais me tentaram, me provaram, E viram por quarenta anos as minhas obras. Por isso me indignei contra esta geração, E disse: Estes sempre erram em seu coração, E não conheceram os meus caminhos. Assim jurei na minha ira Que não entrarão no meu repouso. Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo. Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado; Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim. Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações, como na provocação. Porque, havendo-a alguns ouvido, o provocaram; mas não todos os que saíram do Egito por meio de Moisés. Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi porventura com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes? E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade.
Temamos, pois, que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fica para trás. Porque também a nós foram pregadas as boas novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram. Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso, tal como disse: Assim jurei na minha ira Que não entrarão no meu repouso; embora as suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo. Porque em certo lugar disse assim do dia sétimo: E repousou Deus de todas as suas obras no sétimo dia. E outra vez neste lugar: Não entrarão no meu repouso. Visto, pois, que resta que alguns entrem nele, e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas novas não entraram por causa da desobediência, Determina outra vez um certo dia, Hoje, dizendo por Davi, muito tempo depois, como está dito: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações. Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria depois disso de outro dia. Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas. Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência. Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” Hebreus 3:7-4:13
            Na seção do livro de hebreus que vai de 3:7 a 4:13, o termo Katúpausis ocorre oito vyezes (3:11,18, 4:1,3 [duas vezes], 5, 10, 11); e o verbo katapao, três vezes (4:4, 8, 10). Todos geralmente traduzidos como “descanso”. A palavra “sabbatismo” ocorre apenas uma vez (4:9), traduzida por “descanso sabático”, é conceito chave nesse contexto. Essa passagem de hebreus constitui uma exposição exortatica/homiletica do salmo 95: 7-11, que se refere aos fracassos dos israelitas em suas peregrinações pelo deserto. Esses fracasos fizeram com Deus jurasse que não entrariam no seu descanso.
            Esse tipo especifico de pensamento é introduzido no salmo pela exortação “hoje se ouvirdes a voz de Deus não endureçais o coração como em Meribá” (vs 7,8). Essa declaração é fundamental para toda a passagem de hebreus (ver 3:8, 13, 15, 4:7) onde a palavra descanso é utilizada metaforicamente para representar a experiência da salvação em Cristo (cf. Mt 1:28-30). Esse “descanso” pode também incluir outro cumprimento: o escatológico. O livro de hebreus, em comum com outras partes do NT enfatiza a experiência da fé tanto no monto presente quanto no da recompensa final (ver Hb 10:25;11).
            Em Hebreus 4:4 faz-se menção ao descanso de Deus de sua obra no tempo da criação; a referência ao sábado (4:9,10) diz: “portanto, resta um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no descanso de Deus. Também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas”. Varias interpretações foram propostas para o significado de “Descanso sabático”. Por causa do forte exemplo de seguir o exemplo de Deus alguns afirmam que a expressão se refere ao descanso do sábado. Outros, insensatamente, a utilizam para apoiar a observância do domingo semanal, apesar de que o domingo sequer é citado na passagem. O “outro dia” mencionado no verso 8 não é o domingo, mas uma clara referência a um tempo futuro ao de José e à conquista de canaã.
            Em virtude do conceito de “descanso” está presente muito presente no texto existem interprete que consideram o “descanso sabático” em um sentido metafórico. Eles acreditam que o “descanso sabático” está se referindo com um relacionamento com Cristo, tornando evidente que sábado foi revogado. Mais convincente é o ponto de visto oposto, pois a menos que sábado semanal estivesse realmente sendo observado pelos destinatários do livro de Hebreus, a força do argumento Homilético/teológico estaria perdida. Assim, embora Hebreus 4:9 e 10 não se ocupe pela primariamente da observância do sábado, fornece confirmação indireta da observância apostólica do sétimo dia da semana.

1.4            O sábado é um sinal

“E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo.” Apocalipse 12:17
O texto mostra o grande conflito entre Deus e satanás. O dragão é satanás a mulher é a igreja verdadeira e o remanente é o povo de Deus nos últimos dias e o povo de Deus é será reconhecido pelos os que guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus. Da mesma forma que no antigo testamento (Ez 20:12, 20) o sábado é o sinal que entre Deus e seu povo, no novo testamento a guarda de todos os mandamentos de Deus, incluindo o sábado, é o sinal do povo de Deus.

1.5 Como guardar o sábado?

“E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler.” Lucas 4:16
Jesus guardava o sábado indo para a sinagoga neste dia, da mesma forma nós devemos imitar a Cristo indo adorar a Deus neste.
Alguns diem que o verdadeiro sábado se perdeu no tempo, contudo, mesmo que isto fosse verdade quando Cristo guardou o sábado ele teria restaurado o da de guarda e nós sabemos que de lá pra cá não ouve mudança no ciclo semanal e o sábado que guardamos hoje é o mesmo sábado que Cristo guardou.
“E aconteceu que, passando ele num sábado pelas searas, os seus discípulos, caminhando, começaram a colher espigas. E os fariseus lhe disseram: Vês? Por que fazem no sábado o que não é lícito? Mas ele disse-lhes: Nunca lestes o que fez Davi, quando estava em necessidade e teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, no tempo de Abiatar, sumo sacerdote, e comeu os pães da proposição, dos quais não era lícito comer senão aos sacerdotes, dando também aos que com ele estavam? E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. Assim o Filho do homem até do sábado é Senhor.” Marcos 2:22-28

            As acusações dos fariseus não envolviam a questão de Cristo e os discípulos passarem pelas searas no sábado. Como os próprios fariseus estavam juntos, em condições de ver o incidente e dialogar com Cristo a respeito, é provável que o grupo estivesse regressando da sinagoga. Também não era o fato dos discípulos estarem comendo cereais de propriedade alheia, pois em Deuteronômio (23:25) existe a seguinte provisão: “Quando entrardes na seara do teu próximo, com as mão arrancaras as espigas; porem na seara não meteras a foice. ”
            A verdadeira questão envolvida na acusação dos fariseus era se os discípulos de Jesus tinham o direito de colher e comer espigas no sábado, “debulhando-as com as mãos” (Lc 6:1). Segundo a tradição rabínica, esse ato envolvia várias atividades proibidas no dia de sábado. Samuele Bacchiocchi esclarece que “ao colher as espigas, eles eram culpados de segar; ao esfrega-las com as mãos, eram culpados de debulhar; ao separar os grãos da palha, eram culpados de joeirar; e, por todo o processo, eram culpados de preparar uma refeição no dia de sábado”.
Os discípulos não transgrediram o sábado de acordo com o antigo testamento, mas transgrediram as leis rabínicas, sobre o sábado, que foram criadas no período intertestamentário.
Cristo, então, mostrou dois exemplos o de Davi e seus companheiros que comeram os pães da preposição descrito em Samuel 21:1-6, estes pães só poderiam ser comidos pelos sacerdotes, contudo, Ralph W. Klein Argumenta que “Jesus citou esse incidente como uma violação desculpável de uma regra cúltica.”
O segundo exemplo foi o exemplo foi de que os sacerdotes trabalhavam em dia de sábado. Eles violavam o sábado, pois eles trabalhavam sacrificando animais em dia de sábado, contudo, o talmude babilônico (Shabbath 132b) reconhecia que “o serviço sacrifical tem prioridade sobre o sábado”. Além disso, os sacerdotes faziam vários serviços para Deus que não poderiam ser enquadrados como transgressão do sábado. Desta forma, Jesus estava mostrando que até mesmo as próprias leis rabínicas existiam exceções e, portanto, não haveria problemas de quebrar as leis rabínicas em colher para comer em dia de sábado e mostrou que esta pratica não era transgressão da guarda do sábado e para fechar este assunto ele declarou que era senhor do sábado, ou seja, ele tem a autoridade para dizer o que é ou não a transgressão do sábado.

Jesus em seu ministério fez 7 curas no sábado, o que leva a muitos a dizer ao fazer isso ele estava transgredindo o sábado e mostrando que o sábado não deveria ser guardado. Entretanto, ao dizer que Jesus transgrediu o sábado estão criando um grande problema, porque se Cristo tivesse transgredido o sábado Ele teria pecado, pois o pecado é transgressão da lei (I Jo 3:4). Cristo não transgrediu a lei curando no sábado, pois não existe nenhum texto no antigo testamento que proíba a cura no sábado. O que existiam eram lei rabínicas que proibiam o exercício de trabalhar como médico, contudo, como Jesus não cobrou para curar, então nem esta lei rabínica Cristo Quebrou. Entretanto, ao analisarmos as curas no sábado podemos perceber que Cristo queria ensinar a verdadeira forma de guardar o sábado e esta forma é desvinculada das tradições e guiada pela palavra de Deus.
As curas no sábado foram:

1-              Paralitico de Betesda jo 5:1-15

“Depois disto havia uma festa entre os judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. Ora, em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres. Nestes jazia grande multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados, esperando o movimento da água. Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse. E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo. E Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são? O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me ponha no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim. Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma o teu leito, e anda. Logo aquele homem ficou são; e tomou o seu leito, e andava. E aquele dia era sábado. Então os judeus disseram àquele que tinha sido curado: É sábado, não te é lícito levar o leito. Ele respondeu-lhes: Aquele que me curou, ele próprio disse: Toma o teu leito, e anda. Perguntaram-lhe, pois: Quem é o homem que te disse: Toma o teu leito, e anda? E o que fora curado não sabia quem era; porque Jesus se havia retirado, em razão de naquele lugar haver grande multidão. Depois Jesus encontrou-o no templo, e disse-lhe: Eis que já estás são; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior. E aquele homem foi, e anunciou aos judeus que Jesus era o que o curara. E por esta causa os judeus perseguiram a Jesus, e procuravam matá-lo, porque fazia estas coisas no sábado. E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também. Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus.” João 5:1-18

            Neste texto poderíamos abordar vários temas, mas vamos nos prender aos que se refere ao sábado.
            Jesus estava em Jerusalém para uma festa judaica e Ele passou por pelo tanque de Betesda, que significa “casa de misericórdia”, ali por muitos anos um homem esperava ser curado ao se jogar nas águas, mas nuca conseguiu, então Jesus foi até ao homem perguntou se ele queria ser curado e mandou ele se levantar, pegar o leito e andar. Contudo, quando os fariseus viram o homem andando com o leito disseram que ele não deveria carregar o leito, pois era sábado. Vamos deter um pouco aqui.
            Algo que devemos ter em mente é que o leito que está se referindo é apenas uma espécie de tapete, um pano que servia apenas para cobrir o chão e não algo muito pesado como muitos pensam.
Aqui nos cabe uma pergunta, onde está na bíblia a proibição de carregar algo no dia de sábado? O que talvez poderia dizer dar brecha a isso seria no livro de Neemias (13:19) que proíbe a entrada de cargas no dia de sábado.
“Sucedeu, pois, que, dando já sombra nas portas de Jerusalém antes do sábado, ordenei que as portas fossem fechadas; e mandei que não as abrissem até passado o sábado; e pus às portas alguns de meus servos, para que nenhuma carga entrasse no dia de sábado. Neemias” 13:19
Contudo, o texto está se referindo a entrada de grande quantidade de mercadorias no dia de sábado que resultava em grande esforço físico e gerava trabalho tanto para os homens (descarga de materiais) como para os animais (carregar o peso) e trabalhar no dia de sábado estava proibido pelo quarto mandamento.
“Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas.” Êxodo 20:10

Outro texto é o que fala do homem que apanhava lenha no dia de sábado.
“Estando, pois, os filhos de Israel no deserto, acharam um homem apanhando lenha no dia de sábado. Os que o acharam apanhando lenha o trouxeram a Moisés, e a Arão, e a toda a congregação. Meteram-no em guarda, porquanto ainda não estava declarado o que se lhe devia fazer. Então, disse o SENHOR a Moisés: Tal homem será morto; toda a congregação o apedrejará fora do arraial. Levou-o, pois, toda a congregação para fora do arraial, e o apedrejaram; e ele morreu, como o SENHOR ordenara a Moisés.” (Números 15:32-36 RA)

Este homem foi preso por transgredir o sábado ao trabalhar colhendo lenha em dia de sábado, porém o que não devemos esquecer é que Deus tinha acabado de dar os mandamentos ao povo e quando este homem desobedeceu a ordem de Deus estava desta forma se rebelando contra os mandamentos, então Deus teve que agir de forma dura e ordenou a sua morte. Ao colher a lenha ele tinha que passar horas procurando lenha, já que no deserto não é fácil encontrar lenha, tinha que fazer um grande esforço físico ao carregar a lenha por longas distancias até a sua tenda e mesmo se ele colocasse um animal para carregar a lenha ele estaria fazendo o animal trabalhar quebrando, assim, o mandamento.
Nestes dois casos anteriores vemos que o que estava em questão era o trabalho em dia de sábado e não o simples ato de carregar algo em dia de sábado.
O texto do paralitico fala que fariseus o acusaram de transgredir o sábado por carregar o leito ou seja por carregar a sua capa e a bíblia não fala que carregar algo leve como a capa era transgressão da lei, esta proibição vinha de suas tradições segundo a tradição judaica o homem só poderia levar apenas um lenço consigo em dia de sábado e só poderia levar o segundo lenço se este fosse preso em sua roupa se tornando assim parte da sua roupa, por isso, a acusação dos fariseus não estava baseada na bíblia, mas nas suas tradições que foram desenvolvidas no período intertestamentário. Desta forma, a acusação dos fariseus do homem ter transgredido o sábado era falsa e a bíblia descreve este fato não por ela concordar com os fariseus, mas para mostrar que este fato aconteceu, ou seja esta descrição tem valor histórico e de acordo com a lei o homem não transgrediu o sábado, mas a tradições dos fariseus.
Devemos ter em mente que nem tudo o que a bíblia descreve Deus concorda, podemos ver isso quando lemos os relatos dos homens tentando ter relações com os anjos em Sodoma (Gn 19:5), quando alguns homens da tribo de Benjamim violentaram a mulher do levita e ele cortou o corpo dela e espalhou para todas as tribos (Jz 19:23-29), as coisas que os amigos falaram (Jó 42:7) Etc.
Depois dos fariseus terem a falado o ex-paralítico o paralitico falou com Jesus e espalhou para todos que Jesus tinha curado ele e os judeus começaram a perseguir Jesus porque ele havia curado no sábado, então Ele falou “Meu pai trabalha até agora e eu também”.
Os Judeus estavam acusado a Jesus de ter transgredido a lei por ter trabalhado exercendo atividade de um médico (curando), mas Podemos perceber que esta acusação dos judeus também era falsa, pois Jesus não cobrou pela cura o que descaracterizava o trabalho. Usando a bíblia como sua interprete não encontraremos na lei nada que fale que é proibido curar em dia de sábado. Desta forma percebemos que Jesus não transgrediu o dia de sábado.
Não poderíamos deixar de comentar o que está escrito no versículo 17: “Disse-lhes Jesus: ‘Meu Pai continua trabalhando até hoje, e eu também estou trabalhando’.” João 5:17
A palavra que é utilizada em “disse-lhe” ou “respondeu”, segundo algumas traduções, é “apekinato” a forma deste verbo sugere que seria uma “defesa publica” de Jesus, então Ele fala que o Pai continuava trabalhando até hoje, ou seja Deus trabalhava até no dia de sábado, e Jesus continuou dizendo “e eu também estou trabalhando”, e Jesus também estava trabalhando em dia de sábado.
O interessante é que a palavra utilizada nesta passagem para trabalho é “ergazomai” que João a utiliza em outras passagens para se referir à “obra salvadora de Cristo” (v. 17; 6:32, 35; 9:4), como também as obras “feitas em Deus” (jo 3:21; 6: 28) ou quando fala em trabalhar para conseguir a vida eterna (6:27).
O trabalho que tanto o Pai como Jesus estava realizando era diferente do trabalho do chefe da família, não era um trabalho voltado para ganhos próprios, mas um trabalho voltado para a salvação. E trabalhos voltados para Deus era permitido em dia de sábado, pois os próprios sacerdotes trabalhavam em dia de sábado.
O profeta Isaias escreveu:

“Se desviares o teu pé do sábado, de fazeres a tua vontade no meu santo dia, e chamares ao sábado deleitoso, e o santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falares as tuas próprias palavras, Então te deleitarás no Senhor, e te farei cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Jacó; porque a boca do Senhor o disse.” Isaías 58:13,14

Neste texto a proibição está em fazer a nossa vontade, em seguir os nossos caminhos e falar as nossas palavras, pois este dia é voltado para Deus, portanto devemos fazer a vontade Dele, seguir os Seus caminhos e falar as suas palavras.
Jesus não transgrediu e nem aboliu a guarda do sábado neste texto, Ele moutrou que não há problemas em levar algo leve em dia de sábado e que este dia é dia de trabalhar na obra de Deus.

2-    Cura do homem endemoninhado em cafarnaum

 

“Entraram em Cafarnaum e, logo no sábado, indo ele à sinagoga, ali ensinava. E maravilharam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas. E estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo, o qual exclamou, Dizendo: Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus. E repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te, e sai dele. Então o espírito imundo, convulsionando-o, e clamando com grande voz, saiu dele. E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!” Marcos 1:21-27

            A cura o e homem endemoninhado Jesus livrou do cárcere do inimigo uma alma, desta forma podemos ver que o dia de sábado também é dia de as pessoas do poder do mal.

3-    A cura da sogra de pedro

 

“E logo, saindo da sinagoga, foram à casa de Simão e de André com Tiago e João. E a sogra de Simão estava deitada com febre; e logo lhe falaram dela. Então, chegando-se a ela, tomou-a pela mão, e levantou-a; e imediatamente a febre a deixou, e servia-os.” Marcos 1:29-31

            Jesus curou esta mulher e ela passou a servi-lo. A palavra grega utilizada em “serviço” é a mesma utilizada no versículo 14 quando os anjos serviram a Cristo. Desta forma, da mesma forma que a mulher ao ter contato com Jesus e ser curada serviu a ele nós também podemos ser curados por Ele neste dia e servi-lo.

4-              Homem da mão ressecada

“E, partindo dali, chegou à sinagoga deles. E, estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada; e eles, para o acusarem, o interrogaram, dizendo: É lícito curar nos sábados? E ele lhes disse: Qual dentre vós será o homem que tendo uma ovelha, se num sábado ela cair numa cova, não lançará mão dela, e a levantará? Pois, quanto mais vale um homem do que uma ovelha? É, por consequência, lícito fazer bem nos sábados. Então disse àquele homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e ficou sã como a outra. E os fariseus, tendo saído, formaram conselho contra ele, para o matarem. ” Mateus 12:9-14

Os fariseus tentaram acusar Jesus de transgredir o sábado fazendo que ele curasse neste dia, mas Jesus mostrou que era permitido fazer o bem no sábado. Segundo a tradição judaica, era permitido salvar uma ovelha em dia de sábado, então Jesus usou a própria tradição judaica como um questionamento aos fariseus, pois poderia fazer isso com um animal, então porque se faria menos com um ser humano? Jesus ainda fez a pergunta: “É licito no sábado fazer o bem ou fazer mal? Salvar vidas ou tira-las? (Mc 3:4) Para eles não fazer o bem era o mesmo que fazer o mal.
Neste texto, não há indicação nenhuma de que o sábado foi abolido, a cura do homem com a mão ressequida serviu para mostrar que se deveria fazer o bem até no sábado e não que a guarda do sábado não possui mais sentido ou foi abolida.

5-              Do cego de nascença


“Ao passar, Jesus viu um cego de nascença. Seus discípulos lhe perguntaram: "Mestre, quem pecou: este homem ou seus pais, para que ele nascesse cego? " Disse Jesus: "Nem ele nem seus pais pecaram, mas isto aconteceu para que a obra de Deus se manifestasse na vida dele. Enquanto é dia, precisamos realizar a obra daquele que me enviou. A noite se aproxima, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo". Tendo dito isso, ele cuspiu no chão, misturou terra com saliva e aplicou-a aos olhos do homem. Então lhe disse: "Vá lavar-se no tanque de Siloé" (que significa Enviado). O homem foi, lavou-se e voltou vendo. Seus vizinhos e os que anteriormente o tinham visto mendigando perguntaram: "Não é este o mesmo homem que costumava ficar sentado, mendigando? " Alguns afirmavam que era ele. Outros diziam: "Não, apenas se parece com ele". Mas ele próprio insistia: "Sou eu mesmo". "Então, como foram abertos os seus olhos? ", interrogaram-no eles. Ele respondeu: "O homem chamado Jesus misturou terra com saliva, colocou-a nos meus olhos e me disse que fosse lavar-me em Siloé. Fui, lavei-me, e agora vejo". Eles lhe perguntaram: "Onde está esse homem? " "Não sei", disse ele. Levaram aos fariseus o homem que fora cego. Era sábado o dia em que Jesus havia misturado terra com saliva e aberto os olhos daquele homem. Então os fariseus também lhe perguntaram como ele recebera a visão. O homem respondeu: "Ele colocou uma mistura de terra e saliva em meus olhos, eu me lavei e agora vejo". Alguns dos fariseus disseram: "Esse homem não é de Deus, pois não guarda o sábado". Mas outros perguntavam: "Como pode um pecador fazer tais sinais miraculosos? " E houve divisão entre eles.” João 9:1-16

O questionamento neste texto não era apenas a cura no sábado, mas também a forma que foi realizada a cura. A tradição judaica proibia cuspir no chão em dia de sábado, pois poderia ter uma semente neste local e ela poderia vim a germinar o que caracterização como semear em dia de sábado. Desta forma, quando Jesus fez o lodo e curou no dia de sábado ele estava quebrando as leis farisaicas e não a lei de Deus.

6-              Mulher encurvada lc 13:10-17

 

“Certo sábado Jesus estava ensinando numa das sinagogas, e ali estava uma mulher que tinha um espírito que a mantinha doente havia dezoito anos. Ela andava encurvada e de forma alguma podia endireitar-se. Ao vê-la, Jesus chamou-a à frente e lhe disse: "Mulher, você está livre da sua doença". Então lhe impôs as mãos; e imediatamente ela se endireitou, e louvava a Deus. Indignado porque Jesus havia curado no sábado, o dirigente da sinagoga disse ao povo: "Há seis dias em que se deve trabalhar. Venham para ser curados nesses dias, e não no sábado". O Senhor lhe respondeu: "Hipócritas! Cada um de vocês não desamarra no sábado o seu boi ou jumento do estábulo e o leva dali para dar-lhe água? Então, esta mulher, uma filha de Abraão a quem Satanás mantinha presa por dezoito longos anos, não deveria no dia de sábado ser libertada daquilo que a prendia? " Tendo dito isso, todos os seus oponentes ficaram envergonhados, mas o povo se alegrava com todas as maravilhas que ele estava fazendo”. Lucas 13:10-17
           
            Jesus, neste texto, não tinha o objetivo de abolir o sábado Ele curou a mulher e repreendeu os dirigentes da sinagoga mostrando que podia dia curar em dia de sábado, pois era um ato de compaixão libertar as pessoas das mãos de satanás.

7-    Hidrópico lc14: 1-6


“Certo sábado, entrando Jesus para comer na casa de um fariseu importante, observavam-no atentamente. À frente dele estava um homem doente, com o corpo inchado. Jesus perguntou aos fariseus e peritos na lei: "É permitido ou não curar no sábado? " Mas eles ficaram em silêncio. Assim, tomando o homem pela mão, Jesus o curou e o mandou embora. Então ele lhes perguntou: "Se um de vocês tiver um filho ou um boi, e este cair num poço no dia de sábado, não irá tirá-lo imediatamente? " E eles nada puderam responder.” Lucas 14:1-6

Mais uma vez Jesus mostrou que no dia de sábado se poderia fazer o bem, pois se eles poderiam resgatar um filho ou boi do poço então poderia resgatar os filhos de Deus no dia de sábado.
Jesus podia ter restringindo seus milagres de cura a outros dias que não o sábado, mas não o fez. De fato, os evangelhos parecem dar ênfase especial às curas no sábado, as quais proclamavam controvérsia com os Judeus. Por meio dela, Jesus ensinou lições sobre a verdadeira observância do sábado.
Outro ponto que é importante notarmos é que se Jesus tivesse transgredido o sábado ele teria pecado, pois o pecado é a transgressão da lei (I Jo 3:4). Mas Jesus guardou o sábado e devemos ser imitadores Dele e guarda-lo também.

1.6            Os apóstolos e o sábado


Mt 24:20

“E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado;” Mateus 24:20
O discurso de Mateus 24 está se referindo as coisas que iam acontecer. Especificamente, o versículo 20 está voltando a invasão romana que retrocederia e daria tempo de fugir.
É compreensível o motivo pelo qual jesus pediu que orassem para a fuga não ocorrer no inverno, pois devido o rigoroso inverno muitos morreriam ou sofreriam muito durante a fuga. Contudo, o que e quanto ao sábado? Alguns sugerem que seria difícil fugir por causa dos judeus fanáticos que os impediriam, porem a própria tradição judaica permitia a fuga no sábado se fosse com o intuito de salvar a sua vida. Outros sugerem que seria por causa da distância de “um sábado” que era a distância máxima que se poderia andar em dia de sábado, mas como cristãos eles não seguiam mais estes tipos de normas criados pelos rabinos.
Desta forma, podemos concluir que Jesus deu este conselho aos discípulos a fim de evitar uma experiência que lhes diminuísse a capacidade de observar o sábado normalmente.

Lc 23: 50 -56 (30 anos após a morte de cristo) sabado após a morte de jesus

 

“Havia um homem chamado José, membro do Conselho, homem bom e justo, que não tinha consentido na decisão e no procedimento dos outros. Ele era da cidade de Arimatéia, na Judéia, e esperava o Reino de Deus. Dirigindo-se a Pilatos, pediu o corpo de Jesus. Então, desceu-o, envolveu-o num lençol de linho e o colocou num sepulcro cavado na rocha, no qual ninguém ainda fora colocado. Era o Dia da Preparação, e estava para começar o sábado. As mulheres que haviam acompanhado Jesus desde a Galiléia, seguiram José e viram o sepulcro, e como o corpo de Jesus fora colocado nele. Então, foram para casa e prepararam perfumes e especiarias aromáticas. E descansaram no sábado, em obediência ao mandamento. ” Lucas 23:50-56
O livro de Lucas foi escrito 30 anos a morte de Jesus, contudo ele traz que os discípulos guardavam o sábado conforme o mandamento. Não teria sentido mencionar isto se os cristãos não o guardavam, se eles não guardassem o sábado Lucas teria colocado um comentário do tipo: “contudo, hoje guardamos o domingo por causa da sua ressurreição neste dia”.

At 17:2;16:13

 

“Segundo o seu costume, Paulo foi à sinagoga e por três sábados discutiu com eles com base nas Escrituras,” Atos 17:2
“No sábado saímos da cidade e fomos para a beira do rio, onde esperávamos encontrar um lugar de oração. Sentamo-nos e começamos a conversar com as mulheres que se haviam reunido ali.” Atos 16:13

            O livros de “Atos” possui várias passagens em que Paulo ia a sinagoga em dia de sábado (At 13:14, 42-44; 16:12,13; 17:2), o livro de Coríntios mostra que Paulo guardou o sábado  durante o período de um ao e meio que esteve na cidade de Corinto (I Co 18:1-18) onde ele trabalhava durante a semana e a sinagoga aos sábados, mas nenhum texto mostra Paulo ou qualquer outro apostolo guardando o domingo e os texto muitos utilizam para tentar provar a guarda do domingo (At 20:7 e I Co 16:2) estão interpretados de maneira errada.
            Atos 17:2 mostra Paulo guardando o sábado “segundo o seu costume” esta é uma expressão semelhante a utilizada para Jesus em Lc 4:16. Alguns argumentam que Paulo ia nas sinagogas aos sábados simplesmente para converter os Judeus, mas este texto mostra que ele iam para seguir o seu costume, também em I Co 18:4 mostra Paulo persuadindo também os gregos em dia de sábado outros textos mostra Paulo pregando aos pagãos (At 14:15) e aos gregos em Atenas (17:24) e não podemos esquecer que em Atos 16:13 Paulo estava em uma cidade pagã, onde não existia sinagoga, contudo foi para a beira do rio não a procura de alguém para pregar, mas de encontrar um lugar para orar e por acaso encontraram algumas mulheres que estavam reunidas ali, possivelmente não eram judias, pois se fossem judeus estariam em casa guardando o sábado por falta de sinagoga. Desta forma podemos ver que até em uma cidade pagã onde não existia sinagoga Paulo guardava o sábado.

 

At 15: 1-5,21

 

“Alguns homens desceram da Judéia para Antioquia e passaram a ensinar aos irmãos: "Se vocês não forem circuncidados conforme o costume ensinado por Moisés, não poderão ser salvos". Isso levou Paulo e Barnabé a uma grande contenda e discussão com eles. Assim, Paulo e Barnabé foram designados, juntamente com outros, para irem a Jerusalém tratar dessa questão com os apóstolos e com os presbíteros. A igreja os enviou e, ao passarem pela Fenícia e por Samaria, contaram como os gentios tinham se convertido; essas notícias alegravam muito a todos os irmãos. Chegando a Jerusalém, foram bem recebidos pela igreja, pelos apóstolos e pelos presbíteros, a quem relataram tudo o que Deus tinha feito por meio deles. Então se levantaram alguns do partido religioso dos fariseus que haviam crido e disseram: ‘É necessário circuncidá-los e exigir deles que obedeçam à lei de Moisés’. “ Atos 15:1-5
"Portanto, julgo que não devemos pôr dificuldades aos gentios que estão se convertendo a Deus. Pelo contrário, devemos escrever a eles, dizendo-lhes que se abstenham de comida contaminada pelos ídolos, da imoralidade sexual, da carne de animais estrangulados e do sangue. Pois, desde os tempos antigos, Moisés é pregado em todas as cidades, sendo lido nas sinagogas todos os sábados" Atos 15:19-21

Um grupo da Judeia vai até Antioquia e afirma que a circuncisão é necessária para a salvação. A fim de resolver a controvérsia resultante, uma delegação é nomeada para visitar Jerusalém (v.1,2). Grande parte da passagem conta a história da jornada até Jerusalém, da reunião ali (chamada de “concilio de Jerusalém”) e do retorno (v. 3-35). Este é um relato de grade importância. O que se exige dos gentios que desejavam se tornar cristãos? O texto de Gl 2:1-10, com frequência, é considerado outro relato do concilio de Jerusalém. Por outro lado, pode narrar a visita de Paulo à cidade, relato que é resumido em At 11:29,30. (BEA, Pg 1431)
Quanto a Atos 15: 19-21 qual seria o proposito dessas proibições elas parecem se concentrar na necessidade de promover a comunhão entre judeus e gentios, sobretudo entre cristãos gentios e judeus não cristão. Os cumprimentos dessas quatro regras ajudariam os Gentios e judeus se relacionarem. Duas observações sobre esse ponto são uteis: (1) As proibições se baseiam nas leis referentes tanto a judeus como quanto a “estrangeiros que peregrinam entre vós”, de Lv 17-18. O conselho de Jerusalém parece adotar esse modelo do AT, argumentando que o cumprimento dessas ajudaria os não judeus a viver e adorar sem ofender aos judeus à sua volta. (2) os quatro itens mencionados estão ligados a templos pagãos. A abstinência dessas práticas – e o afastamento dos templos pagãos – torna-se obvio que os cristãos gentios haviam deixado a idolatria para adorar o único Deus verdadeiro. (BEA, Pg 1432)
Alguns têm argumentado que o sábado não está entre a relação das coisas que os gentios deveriam fazer, todavia, o texto também não menciona a que eles não deveriam matar, roubar, cobiçar, honrar pai e mãe e devolver o dizimo e a oferta. Portanto, a ausência da menção do sábado não quer dizer eles não deveriam guarda-lo, pois se fosse assim eles também não deveriam fazer estas outras coisas.
Outro ponto importante é a menção do sábado do versículo 21: “Pois, desde os tempos antigos, Moisés é pregado em todas as cidades, sendo lido nas sinagogas todos os sábados" se os cristãos não fossem as sinagogas aos sábados então este texto também não faria sentido. Este texto, possivelmente, mostra que os cristãos primitivos guardavam o sábado.

I co 7:19


“A circuncisão não significa nada, e a incircuncisão também nada é; o que importa é obedecer aos mandamentos de Deus. 1 Coríntios 7:19

Mais uma vez a bíblia mostra a discursão entre os circuncisos e os incircuncisos. O que o texto está mostrando é que não diferença entre os dois o que importa é que eles guardem os mandamentos de Deus que é a lei moral e o sábado está entre eles (Ex 20; Dt 5)

Rm 14:5

 

“Há quem considere um dia mais sagrado que outro; há quem considere iguais todos os dias. Cada um deve estar plenamente convicto em sua própria mente.” Romanos 14:5
A palavra usada neste versículo não pode se referir ao sétimo dia, o sábado, conforme atestam como regularidade a própria pratica de Paulo e seus escritos. Trata-se de uma provável referencia aos varos dias de festas dos judeus, como a Pascoa, o dia de expiação e os dias de jejum que costumavam precede-los. No contexto desta passagem, a intenção de Paulo é recomendar tolerância em relação àqueles que são cincerros e zelosos na observância de determinadas leis cerimoniais, mesmo que tais praticas sejam questão de “opinião”. (BEA 1476)

Colossenses 2:16

 

“Portanto, não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de sábado.” Colossenses 2:16

 

Albert Barnes, teólogo e comentarista presbiteriano em sua obra Notes on The New Testament, comenta Colossenses 2:16, textualmente:
 "Não há nenhuma evidência nessa passagem de que Paulo ensinasse que não havia mais obrigação de observar qualquer tempo sagrado, pois não há a mais leve razão para crer que ele quisesse ensinar que um dos Dez Mandamentos havia cessado de ser obrigatório à humanidade. Se ele tivesse escrito 'O sábado', no singular, então, certamente estaria claro que ele quisesse ensinar que aquele mandamento (o quarto) cessou de ser obrigatório, e que o sábado não mais devia ser observado. Mas o uso do termo no plural, e a sua conexão, mostram que o apóstolo tinha em vista o grande número de dias que eram observados pelos hebreus como festivais, como uma parte de sua lei Cerimonial e típica, e não a lei Moral, ou os Dez Mandamentos. Nenhuma parte da lei Moral - nenhum dos Dez Mandamentos - poderia ser referido como 'sombra das coisas futuras.' Estes mandamentos são, pela natureza da lei Moral, de obrigação perpétua e universal."

            Albert Barnes não foi o único comentarista não guardador do sábado que se referem a esse texto como o sábado cerimonial, temos também Jamieson, Fausset, and Brown, estudiosos fundamentalistas, assim comentam Colossenses 2:16:
"Sábados... referem-se ao dia da Expiação e festa dos Tabernáculos que chegaram ao fim com os cultos judaicos a que pertenciam (Levítico 23:32, 37 e 39). O sábado semanal repousa em base mais permanente, tendo sido instituído no Paraíso para comemorar o remate da Criação em seis dias. Levítico 23:38 expressamente distingue o 'sábado do Senhor' dos outros sábados."

            Além deste, ainda temos a importante declaração de Strong (A. H. Strong, Systematic Theology, pág. 408,409),  que muito nos tem ajudado neste mister. Diz textualmente:
"Percebemos... a importância e o valor do sábado, como comemorativo do ato divino da Criação e, necessariamente da personalidade, soberania e transcendência de Deus. O sábado é de obrigação perpétua como o memorial estabelecido de Sua atividade criadora. A instituição do sábado antedata o decálogo e forma uma parte da lei moral. Feito na criação, ele se aplica ao homem em toda a parte e em época, em seu atual estado de criatura." 1
E continua A. H. Strong:
"Nem nosso Senhor nem Seus apóstolos ab-rogaram o sábado do Decálogo. A nova dispensação anulou as prescrições mosaicas relativas à maneira de guardar o sábado, mas continua reafirmando sua observância como de origem divina necessária à natureza humana. Nem tudo na lei mosaica foi abolido por Cristo... Cristo não cravou na cruz mandamentos do Decálogo." 2

Clinton E. Arnold, presidente da  Evangelical Theological Society, escreveu em seu livro Exegetical comentary on the testament colossians & philemon, refere-se a “sábados” deste texto não sendo como o sábado do 10 mandamentos, mas como o sincretismo religioso criado pelos judeus Greco-romano.
Esse testemunho fala por si: Os "sábados" de Colossenses 2:16 eram cerimoniais. Há estudiosos que alinham os sábados em sete, durante o ano judaico, e que no ano 30 de nossa eram assim se teriam seguido: 15 de Nisã (sexta-feira), 21 de Nisã (quinta-feira), 6 de Sivã (sábado), 1.º de Tishri (domingo), 10 de Tishri (terça-feira), 15 de Tishri e 22 de Tishri (domingo). De qualquer maneira, recaíam em dias diversos da semana. Deus descansou no sábado do sétimo dia, porém não fez o mesmo nos sábados anuais. Ao primeiro Deus chama "os Meus sábados" (Ezequiel 20:20); aos últimos, chama-os de "seus sábados" (Oséias 2:11; Isaías 1:13), etc. A própria Bíblia estabelece a distinção, como vimos.

Atos 25:8; 26:4-6; 28:17

“Então Paulo fez sua defesa: "Nada fiz de errado contra a lei dos judeus, contra o templo ou contra César". Atos 25:8
"Todos os judeus sabem como tenho vivido desde pequeno, tanto em minha terra natal como em Jerusalém. Eles me conhecem há muito tempo e podem testemunhar, se quiserem, que, como fariseu, vivi de acordo com a seita mais severa da nossa religião. Agora, estou sendo julgado por causa da minha esperança no que Deus prometeu aos nossos antepassados.” Atos 26:4-6
“ Três dias depois, ele convocou os líderes dos judeus. Quando estes se reuniram, Paulo lhes disse: "Meus irmãos, embora eu não tenha feito nada contra o nosso povo nem contra os costumes dos nossos antepassados, fui preso em Jerusalém e entregue aos romanos.
Por essa razão pedi para vê-los e conversar com vocês. Por causa da esperança de Israel é que estou preso com estas algemas". ” Atos 28:17, 20

Os lideres judeus procuravam um motivo para acusar Paulo de Heresia, mas nenhuma vez questionaram sua lealdade ao sábado, cuja transgressão poderia ocasionar a pena capital. De acordo com Walter E. Straw, “Paulo jamais poderia ter afirmado isso [registrado em Atos 25:8; Atos 26:4-6; Atos 28:17, 20] se ele houvesse abandonado uma das mais sagradas observância dos Judeus – o sábado.
Justo L. Gonzales acresenta:

os primeiros cristãos não criam que pertencessem a uma nova religião. Eles haviam sido judeus [durante] toda sua vida, e continuavam sendo. Isso é certo não só em relação a Pedro e aos doze, mas também aos sete e até mesmo a Paulo. Sua fé não consistia em uma negação do judaísmo, mas antes em uma convicção de que era messiânica, tão esperada pelo povo hebreu, havia chegado. Conforme Paulo expressa aos judeus em Roma no fim de sua carreira: “pela esperança de Israel estou preso com esta cadeia” (atos 28:20. Isto é, a razão pela qual Paulo e os demais cristãos estavam sendo perseguidos não era porque se opunham ao judaísmo, mas porque criam e pregavam que Jesus hviam se cumprido as promessas feitas a israel.
Por essa razão, cristãos da igreja de Jerusalem continuavam guardando o sábado e assistindo ao culto no templo.”

O domingo

 

O novo testamento apresenta apenas oito menções ao primeiro dia da semana sendo que seis delas estão nos evangelhos e estão se referindo ao dia que jesus ressuscitou e duas outras no restante do novo testamento.
Antes de começarmos a analisar os textos devemos ter em mente que todos os evangelhos foram escritos entre o ano 50 a 90 d.C. E nenhum deles traz o domingo como o dia de adoração. Se Jesus tivesse transferido a guarda do sábado para o domingo eles deveriam estar dizendo algo sobre isso mudança, mas isso não acontece.
Os seis textos no evangelhos que se referem ao primeiro dia da semana são:
1-   Depois do sábado, tendo começado o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. Mateus 28:1
2-   No primeiro dia da semana, bem cedo, ao nascer do sol, elas se dirigiram ao sepulcro, Marcos 16:2
3-   Quando Jesus ressuscitou, na madrugada do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, de quem havia expulsado sete demônios. Marcos 16:9
4-   No primeiro dia da semana, de manhã bem cedo, as mulheres tomaram as especiarias aromáticas que haviam preparado e foram ao sepulcro. Lucas 24:1
5-   No primeiro dia da semana, bem cedo, estando ainda escuro, Maria Madalena chegou ao sepulcro e viu que a pedra da entrada tinha sido removida. João 20:1
6-   Ao cair da tarde daquele primeiro dia da semana, estando os discípulos reunidos a portas trancadas, por medo dos judeus, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: "Paz seja com vocês! "João 20:19

Mateus 28:1; Marcos 16:2; Lucas 24:1; João 20:1


Estes quatro textos apenas falam que as mulheres preparam as especiarias e foram ao sepulcro e nada mais. Nada nestes textos afirma algo sobre a mudança do dia de guarda.

Marcos 16:9

 

            Este texto também não fala nada sobre a mudança do dia de guarda apenas fala que Jesus ressuscitou no domingo de madrugada e ele apareceu primeiro a Maria Madalena. Se a mudança do dia de guarda realmente tivesse ocorrido este seria o texto ideal para o autor bíblico colocar um comentário do tipo “ e por Jesus ter ressuscitado neste dia guardamos o domingo”, mas ele apenas apresenta um dado histórico. Ainda mais, como Jesus morreu na sexta feira e ressuscitou no domingo isso mostra que até na tumba Cristo guardou o sábado.

Jo 20:19

Os discípulos estavam reunidos com medo dos judeus e não porque estavam fazendo alguma reunião com objetivo de louvor a Deus.
Uma curiosidade é que o evangelho de João foi escrito depois do apocalipse e se a guarda do domingo já existisse ele teria colocado lá.

 

Os outros dois textos que mencionam o primeiro dia da semana são:
1-    No primeiro dia da semana reunimo-nos para partir o pão, e Paulo falou ao povo. Pretendendo partir no dia seguinte, continuou falando até à meia-noite. Atos 20:7
2-    No primeiro dia da semana, cada um de vocês separe uma quantia, de acordo com a sua renda, reservando-a para que não seja preciso fazer coletas quando eu chegar. 1 Coríntios 16:2

Atos 20:7

Neste texto não está claro o sentido das palavras “Partir o Pão” Klasai Arton (partir o pão em grego) elas podem simplesmente significar uma refeição e contexto também não indica que poderia está havendo uma reunião com o intuito de celebrar a eucaristia (santa ceia). Vários comentaristas que não defendem o sábado concordam com isso como por exemplo Clifford Dogmor teólogo renomado e ferrenho guardador do domingo que disse:
“Não há menção taça, nem de quaisquer oração ou cântico; o discurso de Paulo não se segue a leitura das escrituras.”

Outros guardadores do domingo chegaram a mesma conclusão como August Neander e Charles John Ellicott que escreveram em seus comentários que ali não está se referindo a eucaristia. Até o livro do “Do sábado para o dia do Senhor” criado por D.A. Carson, que tem o objetivo de defender a guarda do domingo, afirma que é inconcluso afirmar que este texto está se referindo a uma reunião com objetivo de celebrar a eucaristia.
Outro ponto a ser visto neste texto é que a reunião aconteceu no 1º dia da semana a noite que de acordo com a bíblia seria no que hoje chamamos de sábado a noite, pois a contagem de um dia se fazia do pôr do sol do dia até o pôr do sol do dia seguinte. Ou seja, a reunião foi em um sábado. Além disso, se um dia fosse declarado santo por causa da santa ceia então a quinta feira também seria, pois neste dia Cristo fez a santa ceia com os apóstolos.
           

I coríntios 16:2


Muitos acreditam que as coletas referidas por Paulo seriam em reuniões dominicais uma vez por semana, mas não há nada no livro de coríntios ou na história que confirme que a pratica de guardar uma parte do dinheiro em casa seria uma forma reunião dominical.
O contexto mostra que os irmãos guardariam uma parte do dinheiro que receberam durante a semana no domingo e que quando Paulo fosse passar por lá ela as coletaria e levaria para Jerusalém.
O grego utilizado em “ponha a parte” é “para reu tur” que quer dizer “ao lado de si” ou “Junto de si”, ou seja, guarde com você junto a sua casa.
Era comum entre as famílias judaicas e agora cristã que eles planejassem no primeiro dia da semana as despesas daquela semana. Então, Paulo estaria pedindo aos irmãos que quando eles fossem fazer o planejamento dos gastos da semana eles separassem a oferta. Quem confirma isto é Tomas k. Cheyne, na sua época, renomado pastor metodista e professor de Oxford que escreveu em sua enciclopédia:
“A maior parte da Igreja de Corinto consistia de pessoas pobres e desconhecidas (1co 16:2);possivelmente para muito deles o ultimo ou primeiro dia da semana era dia de pagamento; o primeiro dia, portanto, foi o dia em que eles poderiam mais facilmente reservar a parte alguma coisa, portanto, não nos fornecer, com alguma segurança, fatos da observância do domingo nas igrejas Paulinas”

F.W. Farrar argumenta com certo que “Dificilmente se pode afirmar que esse verso implica qualquer observância religiosa do domingo [...] a expressão grega sugere que o ‘pôr de parte’ era feito em casa”.

Referencias na Ultima Parte

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